Cinco metros a nossa frente, uma senhora de pele extremamente clara, acompanhava seu pequeno filho de pouco mais de um ano e meio. É contagiante ver a energia, a alegria e a inocência da criança. Para ela, não existe a limitação do tempo, não existe o ontem e nem o amanhã. Existe tão somente essa energia do agora na qual vive com toda intensidade. Para ela, não existe a preocupação com a vaidade, com a moda, com a beleza do corpo, com a exaltação da sexualidade. Ela é livre, depurada, espontânea e original. Ela se diverte na simplicidade. E sua beleza inocente enche de graça os olhos daqueles que são sensíveis a essa beleza original. A criança ainda não se encontra condicionada por todos os tipos de medos psicológicos criados pela sociedade. Talvez seja esse o nosso pecado original: não saber se defender dessa insana e disfuncional educação parental/social. É o adulto que corrompe a inocência da criança com seus medos irreais e com a criação de uma série de desnecessárias necessidades! É bem provável que muito em breve, este pequena e inocente criança seja mais uma vitima do medo, da vergonha tóxica, da culpa, da moda e do consumo inconseqüente, que contaminam toda uma existência, expulsando a originalidade e a espontaneidade. A criança, em sua inocência, só tem o medo de não ter diante de seus olhinhos cheios de brilho, a presença das pessoas que lhe são significativas. Para mim, sem dúvida alguma, a educação é a grande responsável pela formação ou deformação da auto-estima pessoal. A família e a escola podem criar o ambiente necessário para o desenvolvimento da inteligência da criança ou então, ser um agente perpetuador da disfunção oriunda da crença e da tradição.O céu agora estava de um tom de azul maravilhoso e não havia se quer a presença de uma pequenina nuvem branca. Uma senhora, com um largo quadril caminhava pela praia puxando consigo vários pipas coloridos numa única linha branca enquanto que a pequena criança divertia-se com um pequeno amontoado de areia.
Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.
04 abril 2007
Nosso pecado original
Cinco metros a nossa frente, uma senhora de pele extremamente clara, acompanhava seu pequeno filho de pouco mais de um ano e meio. É contagiante ver a energia, a alegria e a inocência da criança. Para ela, não existe a limitação do tempo, não existe o ontem e nem o amanhã. Existe tão somente essa energia do agora na qual vive com toda intensidade. Para ela, não existe a preocupação com a vaidade, com a moda, com a beleza do corpo, com a exaltação da sexualidade. Ela é livre, depurada, espontânea e original. Ela se diverte na simplicidade. E sua beleza inocente enche de graça os olhos daqueles que são sensíveis a essa beleza original. A criança ainda não se encontra condicionada por todos os tipos de medos psicológicos criados pela sociedade. Talvez seja esse o nosso pecado original: não saber se defender dessa insana e disfuncional educação parental/social. É o adulto que corrompe a inocência da criança com seus medos irreais e com a criação de uma série de desnecessárias necessidades! É bem provável que muito em breve, este pequena e inocente criança seja mais uma vitima do medo, da vergonha tóxica, da culpa, da moda e do consumo inconseqüente, que contaminam toda uma existência, expulsando a originalidade e a espontaneidade. A criança, em sua inocência, só tem o medo de não ter diante de seus olhinhos cheios de brilho, a presença das pessoas que lhe são significativas. Para mim, sem dúvida alguma, a educação é a grande responsável pela formação ou deformação da auto-estima pessoal. A família e a escola podem criar o ambiente necessário para o desenvolvimento da inteligência da criança ou então, ser um agente perpetuador da disfunção oriunda da crença e da tradição.O céu agora estava de um tom de azul maravilhoso e não havia se quer a presença de uma pequenina nuvem branca. Uma senhora, com um largo quadril caminhava pela praia puxando consigo vários pipas coloridos numa única linha branca enquanto que a pequena criança divertia-se com um pequeno amontoado de areia.
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Escolho meus amigos pela pupila
Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
Oscar Wilde