Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

21 outubro 2017

Será que, de fato, buscamos pela Verdade?

É possível não ter identificação psicológica?


Perguntaram-me: "Será que é possível não ter identificação psicológica, mesmo com a família e sociedade?"

É preciso cortar a dependência psicológica de nossas relações e não propriamente as relações, uma vez que a vida É RELAÇÃO. No entanto, não temos o poder pessoal para romper com tais dependências: se faz necessário a ocorrência de uma INVESTIDA DA GRAÇA. Para tanto, se faz necessário ver de forma bem nítida, o movimento dessa dependência, vê-la em sua totalidade. Uma vez feito isso, SE SENTIR PRONTO PARA QUE A GRAÇA REMOVA ESSA DEPENDÊNCIA DE FORMA INCONDICIONAL; não colocamos condições: ao contrário, nos colocamos no colo dessa Graça. É a Graça quem dita o sentido novo dessas relações. Só a Graça tem o poder de tornar nova nossa adulterada visão de relação. Só existe relação, quando inseridos na inconsciência ou na ego-consciência, uma vez que relação, indica sempre a presença de dualidade.

Com a retomada da ação da Graça, a relação é sempre o Um sem um segundo.

Na consciência do Real, você goza com toda manifestação de Consciência e até a brisa se faz menção de carinho...

Em última análise, relacionamento intimo é coisa de ego, pois, se existe o intimo existe também o não-intimo.

No Real, cessa toda ilusão de intimidade.

Quando estamos na inconsciência ou na semiconsciência, nossas relações são sempre oriundas de cobranças de nossos instintos degenerados. São jogos de MOMENTÂNEAS CONVENIÊNCIAS; não há nada de amor real como base.

Outsider

10 outubro 2017

Temos medo dos homens livres


Tudo que ocorreu até aqui fez parte do processo de base. Você agora está sendo chamado para a superação do ser dependente, para a desidentificação da perseguição de uma vida autocentrada na ideia de uma pessoa desejante; abrir mão de toda forma de desejo para que Deus seja; Deus como manifestação de sua REALIDADE NÃO ADULTERADA, NÃO TEMPORAL.

Até aqui vivemos divididos entre a busca de uma espiritualidade negociante, voltada para o ajuste de nossas conveniências sistêmicas; a espiritualidade nunca foi buscada de fato para a REALIZAÇÃO DO ESPÍRITO. SEMPRE FOI UMA ESPÉCIE DE BARGANHA, ou mesmo, de forma totalmente inconsciente, uma espécie de NARCÓTICO.

Mas o que ocorreu com isso? O que foi lido e visto, trabalhou nas bases da estrutura egóica; fez aflorar a consciência de nossos padrões dependentes, o conhecimento das velhas ruas, como nos dizeres do filme Matrix. Nosso mundo de colorido artificial foi mostrado como cinzas e não há, devido a intensidade de nossas praticas espirituais, a miníma possibilidade de um retorno CYPHER.

NADA MAIS CONFORTA, NEM MESMO O CONFORTO.

Isso nos joga na sinuca de bico: TOTAL ABERTURA PARA A RADICALIDADE ESPIRITUAL. Isso amplia a solidão porque não dá mais para brincar de caçadores de espiritualidade. Nos vemos inseridos num mundo dividido entre alimentadores de ego, e egóicos caçadores de espiritualidade; mas é tudo ego, tudo pose, tudo imagem, onde ninguém tem a coragem de revelar o negativo.

Mas isso se mostra algo providencial, pois caso contrário, continuaremos a alimentar nossa dependência de pessoas e situações; a solidão é o portal da libertação do ser que somos. Aqui é somente para homens de saco roxo. Só estes terão a coragem definitiva que leva para a radicalidade do ser. A maioria cai em alguma forma de ajustamento sistêmico e se condena a uma vida de plástico. É preciso, de forma consciente, mergulhar na solidão, pois, naquilo que você mais teme, está a chave de sua libertação.

Esse medo da solidão foi gravado em TODOS NÓS na mais tenra idade... por isso ele é tão impactante... TODOS SOFREM ISSO... por isso o homem vive como gado, em bando, em agremiações, em ajuntamentos... por isso a humanidade teme tanto os homens livres: eles expõe a covardia coletiva.


Outsider

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!