Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

09 abril 2007

Reflexões sobre o sentido da existência

Será que o significado da existência encontra-se em conseguir colecionar bens?
Seria conseguir ir o mais longe possível numa determinada carreira profissional?
Seria encontrar o parceiro ideal ou uma pessoa "adequada" aos próprios interesses?
Ou seria um mix dos dois, carreira e relacionamento?
Será que o significado da existência está em conseguir constituir uma grande família e esperar pela presença de todos seus membros nos almoços de domingo, ou nas datas convencionalmente estabelecidas?
Será que o significado da existência possa ser encontrado através do culto dos antepassados diante de um altar repleto de imagens criadas pelo nosso pensamento e através da repetição de mantras e orações?

Estaria na capacidade de conseguir colecionar maiores responsabilidades e no colecionar várias estampilhas douradas coladas em papéis coloridos, repletos de letrinhas e emoldurado numa parede qualquer?

Será que o sentido da existência pode ser expresso através da limitação da linguagem e seus símbolos?

Na tentativa de encontrar o significado da existência lemos livros e livros de auto-ajuda, sociologia, os livros ditos "sagrados e espirituais" ou corremos para a sala de um psicólogo qualquer; depois, saímos dali tentando fazer o que está escrito ou o que nos foi dito, por vezes, sem o menor senso critico. Por causa do vazio existencial é que muitos de nós se permitem essa forma de auto-hipnose estagnante; qualquer coisa é mais seguro do que ficar com nossa própria confusão, observando-a incondicionalmente.

Mas, será possível compreender a nós mesmos, nossos mais profundos anseios e conflitos de acordo com a limitada e condicionada visão de um escritor, de um psicólogo ou de determinado conjunto de regras comportamentais oriundos de um sistema de crença organizada qualquer?

Será que podemos conhecer o sentido da existência, chegar a um estado de profunda tranqüilidade de espírito por meio de tanta superficialidade?

Será que por meio dessa superficialidade podemos realmente encontrar uma paz profunda que não seja uma espécie de paliativo para situações momentâneas?

Será que podemos através dessas práticas encontrar a verdadeira liberdade do espírito humano?

Tudo isso pode, sem a menor sombra de dúvida, nos tornar socialmente "funcionais", mas carece do poder necessário para nos fazer despertar para essa Inteligência que é a base de tudo que é manifesto e que ainda está por se manifestar. Queremos ser socialmente "funcionais", queremos ser "normais", mas, não percebemos com isso, que toda nossa forma de conflito, toda nossa falta de sentido existência está justamente alicerçada nos padrões morais da dita "normalidade social". Portanto, esse tipo de busca insana, de forma alguma pode nos brindar com um estado de vida pleno de significado e sentido.

Com base nisso, pergunto-me:

"Que Sentido é esse que pode dar sentido para tudo aquilo que já não tem sentido?

Gostou? Então compartilhe!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Postagens populares

Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!