- Bom dia!
- Bom dia Fabricio, seja bem vindo!
- Obrigado! Seu blog é muito bom!
- Meu Blog ou seu olhar?
- Acho que os dois.
- Ok! Assim é melhor!
- Ok! Por que você tirou o site da Cuidar do Ser do ar?
- Não estava dando para administrar, pois estou bastante atarefado e não tendo tempo para administrar e dar atenção aos e-mails que dele surgem. Mas penso em voltar com ele em breve.
- Ah! Espero que realmente volte.
- No entanto, coloquei muito de seu material em meu site profissional: www.njro.fot.br Lá você encontra o coração do site Cuidar do Ser.
- Espero que volte pois sempre consultava a dicas de filmes.
- Vou colocar o link dos filmes no meu site, ok? Criei também um blog com os textos de Krishnamurti: http://nossaluzinterior.blogspot.com
- Oh! Me passa e me diz qual livro poderia ler sobre ele.
- Livros é um pouco difícil, pois hoje poucos você ainda encontra sendo editados.
- Então vou lendo no seu blog! E também sobre a mensagem do dia. Estou passando por essa fase de aprender a ser paciente e tolerante.
- Acho que o lance é entender o PORQUE de sermos tão impacientes e intolerantes...
- É mesmo! Sou impaciente por motivos tolos; tenho que me equilibrar mais.
- "Tenho que"... Isso não lhe soa conflito?... Esforço, tempo psicológico?... Creio que o lance é OBSERVAR SEM NOMEAR, SEM JULGAR O QUE SE VÊ...
- nunca tinha pensado nisso. Parece ser muito bom.
- "conhecer o inimigo"... Observá-lo, do modo que se manifesta, apenas observando o sentido da impaciência... Penso ser isso, observar ela visceralmente, assim como se manifesta, o que pede, quais as suas exigências que faz de si e dos outros (na maior parte do tempo, infundadas).
- É mesmo... Muitas vezes me pego com raiva ou com sentimentos que não são meus. Tenho que observar mais.
- Como? Quem é que esta "pegando a raiva?" Quem é a raiva e quem é o você? Existe realmente essa separação? Ou seria o pensamento criando essa separação? Se está dentro de nós, não seriamos nós?
- Não sei!
- Por que temos a dificuldade de aceitar o conteúdo que surge? Por que não queremos ficar com o que é?
- Não sei, talvez seria apego.
- Seria o mesmo que dizer que a água suja que escorre da cachoeira não é da cachoeira, não acha?
- Sim. O lance é viver o presente, o aqui e agora.
- Percebo que a natureza exata de nossos conflitos interiores - e também exteriores - está no "pensamento condicionado".
- Seria o tenho de...fazer...ter... que muitas vezes não temos!
- Percebo que somos condicionados desde a mais tenra idade a não aceitar o que se apresenta em nós, em evitar o que surge. O pensamento para escapar disso, inventou um monte de nomes: encosto, diabo, possessão, e por aí vai. Somos condicionados a TER QUE SER QUANDO CRESCER, a conquistar o melhor lá na frente.
- Isso mesmo!
- Somos condicionados a ser melhor num futuro.
- Isso mesmo! Este é meu ponto de mudança.
- Somos condicionados a responsabilizar os outros por aquilo que surge em nosso interior... “Você me deixou com raiva... A culpa é de "você" e da "raiva"... Como se a raiva fosse algo externo. Nunca dizemos, "eu sou a raiva", "eu sou a compulsão"... Não! Sempre responsabilizamos algo ou alguém por nossas culpas ou por nossas curas... "Se Deus quiser vou me curar"... "Se Deus quiser vou conseguir me equilibrar"... "Se o psicólogo for bom conseguirei me equilibrar"... "Se o escritor for bom...." Se, se, se...
- Na verdade sou responsável por tudo, né?
- E assim, nunca aprendemos a ler o livro que somos!
- Lendo o nosso livro, entendendo o nosso alfabeto interior.
- Meu livro tem várias passagens, sendo que delas, muitas são insanas. Mas não mais responsabilizo algo a não ser o meu "eu condicionado que sou"... Hoje, percebo que o grande lance é a observação do que é, sem criar rótulos, julgamentos, critérios para o que se observa.
- E posso mudar o "eu condicionado" apenas observando?
- Percebo que nessa observação, surge a potência de não se IDENTIFICAR, ou seja, de não FICAR IDENTICO ao que surge na mente condicionada.
- Claro!
- Tem vezes que ainda me deixo levar pela mente condicionada, mas, se continuo na observação, logo me deu conta, deixando a identificação de lado e voltando ao centro. Não é nada fácil.
- Sim! Mas, apenas uma observação: e os outros? Quando querem que você seja assim e assado... Seria apenas um teste sobre nós?
- Existe uma música antiga que dizia: "Deixem que digam, que falem, deixe isso pra lá, vem pra cá, o que é que tem? Eu não estou fazendo nada, você também..."
- Essa foi boa!
- Eles tem o direito de palpitar... O lance é aqui com o freguês! Posso me identificar com os palpites e julgamentos, como também posso deixar passar sem me identificar!
- Hummm!! Boa!
- Como também posso ficar observando minha reação diante da tentativa de controle do outro (o que não é nada fácil – quase nunca consigo numa boa!)
- Com certeza!
- Enfim, como digo com meus amigos... Fico com uma frase da missa dos cristãos, a qual não foi compreendida por grande parte dos mesmos... Enquanto vivendo na esperança, aguardamos a vinda do "Cristo Salvador" (luz, insight capaz de me libertar da rede de condicionamentos). Fico neste estado de "purgatório", onde já não vivo o inferno da falta de observação e consequente identificação... Nem o céu de uma mente livre... Fico observando o que "purga de momento a momento" desta mente insana, infectada por toda forma de insanidade parental/social durante anos e anos.
- Nelson, uma pergunta...
- Diga.
- Krishnamurti era um filosofo? Ou um mestre espiritual?
- O que significa para você a palavra "filósofo"?
- Aquele que ama a sabedoria.
- Fabricio, penso que Krishnamurti foi alguém que teve a benção de ter uma experiência direta de algo que transcende nosso entendimento. Essa experiência proporcionou uma clareza de percepção fantástica, e com ela, pode ver o grau de sofrimento e embotamento da mente humana, dedicando sua vida a compartilhar o que via sobre a mente humana, não como um guia, filósofo ou mestre espiritual, mas sim, como um amigo. Nunca percebi qualquer tipo de autoridade de sua parte. Algo parecido com o modo que você indica aos seus amigos uma boa pizzaria conhecida por você. Percebe?
- Sim!
- Não creio ser de importância o que foi Krishnamurti, mas sim, descobrir aquilo que somos e aquilo que pensamos ser. Observe sua pergunta... Viu como temos o condicionamento de buscar a segurança, como temos a necessidade de rotular, qualificar?
- É mesmo. É difícil não rotular! Tenho que observar sempre. Mas me diz: é difícil no começo?
- Onde é o começo, o meio ou o fim? Existe mesmo esse tal começo?
- Não... Só o agora.
- Eheheh...
- Estou aprendendo.
- Viu só como a mente está sempre presa no tempo psicológico? Como está sempre em busca de segurança? Foi difícil no começo mas será mais fácil lá na frente?
- É mesmo. A todo momento o estar no aqui e agora...
- Estamos viciados em viver nessa ponte passado futuro.
- Na verdade, passado já foi e futuro nem aconteceu... Então só temos o presente.
- Fabricio, posso perguntar?
- Pode.
- Onde é que existe o passado e o futuro?
- Não existe, só temos o agora.
- Então, porque insistimos nessa idéia?
- Porque nossa mente foi condicionada a pensar assim. Por isso não percebemos a vida ao nosso redor... Estamos sempre no passado ou no futuro.
- É engraçado...
- O que?
- Essa separação que fazemos...
- Qual?
- "Nossa mente" e "nós"... Como se a mente fosse uma coisa e nós outra...
- rsrs... na verdade somos apenas um.
- Novamente queremos a segurança de não ser aquilo que vemos na mente, ou melhor, em nós.
- Então, se olharmos para nós mesmos, veremos o nosso ser?
- Por que estipular um resultado? Não seria também uma necessidade de segurança? Por que não podemos apenas ver sem querer estipular, ou condicionar qual "TEM QUE SER" o final a ser visto? Por que não apenas ver? Ver tudo que surge?
- Apenas ser, fluir...
- Já pensou se um cientista fosse para seu laboratório, olhando em seu microscópio, já condicionando o que teria que encontrar? Teria a chance de encontrar algo novo?
- Nunca.
- Teria capacidade de ver algo diferente ao seu condicionamento?
- Não.
- Então, por que temos essa necessidade de segurança?
- Entendo.
- Por que não nos aventuramos no aberto?
- Medo...
- Medo de que?
- Do novo.
- Mas, se o que se apresenta é tão ruim ao ponto de buscarmos algo novo, por que temos medo de abrir mão do mesmo e de nos aventurar?
- É a mente condicionada que obriga a todo o momento a buscar comparações.
- É a mente, né? Não nós!... Sim a mente é que é culpada...
- Somos nós! Eheheheh! Estou indo bem, não Nelson?
- Fabricio, não me preocupo mais se estou indo bem ou não. Estou vivendo, observando o que se passa aqui e lá fora. É um olho na missa (a vida em ação) e no padre (minha mente) que quer ser Deus.
- Gostei disso!
- Confesso que por momentos é bastante desgastante lidar com a "purgação" dos pensamentos e sentimentos. Chega ser bastante desconfortante.
- É, já senti isso.
- Mas é o que se apresenta e preciso fazer as pazes com o inimigo que se apresenta.
- Nesse bate papo, já fiz as pazes...
- Gosto de uma passagem do filme "O último Samurai" em que Katsumoto "estuda seu inimigo". Foi através desses estudo em comum, que ambos se realizaram.
- Ainda não vi o filme. É aquele com Tom Cruise?
- Sim. Veja com urgência. Procure deixar de lado o mito romântico. Tente assistir o filme de forma arquetípica... Esse filme mostra todo caminhar de um ser condicionado, vitimado pela identificação com os condicionamentos sociais, se descobrindo como ser condicionado, sofrendo com a culpa, com o medo, com o passado e de repente se deparando com o surgimento de um "observador" (Katsumoto)... Essa relação entre observador e coisa observada é que ajuda no descondicionamento. É um filme para ser visto muitas e muitas vezes, por ser profundo demais.
- Vou ver.
- Ele mostra bem como estamos presos na mente, como a mente nos rouba o AGORA, a visão total... E nos faz sempre ver os acontecimentos de forma fragmentada, dualisticamente...
- Compreendo.
- Bem, nossa prosa foi muito boa, Fabricio.
- Demais.
- Só que preciso dar continuidade as tarefas do dia.
- Podemos continuar outro dia?
- Sim! Se me permite, gostaria de utilizá-la em meu Blog.
- Claro, sem problemas!
- Talvez alguém possa se beneficiar com nossas abobrinhas! Acho que nesse diálogo, levantamos questões interessantes.
- Com certeza!
- Fabricio, estou quase sempre on-line e estou sempre aberto para "conversas nutritivas". Já ia esquecendo... Em meu site, www.njro.fot.br há um link onde você pode pesquisar o coração do site cuidar do ser: http://www.njro.fot.br/grupo_02 Dei o nome de "Em busca de Luz".
- Legal, vou conferir!
- Espero que você tenha um bom dia! Agora preciso desligar. Um abraço e bons momentos!
- Para você também! Vou ver o filme e visitar os blogs. Um abraço!