Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

31 janeiro 2011

Modelo Educacional

Crescemos com uma educação apontado para "o que vou ser para poder ter"
e não para "ter o poder do que Sou".
Nelson Jonas

Aprendizagem e conhecimento

Basta um olhar rápido em volta e deparamos com grande sofrimento mental que repercurte negativamente sobre o corpo físico. A sociedade está mergulhada nos mais diferentes interesses que na maioria das vezes, fere a biofilia e a homeostase da vida. Estamos numa sociedade de "consumo" em que tudo passou a ser motivo de propaganda, visando a maiores lucros, cuja finalidade se perde na própria ignorância de si mesmo. O sofrimento é enorme e doenças tais como a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) se propaga como uma praga, levando a preocupações e retirando a alegria genuina da procriação sadia. Transtornos afetivos do humor, onde o ser humano fica a mercê de crises bipolares de depressões e hiperatividade predomina na maior parte da população, acarretando péssimas qualidades de vida. Noitadas e orgias funcionam como válvulas de escape e fugas psicológicas, onde a "droga" comanda o espetáculo. A Mente humana ficou viciada à vida de confortos e fáceis prazeres. Perdemos a sensibilidade que poderia nos trazer a "alegria de viver". Todos nós somos responsáveis perante a vida, apesar de não podermos controlar o próprio andamento cármico da mesma. Acredito, que em nossas mãos, pode estar o equilíbrio e mesmo a sobrevivência do nosso planeta terra: MÃOS A OBRA.

Hagfer

30 janeiro 2011

Um grande discurso humano




"Há milhões de anos, um homem descobriu como fazer o fogo. Provavelmente se queimou na fogueira, que ensinou seus irmãos a acender. Mas deixou-lhes um presente que eles não haviam concebido e acabou com a escuridão da Terra.

Ao longo dos séculos, houve homens que abriram novos caminhos, armados unicamente com sua própria visão. Grandes criadores, pensadores, artistas, cientistas, inventores. Estiveram sozinhos contra os homens de seu tempo.

Cada pensamento novo foi rechaçado... cada invenção nova, denunciada... mas os homens de visão de futuro seguiram em frente. Lutaram, sofreram e pagaram, mas venceram.

Nenhum criador foi impulsionado pelo desejo de satisfazer seus irmãos. Seus irmãos odiaram o presente que ele oferecia.

Sua verdade era seu único motivo. Seu trabalho era seu único objetivo. Seu trabalho, não aqueles que o usaram. Sua criação, não os benefícios que outros derivaram dela. A criação que dava forma à sua verdade.

Ele sustentava a verdade sobre todas as coisas e contra todos os homens. Ele foi em frente, mesmo que outros não estiveram de acordo com ele... com sua integridade como sua única bandeira. Não serviu a nada e a ninguém.

Viveu para ele mesmo... e somente vivendo para si mesmo foi capaz de conseguir as coisas que são a glória da humanidade. Essa é a natureza da realização.

O homem não pode sobreviver, exceto através de sua mente. Ele vem à Terra desarmado. Seu cérebro é sua única arma, mas a mente é um atributo do indivíduo.

Não existe cérebro coletivo. O homem que pensa, deve pensar e agir por si mesmo.

A mente racional não pode trabalhar sob nenhuma forma de coação. Não pode ser subordinada às necessidades, opiniões, ou desejos de outros. Não é um objeto de sacrifício.

O criador se mantém firme em seu próprio julgamento. O parasita segue as opiniões dos outros.

O criador pensa. O parasita copia.

O criador produz, o parasita saqueia.

O interesse do criador é a conquista da natureza. O interesse do parasita é a conquista dos outros homens.

O criador requer a independência. Ele não serve, nem governa. Ele trata com homens pela troca livre e pela escolha voluntária. O parasita procura o poder. O parasita quer prender todos os homens juntos, numa ação comum... e numa escravidão comum.

Ele clama que o homem é somente uma ferramenta para o uso de outros... que deve pensar como eles pensam, e agir como eles agem... vivendo na abnegação, na triste servidão a qualquer um, exceto a si mesmo.

Olhem a história.

Tudo o que temos, cada grande realização... veio do trabalho independente de alguma mente independente.

Cada horror e destruição... veio de tentativas de converter homens em rebanhos sem cérebros, robôs sem almas. Sem direitos pessoais, sem ambição pessoal, sem vontade, esperança ou dignidade.

É um conflito antigo. Tem um outro nome. O indivídual contra o coletivo.

Nosso país, o país mais nobre na história dos homens... foi baseado no princípio do individualismo.

O princípio dos direitos alienáveis do homem.

Um país onde um homem era livre para buscar sua própria felicidade. Para ganhar e produzir, não render-se e não renunciar. Para prosperar, para não morrer de fome. Para conseguir, para não perecer.

Para ter como sua maior possessão, o sentido de valor pessoal... e como sua maior virtude, o seu auto-respeito.

Olhem os resultados. Isto que os coletivistas estão agora pedindo que vocês destruam... tanto quanto da Terra foi destruído.

Eu sou um arquiteto. Eu sei que se constroi a partir das bases.

Estamos nos aproximando de um mundo no qual eu não posso me permitir viver.

Minhas idéias são minha propriedade. Foram retiradas de mim pela força, pela ruptura de contrato. Nenhum recurso me foi deixado.

Acreditaram que meu trabalho pertencia a outros, para fazer o que quiserem, que tinham direito sobre mim, sem o meu consentimento... que era meu dever servir-lhes, sem alternativa ou recompensa.

Agora vocês sabem porque eu dinamitei Cortlandt. Eu projetei Cortlandt... eu o fiz possível... eu o destrui.

Eu concordei projetá-lo, com a finalidade de vê-lo construído como eu desejei. Esse foi o preço que eu coloquei em meu trabalho. Eu não fui pago.

Meu edifício foi desfigurado pelos que se beneficiaram com o meu trabalho e não me deram nada em troca.

Eu vim aqui dizer que eu não reconheço... o direito de ninguém a um minuto de minha vida. Nem a qualquer parte de minha energia, nem a alguma de minhas realizações. Não importa quem faça a reivindicação.

Tem que ser dito. O mundo está perecendo em uma orgia de auto-sacrifício.

Eu vim aqui para ser ouvido... em nome de cada homem independente que há ainda no mundo.

Eu quis estabelecer meus termos. Eu não quero trabalhar ou viver como alguns outros.

Meus termos são o direito do homem de existir por suas próprias razões."


Ayn Rand

As possessões supremas do homem

Contemplação

Pode um homem sacrificar sua integridade, seus direitos, sua liberdade, suas convicções, a honestidade de seus sentimentos, a independência de seu pensamento?

Estas são as possessões supremas de um homem.

A que deve sacrificá-la? A quem? Auto-sacrifício?

Mas é precisamente sua essência que não pode e não deve ser sacrificada. A essência de um homem é seu espírito.

É o não-sacrifício de sua essência que devemos respeitar, sobre todas as coisas.

Ayn Rand - filósofa

Desconectar para Conectar


O Império do Consumo

Filhos do Consumo, upload feito originalmente por NJRO.


A explosão do consumo no mundo atual faz mais barulho do que todas as guerras e mais algazarra do que todos os carnavais. Como diz um velho provérbio turco, aquele que bebe a conta, fica bêbado em dobro. A gandaia aturde e anuvia o olhar; esta grande bebedeira universal parece não ter limites no tempo nem no espaço. Mas a cultura de consumo faz muito barulho, assim como o tambor, porque está vazia; e na hora da verdade, quando o estrondo cessa e acaba a festa, o bêbado acorda, sozinho, acompanhado pela sua sombra e pelos pratos quebrados que deve pagar. A expansão da demanda se choca com as fronteiras impostas pelo mesmo sistema que a gera. O sistema precisa de mercados cada vez mais abertos e mais amplos tanto quanto os pulmões precisam de ar e, ao mesmo tempo, requer que estejam no chão, como estão, os preços das matérias primas e da força de trabalho humana. O sistema fala em nome de todos, dirige a todos suas imperiosas ordens de consumo, entre todos espalha a febre compradora; mas não tem jeito: para quase todo o mundo esta aventura começa e termina na telinha da TV. A maioria, que contrai dívidas para ter coisas, termina tendo apenas dívidas para pagar suas dívidas que geram novas dívidas, e acaba consumindo fantasias que, às vezes, materializa cometendo delitos.

O direito ao desperdício, privilégio de poucos, afirma ser a liberdade de todos.

Dize-me quanto consomes e te direi quanto vales.

Esta civilização não deixa as flores dormirem, nem as galinhas, nem as pessoas. Nas estufas, as flores estão expostas à luz contínua, para fazer com que cresçam mais rapidamente. Nas fábricas de ovos, a noite também está proibida para as galinhas. E as pessoas estão condenadas à insônia, pela ansiedade de comprar e pela angústia de pagar.

Este modo de vida não é muito bom para as pessoas, mas é muito bom para a indústria farmacêutica. Os EUA consomem metade dos calmantes, ansiolíticos e demais drogas químicas que são vendidas legalmente no mundo; e mais da metade das drogas proibidas que são vendidas ilegalmente, o que não é uma coisinha à-toa quando se leva em conta que os EUA contam com apenas cinco por cento da população mundial.

«Gente infeliz, essa que vive se comparando», lamenta uma mulher no bairro de Buceo, em Montevidéu. A dor de já não ser, que outrora cantava o tango, deu lugar à vergonha de não ter. Um homem pobre é um pobre homem.

«Quando não tens nada, pensas que não vales nada», diz um rapaz no bairro Villa Fiorito, em Buenos Aires.

E outro confirma, na cidade dominicana de San Francisco de Macorís: «Meus irmãos trabalham para as marcas. Vivem comprando etiquetas, e vivem suando feito loucos para pagar as prestações».

Invisível violência do mercado: a diversidade é inimiga da rentabilidade, e a uniformidade é que manda.

A produção em série, em escala gigantesca, impõe em todas partes suas pautas obrigatórias de consumo. Esta ditadura da uniformização obrigatória é mais devastadora do que qualquer ditadura do partido único: impõe, no mundo inteiro, um modo de vida que reproduz seres humanos como fotocópias do consumidor exemplar. O consumidor exemplar é o homem quieto. Esta civilização, que confunde quantidade com qualidade, confunde gordura com boa alimentação.

Segundo a revista científica The Lancet, na última década a «obesidade mórbida» aumentou quase 30% entre a população jovem dos países mais desenvolvidos. Entre as crianças norte-americanas, a obesidade aumentou 40% nos últimos dezesseis anos, segundo pesquisa recente do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Colorado. O país que inventou as comidas e bebidas light, os diet food e os alimentos fat free, tem a maior quantidade de gordos do mundo. O consumidor exemplar desce do carro só para trabalhar e para assistir televisão. Sentado na frente da telinha, passa quatro horas por dia devorando comida plástica. Vence o lixo fantasiado de comida: essa indústria está conquistando os paladares do mundo e está demolindo as tradições da cozinha local. Os costumes do bom comer, que vêm de longe, contam, em alguns países, milhares de anos de refinamento e diversidade e constituem um patrimônio coletivo que, de algum modo, está nos fogões de todos e não apenas na mesa dos ricos. Essas tradições, esses sinais de identidade cultural, essas festas da vida, estão sendo esmagadas, de modo fulminante, pela imposição do saber químico e único: a globalização do hambúrguer, a ditadura do fast food. A plastificação da comida em escala mundial, obra do McDonald´s, do Burger King e de outras fábricas, viola com sucesso o direito à autodeterminação da cozinha: direito sagrado, porque na boca a alma tem uma das suas portas. A Copa do Mundo de futebol de 1998 confirmou para nós, entre outras coisas, que o cartão MasterCard tonifica os músculos, que a Coca-Cola proporciona eterna juventude e que o cardápio do McDonald´s não pode faltar na barriga de um bom atleta. O imenso exército do McDonald´s dispara hambúrgueres nas bocas das crianças e dos adultos no planeta inteiro. O duplo arco dessa M serviu como estandarte, durante a recente conquista dos países do Leste Europeu. As filas na frente do McDonald´s de Moscou, inaugurado em 1990 com bandas e fanfarras, simbolizaram a vitória do Ocidente com tanta eloqüência quanto a queda do Muro de Berlim. Um sinal dos tempos: essa empresa, que encarna as virtudes do mundo livre, nega aos seus empregados a liberdade de filiar-se a qualquer sindicato. O McDonald´s viola, assim, um direito legalmente consagrado nos muitos países onde opera. Em 1997, alguns trabalhadores, membros disso que a empresa chama de Macfamília, tentaram sindicalizar-se em um restaurante de Montreal, no Canadá: o restaurante fechou. Mas, em 98, outros empregados do McDonald´s, em uma pequena cidade próxima a Vancouver, conseguiram essa conquista, digna do Guinness. As massas consumidoras recebem ordens em um idioma universal: a publicidade conseguiu aquilo que o esperanto quis e não pôde. Qualquer um entende, em qualquer lugar, as mensagens que a televisão transmite.

No último quarto de século, os gastos em propaganda dobraram no mundo todo. Graças a isso, as crianças pobres bebem cada vez mais Coca-Cola e cada vez menos leite e o tempo de lazer vai se tornando tempo de consumo obrigatório.

Tempo livre, tempo prisioneiro: as casas muito pobres não têm cama, mas têm televisão, e a televisão está com a palavra. Comprado em prestações, esse animalzinho é uma prova da vocação democrática do progresso: não escuta ninguém, mas fala para todos. Pobres e ricos conhecem, assim, as qualidades dos automóveis do último modelo, e pobres e ricos ficam sabendo das vantajosas taxas de juros que tal ou qual banco oferece. Os especialistas sabem transformar as mercadorias em mágicos conjuntos contra a solidão. As coisas possuem atributos humanos: acariciam, fazem companhia, compreendem, ajudam, o perfume te beija e o carro é o amigo que nunca falha. A cultura do consumo fez da solidão o mais lucrativo dos mercados.

Os buracos no peito são preenchidos enchendo-os de coisas, ou sonhando com fazer isso. E as coisas não só podem abraçar: elas também podem ser símbolos de ascensão social, salvo-condutos para atravessar as alfândegas da sociedade de classes, chaves que abrem as portas proibidas. Quanto mais exclusivas, melhor: as coisas escolhem você e salvam você do anonimato das multidões.

A publicidade não informa sobre o produto que vende, ou faz isso muito raramente. Isso é o que menos importa. Sua função primordial consiste em compensar frustrações e alimentar fantasias. Comprando este creme de barbear, você quer se transformar em quem? O criminologista Anthony Platt observou que os delitos das ruas não são fruto somente da extrema pobreza.

Também são fruto da ética individualista. A obsessão social pelo sucesso, diz Platt, incide decisivamente sobre a apropriação ilegal das coisas. Eu sempre ouvi dizer que o dinheiro não trás felicidade; mas qualquer pobre que assista televisão tem motivos de sobra para acreditar que o dinheiro trás algo tão parecido que a diferença é assunto para especialistas.

Segundo o historiador Eric Hobsbawm, o século XX marcou o fim de sete mil anos de vida humana centrada na agricultura, desde que apareceram os primeiros cultivos, no final do paleolítico. A população mundial torna-se urbana, os camponeses tornam-se cidadãos. Na América Latina temos campos sem ninguém e enormes formigueiros urbanos: as maiores cidades do mundo, e as mais injustas. Expulsos pela agricultura moderna de exportação e pela erosão das suas terras, os camponeses invadem os subúrbios. Eles acreditam que Deus está em todas partes, mas por experiência própria sabem que atende nos grandes centros urbanos. As cidades prometem trabalho, prosperidade, um futuro para os filhos. Nos campos, os esperadores olham a vida passar, e morrem bocejando; nas cidades, a vida acontece e chama. Amontoados em cortiços, a primeira coisa que os recém chegados descobrem é que o trabalho falta e os braços sobram, que nada é de graça e que os artigos de luxo mais caros são o ar e o silêncio. Enquanto o século XIV nascia, o padre Giordano da Rivalto pronunciou, em Florença, um elogio das cidades. Disse que as cidades cresciam «porque as pessoas sentem gosto em juntar-se». Juntar-se, encontrar-se. Mas, quem encontra com quem? A esperança encontra-se com a realidade? O desejo, encontra-se com o mundo? E as pessoas, encontram-se com as pessoas? Se as relações humanas foram reduzidas a relações entre coisas, quanta gente encontra-se com as coisas? O mundo inteiro tende a transformar-se em uma grande tela de televisão, na qual as coisas se olham mas não se tocam. As mercadorias em oferta invadem e privatizam os espaços públicos. Os terminais de ônibus e as estações de trens, que até pouco tempo atrás eram espaços de encontro entre pessoas, estão se transformando, agora, em espaços de exibição comercial. O shopping center, o centro comercial, vitrine de todas as vitrines, impõe sua presença esmagadora. As multidões concorrem, em peregrinação, a esse templo maior das missas do consumo. A maioria dos devotos contempla, em êxtase, as coisas que seus bolsos não podem pagar, enquanto a minoria compradora é submetida ao bombardeio da oferta incessante e extenuante. A multidão, que sobe e desce pelas escadas mecânicas, viaja pelo mundo: os manequins vestem como em Milão ou Paris e as máquinas soam como em Chicago; e para ver e ouvir não é preciso pagar passagem. Os turistas vindos das cidades do interior, ou das cidades que ainda não mereceram estas benesses da felicidade moderna, posam para a foto, aos pés das marcas internacionais mais famosas, tal e como antes posavam aos pés da estátua do prócer na praça. Beatriz Solano observou que os habitantes dos bairros suburbanos vão ao center, ao shopping center, como antes iam até o centro. O tradicional passeio do fim-de-semana até o centro da cidade tende a ser substituído pela excursão até esses centros urbanos. De banho tomado, arrumados e penteados, vestidos com suas melhores galas, os visitantes vêm para uma festa à qual não foram convidados, mas podem olhar tudo. Famílias inteiras empreendem a viagem na cápsula espacial que percorre o universo do consumo, onde a estética do mercado desenhou uma paisagem alucinante de modelos, marcas e etiquetas. A cultura do consumo, cultura do efêmero, condena tudo à descartabilidade midiática. Tudo muda no ritmo vertiginoso da moda, colocada à serviço da necessidade de vender. As coisas envelhecem num piscar de olhos, para serem substituídas por outras coisas de vida fugaz. Hoje, quando o único que permanece é a segurança, as mercadorias, fabricadas para não durar, são tão voláteis quanto o capital que as financia e o trabalho que as gera. O dinheiro voa na velocidade da luz: ontem estava lá, hoje está aqui, amanhã quem sabe onde, e todo trabalhador é um desempregado em potencial. Paradoxalmente, os shoppings centers, reinos da fugacidade, oferecem a mais bem-sucedida ilusão de segurança. Eles resistem fora do tempo, sem idade e sem raiz, sem noite e sem dia e sem memória, e existem fora do espaço, além das turbulências da perigosa realidade do mundo. Os donos do mundo usam o mundo como se fosse descartável: uma mercadoria de vida efêmera, que se esgota assim como se esgotam, pouco depois de nascer, as imagens disparadas pela metralhadora da televisão e as modas e os ídolos que a publicidade lança, sem pausa, no mercado.

Mas, para qual outro mundo vamos nos mudar? Estamos todos obrigados a acreditar na historinha de que Deus vendeu o planeta para umas poucas empresas porque, estando de mau humor, decidiu privatizar o universo? A sociedade de consumo é uma armadilha para pegar bobos. Aqueles que comandam o jogo fazem de conta que não sabem disso, mas qualquer um que tenha olhos na cara pode ver que a grande maioria das pessoas consome pouco, pouquinho e nada, necessariamente, para garantir a existência da pouca natureza que nos resta. A injustiça social não é um erro por corrigir, nem um defeito por superar: é uma necessidade essencial.

Não existe natureza capaz de alimentar um shopping center do tamanho do planeta. Tradução: Verso Tradutores

Autor: Eduardo Galeano

29 janeiro 2011

O estágio do Câncer do Capitalismo

“Na verdade, os economistas nada têm de economistas. São, sim, propagandistas do valor do dinheiro. Este sistema desperdiça mais do que qualquer outro da história do planeta. Portanto, você não está lidando com um sistema econômico, mas sim, eu me atreveria a dizer, com um sistema antieconômico.”

Dr. John McMurty, autor do livro “The Cancer Stage of Capitalism

...

Finalmente a espera terminou! O time linguístico internacional do Movimento Zeitgeist acaba de colocar no canal do YouTube as legendas para mais 20 idiomas, incluindo Português-BR. Para todos que aguardavam ansiosamente para assistir o Zeitgeist: Moving Forward, a hora é agora.  Para ativar as legendas, clique no botão “CC”. Aparecerá uma lista de idiomas para escolher. Use a barra vermelha para rolar a janela e selecionar o Português-BR.

Os sonhos são desordem

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O bosque dormia; o serpenteante atalho que o atravessava estava escuro e não se percebia o mais leve movimento. O prolongado crepúsculo estava desaparecendo nesses instantes, e o silêncio da noite cobria a terra. A pequena correnteza, tão por um fio em seu gotejar durante o dia, ia cedendo à quietude da noite que se aproximava. Através das pequenas aberturas entre as folhas se divisavam as estrelas, brilhantes e muito próximas. A escuridão da noite é tão necessária como a luz do dia. As acolhedoras árvores, recolhidas agora em si mesmas, se mostravam distantes; se encontravam aí, rodeando a ele, porém afastadas e inacessíveis; dormiam e não havia que molestá-las. Nesta quieta escuridão, havia um crescer e um florescer que reunia forças para se enfrentar à vibrante vitalidade do dia.

À noite e o dia são essenciais, ambos dão vida e energia a todas as coisas vivas. Só o homem a dissipa. O dormir é muito importante; um dormir sem demasiado sono nem agitação. Enquanto dormimos ocorrem muitas coisas, tanto no organismo físico como no cérebro (a mente é o cérebro); ambos é uma só coisa, um movimento único. Para esta estrutura total, o dormir é absolutamente essencial. Durante o sono advém a ordem, o ajuste das funções e se originam percepções mais profundas; quanto mais quieto está o cérebro, tanto mais profundo é o discernimento. O cérebro necessita segurança e ordem para funcionar harmoniosamente, sem atrito algum. A noite se encarrega disso, e durante o dormir tranqüilo há movimentos, há estados que o pensamento jamais poderá alcançar. Os sonhos são desordem; deformam a percepção total. Enquanto dorme a mente se rejuvenesce a si mesma.

Porém, ao se dizer que os sonhos são necessários, que se não sonhar se pode enlouquecer, afirma-se que ajudam e são reveladores. Estão os sonhos superficiais, que não tem muito significado, estão os sonhos significativos e também existe o estado sem sonhos em absoluto. Os sonhos são em suas diferentes formas e símbolos a expressão de nossa vida cotidiana. Se não há harmonia, se não há ordem em nossa vida cotidiana de relação, então os sonhos são uma continuação dessa desordem. Enquanto dormimos, o cérebro trata de produzir essa ordem a partir desta confusa contradição. Nesta luta constante entre a ordem e a desordem, o cérebro se desgasta. Porém, ele deve ter segurança e ordem para poder funcionar, e assim é como chegam a serem necessárias as crenças, as ideologias e demais conceitos neuróticos. Converter a noite em dia é um desses hábitos neuróticos. A insensatez que se desenvolve no mundo moderno depois do anoitecer, é um escape da rotina e o tédio do dia.

A total percepção da desordem na relação tanto privada como pública, pessoal ou distante, o dar-se conta, sem opção alguma, do ‘que é’ durante as horas conscientes do dia, produz ordem onde imperava a desordem. Então o cérebro não necessita buscar por ordem enquanto dormimos. Os sonhos são só superficiais, sem significação. A ordem na totalidade da consciência, não só no nível ‘consciente’, se produz quando cessa completamente a divisão entre o observador e o observado. Transcende-se ‘o que é’ quando o observador que é o passado, que é tempo chega a seu fim. O presente ativo, ‘o que é’, não se acha escravo do tempo, como é o observador.

Só quando a mente o cérebro e o organismo tem esta ordem total durante o sono, que há uma percepção profunda desse estado inexpressável em palavras, desse movimento intemporal. Isto não é nenhum sonho fantástico, alguma válvula de escape. É a meditação em sua expressão máxima e completa. Tanto faz se o cérebro está ativo, desperto ou dormido, porém o constante conflito entre a ordem e a desordem, desgasta ao cérebro. A ordem é a mais alta forma de virtude, sensibilidade, inteligência. Quando existe esta grande beleza da ordem, da harmonia, o cérebro não está incessantemente ativo; certas partes se encarregam da memória, porém essa é uma parte muito pequena; o resto do cérebro se acha livre do ruído da experiência. Dessa liberdade é a ordem, a harmonia do silêncio. Esta liberdade e o ruído da memória se movem juntos; a ação deste movimento é inteligência. A meditação consiste em estar livre do conhecido e, não obstante, operar no campo do conhecido. Não há um ‘eu’ como operador. Esta meditação se desenvolve tanto no sonho como na vigília.

O atalho saía lentamente do bosque e, de horizonte a horizonte, o céu se encontrava repleto de estrelas. Nos campos nada se movia.

Krishnamurti - 10 de Outubro de 1973

28 janeiro 2011

Feira Livre

Teatro
Numa certa manhã de sol...
- Bom dia, freguês!
- Bom dia!
- É novo por aqui?
- Acabei de me instalar!
- Seja bem-vindo! Em que posso lhe servir?
- Uma máscara de respeitável pai de família.
- Um minuto, senhor... Aqui está. Quer aproveitar a máscara de respeitado trabalhador exemplar domesticado?
- Quanto está custando?
- Para o senhor que é novo, num custo especial que não chega a ser os olhos da cara; pode-ser?
- Coloca aí, vai!... Ah! Quero também uma máscara de um ativo crente filho de Deus. A que o senhor tem, acompanha terno, gravata e chapéu de Cowboy?
- Sim senhor, juntamente com um enorme anel imitando ouro. Se levar o kit completo, pode parcelar em até doze vezes, sem juros.
- Jura?
- Pelo sagrado sobrenome de minha família e o solo deste país!
- E quanto a forma de pagamento?
- Pode fazer no cartão de crédito ou num carnezinho abençoado.
- Não acredito!
- Pois pode crer!
- Ok! Então, vou levar!
- Mais alguma coisa, patrão?
- Deixe-me ver... Sinto que estou esquecendo algo...
- Contribuinte exemplar?
- Não, essa já tenho. Está um pouco antiga mas ainda dá para o gasto.
- Torcedor remido?
- Essa ganhei do meu avô!
- Não está pensando em trocar?
- Nada! Fiel até o fim da vida!... Deixe-me ver... Tenho certeza que estou esquecendo algo...
- Fique à vontade! Se eu puder lhe ajudar, basta fazer um sinal.
- Ok!... Ah! Lembrei!
- Pois, não!
- Quero uma de Filósofo Contemporâneo!
- Desculpe, patrão, mas essa, vou ficar devendo... É a primeira vez que me pedem nestes meus quarenta e quatro anos de feira livre! Mais alguma coisa?
- Não! Acho que por hoje é só! Por favor, a conta!
- Disse bem; por hoje é só! Nunca se sabe a máscara que estará em voga amanhã, não é mesmo?... Então, posso passar a régua?
- Desde que seja na justa medida, pode!
- Aqui está senhor!
- Tudo isso?...
- Sinto muito, senhor! Os tempos estão difíceis!
- Pois é: está cada vez mais caro pagar a conta de coisas que, para mim, em nada conta!

Nelson Jonas

Por que os realistas são hostis à filosofia?

sanidade
Por que os realistas são hostis à filosofia? Porque eles desconhecem sua própria vocação e porque colocam todos os seus esforços a permanecer em seu universo limitado em vez de torná-lo ilimitado! Por que odeiam as abstrações? POrque eles próprios são seres abstratos, porque não buscam seu próprio desenvolvimento, nem seu vôo rumo à verdade libertadora!

Max Stirner

A busca por segurança

Corporação
Em todo o mundo, os seres humanos estão sempre buscando segurança, tanto física, quanto psicológica. A segurança física é negada quando a segurança psicológica – que realmente não existe – é solicitada em várias formas de ilusão e na divisão causada pelas crenças, dogmas, sanções religiosas e coisas assim. Enquanto houver essas divisões psicológicas, haverá, inevitavelmente, a divisão física com todos os seus conflitos, suas guerras, o sofrimento, a tragédia e a desumanidade entre os homens.

Krishnamurti, The Wholeness of Life, p150

As ilusões de segurança


O homem cego ao perigo é um tolo; há algo de errado com ele. Nós, entretanto, não vemos o perigo dessas ilusões nas quais buscamos segurança. O homem que age pela inteligência percebe o perigo. Nessa inteligência há segurança absoluta. O pensamento criou várias formas de ilusão - nacionalidades, classes, diferentes deuses, crenças, dogmas, rituais diferentes e as extraordinárias superstições religiosas que permeiam o mundo - e nelas ele tem procurado segurança. Não vemos o perigo dessa segurança, dessa ilusão. Quando percebemos esse perigo - não como uma idéia, mas como um fato real - esse ver é inteligência, a forma suprema de segurança absoluta. Portanto, existe uma segurança absoluta: é a de ver o verdadeiro no falso.

Krishnamurti - Perguntas e Respostas - Cultrix

26 janeiro 2011

Sobre amizade

Amizade
Tolamente pensamos, em nossos dias de pecado, que devemos cortejar amigos para estar de acordo com costumes sociais, vestimentas e educação, seus julgamentos. Mas apenas poderá ser minha amiga aquela alma que eu encontrar na linha de minha própria marcha, a alma que eu não desaprove e que não me desaprove e, nativa das mesmas latitudes celestiais, repita toda a minha experiência na sua própria. 

(...)

Nada é punido com maior rigor que a negligência para com as afinidades que, sozinhas, deveriam ser responsáveis pela formação da sociedade, e a insana levianidade de escolher companhia pelos olhos dos outros. 

(...)

Reprovo a sociedade, abraço a solidão e, no entanto, não sou tão ingrato a ponto de não ver o sábio, o amável e o de mente nobre quando tempos em tempos eles passam diante de meu portão. Quem me ouve, quem me entende, torna-se meu - uma possessão para todos os instantes. E não será a natureza tão pobre a ponto de não me ofertar esta alegria diversas vezes, de modo que tecemos nossos próprios fios sociais, uma nova teia de relações; e, como diversos pensamentos em sucessão se auto-substanciam, de um momento para o outro nos encontraremos em um novo mundo de nossa própria criação, não mais forasteiros e peregrinos em um globo que nos foi entregue. Meus amigos a mim vieram sem que eu os buscasse. O grande Deus a mim os deu. Pelo mais antigo direito, pela divina afinidade da virtude consigo mesma, eu os encontro, ou melhor, não eu, mas a Divindade que em mim e neles habita suprime e faz ridículas as muralhas espessas do caráter individual - e das relações, da idade, do sexo, das circunstâncias, com as quais ele normalmente conspira - tornando assim um o que era múltiplo. Muitos agradecimentos vos devo, amantes excelsos que levam para mim o mundo a novas e nobres profundezas, e alargam o significado de todos os meus pensamentos.

(...)

A alma cerca-se de amigos para que possa alcançar maior autoconhecimento ou solidão; e ela permanece sozinha por uma temporada, para que possa melhorar sua conversação ou companhia. Este método se mostra ao longo de toda a história de nossas relações pessoais. O instinto para a afeição revive a esperança de união com nossos iguais, e a sensação de isolamento que revém nos faz suspender a busca.

(...)

Procuramos por nosso amigo não de modo sagrado, mas com paixão adulterada, que dele quer fazer nossa posse. Em vão. Somos totalmente armados de sutis antagonismos que, tão logo nos encontramos, entram em jogo e traduzem toda poesia em decomposta prosa. Quase todas as pessoas se rebaixam para se encontrar. Toda associação deve ser um compromisso e, o que é pior, a própria flor e o aroma da flor em cada uma das belas naturezas desaparecem quando se aproximam das outras. Que perpétuo desapontamento é a sociedade real, mesmo a dos virtuosos e dotados! Depois de encontros terem sido arranjados com grande antecipação, vemo-nos atormentados por explosões abafadas, por súbitas e intempestivas apatias, por convulsões do engenho e dos impulsos vitais, no auge da amizade e do pensamento. Nossas faculdades não nos correspondem, e ambas as partes se sentem aliviadas com a solidão.

(...)

Não desejo tratar amizades com suavidade, mas com a mais áspera coragem. Quando elas são reais, não são lâminas de vidro ou esculturas de gelo, mas a coisa mais sólida que conhecemos. 

Ralph Waldo Emerson

25 janeiro 2011

Mesquinhez

Mesquinhez
Um homem que visa a fins elevados não tem necessidades mesquinhas.

Ralph Waldo Emerson

O homem é uma escada

O homem é uma escada, upload feito originalmente por NJRO.
O homem é uma escada — há muitas possibilidades nele: é ao mesmo tempo perigo e dignidade, glória e agonia.

É mais fácil cair — cair sempre é mais fácil, não é preciso esforço algum. Levantar-se requer esforço. Quanto mais alto você quiser subir, mais esforço será preciso. Se quiser alcançar os picos da consciência, terá de arriscar tudo.

Você não deve subestimar seu ser, porque, aliás, o homem não tem ser algum — apenas um espectro de possibilidades, o espectro total.

Essa é a beleza do homem e também sua amargura. O homem é o único animal ansioso na existência, o único animal que sente angústia. Ele está sempre na encruzilhada, tem de escolher o tempo todo: ser ou não ser, ser isso ou ser aquilo. Está dividido.

Sannyas é uma decisão, um compromisso de se elevar aos picos mais altos.

Osho, em "Meditações Para a Noite"

24 janeiro 2011

Nada te pode trazer paz

Mantenedores da ordem
A sociedade é uma onda. A onda move-se para a frente, mas a água da qual é composta não. A mesma partícula não sobe do vale para a crista. Sua unidade é apenas fenomênica. As pessoas que hoje perfazem uma nação morrem no ano seguinte, e sua experiência com elas.

E assim, a confiança na Propriedade, incluindo a confiança nos governos que a protegem, expressa a falta de autoconfiança. Os homens têm olhado para fora de si mesmos, para coisas, por tão longo tempo que chegaram a estimar as instituições religiosas, eruditas e civis como guardas da propriedade, e desaprovam investidas contra estas, porque as consideram investidas contra a propriedade. Eles medem sua estima recíproca pelo que cada um possui, e não pelo que cada um é. Mas um homem cultivado acaba por envergonhar-se de sua propriedade, graças a um novo respeito por sua natureza. Ele odeia especialmente aquilo que possui quando o comprova meramente acidental - caiu-lhe nas mãos por herança, ou doação, ou como produto do crime; então sente que não é um possuir; não lhe pertence, não está enraizado nele, e simplesmente se acha ali porque nenhuma revolução ou nenhum ladrão o levou embora. Mas aquilo pelo qual um homem é, ele o adquire necessariamente, e aquilo que o homem assim adquire é propriedade viva que não aguarda o gesto dos governantes, nem a turba, nem as revoluções, nem o fogo, nem as tempestades, nem as bancarrotas, mas se renova perpetuamente onde quer que o homem respire. "Teu quinhão ou porção de vida", disse o califa Ali, "te procura; assim sendo, folga em procurá-lo." Nossa dependência desses bens que nos são estranhos nos conduz ao respeito servil pelos números...

Não desta maneira, ó amigos, Deus condescenderá em entrar e habitar em ,vós, mas pelo método exatamente inverso. É somente quando o homem se desvencilha de todo suporte externo e fica a sós consigo, que eu lhe predico força e prevalência. A cada recruta sob sua bandeira, vejo-o mais fraco. Não é um homem melhor do que uma cidade? Nada peças aos homens e, na infinita mutação, serás a única coluna firme que em breve terá de surgir como o sustentáculo de todos que te cercam. Aquele que sabe que o poder é inato, que ele é fraco porque procurou o bem fora de si e alhures, e que, dando-se conta disso, toma sem hesitação partido de seu pensamento, corrigindo-se instantaneamente, apruma-se, comanda seus membros, faz milagres; da mesma forma que o homem que se ergue sobre os pés é mais forte do que o homem que caminha de cabeça para baixo.

Usa, pois, tudo o que se chama Fortuna. A maioria dos homens especula com ela, e tudo ganha ou tudo perde, ao girar de sua roleta. Mas abandona como ilegais esses ganhos, e lida com a Causa e com o Efeito, os chanceleres de Deus. Junto à Vontade, trabalha e adquire, e terás agrilhoado a roda da Fortuna, e deixarás de temer suas rotações. Uma vitória política, um aumento de rendas, a convalescença de teu doente, ou o regresso de teu amigo ausente, ou algum outro acontecimento favorável eleva teu espírito, e estás certo de, com isso, poder contar com bons dias por vir. Não te fies nisso. Nada te pode trazer paz senão tu mesmo. Nada te pode trazer paz senão o triunfo dos princípios.

Ralph Waldo Emerson

Espelho Mental

Distorção, upload feito originalmente por NJRO.

No espelho da mente, todos os tipos de imagem aparecem e desaparecem. Sabendo que elas são inteiramente suas criações, observe-as silenciosamente irem e virem. Esteja alerta, mas não perturbado. Essa atitude de observação silenciosa é a própria fundação da yoga. Você vê a imagem, mas você não é a imagem.

Nisargadatta Maharaj

Crise de Identidade

Crise de identidade, upload feito originalmente por NJRO.

Sempre que há uma crise de identidade, quando as pessoas não sabem quem elas são, quando o passado perde sua força, quando as pessoas ficam desenraizadas do tradicional, quando o passado deixa de ser relevante, surge essa crise, uma grande crise de identidade; quem somos nós? Que devemos fazer?

Essa oportunidade também pode se transformar numa maldição, se você cair vítima de algum Adolf Hitler; mas essa maldição pode se tornar numa grande abertura para o desconhecido, se você tiver bastante sorte de estar próximo a um Buda. Se você tiver bastante sorte de estar apaixonado por um Buda, sua vida pode ser transformada.

As pessoas que ainda estão apegadas à tradição e que pensam que sabem o que é certo e o que é errado, nunca encontrarão um Buda. Continuarão a viver suas vidas, suas vidas rotineiras, uma vida triste, uma vida morta. Continuarão realizando suas tarefas como seus antepassados costumavam fazer. Por séculos, eles têm estado seguindo uma trilha e prosseguirão seguindo essa velha trilha.

É claro, quando você segue uma velha trilha, você se sente seguro; tantas pessoas já caminharam por ela. Mas quando você vem para um Buda e você começa a se mover no desconhecido, não há nenhuma avenida, nenhuma vereda antiga. Você terá que fazer seu próprio caminho andando; a estrada não será encontrada pronta.

Posso lhes dar encorajamento para que vocês se movam por si próprios. Posso disparar um processo de investigação em vocês; mas não lhes darei um sistema de pensamento, não lhes darei qualquer certeza. Darei somente uma peregrinação... Uma peregrinação que é perigosa, uma peregrinação que tem milhões e milhões de armadilhas, uma peregrinação na qual vocês terão que enfrentar cada vez mais e mais perigos a cada dia, uma peregrinação que levará vocês para o topo da consciência humana, para o quarto estado. Mas quanto mais alto vocês forem, maior será o risco de cair.

Só posso lhes prometer uma grande aventura, arriscada, perigosa, sem nenhuma promessa de que vocês alcançarão; porque o desconhecido não pode ser garantido.

Vocês estão entrando num belo espaço. Se o bem e o mal deixaram de existir, tanto melhor! Agora penetrem em outra dimensão, não feita pelo homem, onde as distinções não são relevantes, onde nada é bom e nada é ruim, onde o que quer que seja é, e o que não é, não é. Não há nenhuma questão de bom e ruim; ou uma coisa é ou não é. O bom e o ruim não são nada senão alternativas a serem escolhidas: ou escolha isso ou escolha aquilo. Isso lhe mantém na divisão do ou isso ou aquilo.

No momento em que você começar a ver a enganação do bom e do mal, quando você começar a ver que estas são coisas manufaturadas socialmente... É claro que eles são utilitários, e não estou dizendo para ir ao mercado e se comportar como se não houvesse nada de bom e nada de errado. Não estou dizendo para caminhar pelo meio da estrada, nem dizendo o que importa se a pessoa caminha pela direita ou pela esquerda.

Quando você estiver com as pessoas, lembre-se de que para eles, o bem e o mal ainda existem. Seja respeitoso para com eles e seus sonhos. Não é para você perturbar o sonho de ninguém. Quem é você? Não é para você interferir. Seja gentil com as pessoas e com a estupidez delas, seja gentil para com eles e os jogos deles. Mas por todo o tempo se lembre, bem no fundo nada é bom, nada é ruim.

A existência está simplesmente lá; não há nada para escolher. E lembre-se, quando não há nada a escolher, você se tornará indiviso. Quando existe algo para escolher, isso também lhe divide. A divisão é uma espada de dois gumes: ela divide a realidade exterior, ela lhe divide interiormente. Se você escolher, você escolhe a divisão, você escolhe ser partido, você escolhe a esquizofrenia. Se você não escolher, se você souber que não há nada bom, nada ruim, você escolhe a sanidade.

Não escolher coisa alguma é escolher sanidade, não escolher é ser são, porque agora não há nenhuma divisão externa, como você pode ficar dividido interiormente? O interior e o exterior estão juntos. Você se torna indivisível, você se torna um indivíduo. Esse é o processo de individualizaçã o. Nada é bom, nada é ruim. Quando isso chega em sua consciência, subitamente você está inteiro, todos os fragmentos desaparecem numa unidade. Você está cristalizado, você está centrado.

Vir a saber que nada é bom, nada é ruim, é o momento decisivo; é uma conversão. Você começa a olhar para dentro; a realidade externa perde o sentido. A realidade social é uma ficção, um belo drama; você pode participar dele, mas então, não o leve a sério. É apenas um papel a ser desempenhado, faça-o tão belamente, tão eficientemente quanto possível. Mas não o tome como algo sério, não há nada do supremo nele.

O supremo é o interior; a alma não dividida sabe disso. E, chegar até essa alma, esse é o ponto crítico.

Autor: Osho,The Book of Wisdom

Seja amoroso consigo mesmo

espelho
Ame-se, respeite-se, seja gentil consigo mesmo. A menos que você seja amoroso para consigo mesmo, você não pode ser amoroso com ninguém, absolutamente. A menos que você seja atencioso consigo mesmo, você não pode ser atencioso com ninguém; é impossível.

Eu lhe ensino a ser realmente egoísta, de modo que você possa ser altruísta. Não há contradição entre ser egoísta e ser altruísta: ser egoísta é a própria fonte de ser altruísta. Mas até agora você tem aprendido exatamente o oposto, lhe ensinaram o contrário.

E qual tem sido o resultado desse ensinamento? Ninguém ama ninguém. A pessoa que se condena não pode amar ninguém. Se você não pode amar nem sequer a si mesmo - porque você é a pessoa mais próxima a você -, se seu amor não pode nem mesmo alcançar o ponto mais próximo, é impossível seu amor chegar até as estrelas. Você não pode amar nada - você pode fingir. E é isso que a humanidade se tornou: uma comunidade de fingidores, hipócritas.

Por favor tente entender o que quero dizer por ser egoísta. Primeiro você tem que se amar, se conhecer, ser você mesmo. A partir disso, você irradiará amor, ternura, atenção com os outros. A partir da meditação, surge a verdadeira compaixão, mas a meditação é um fenômeno egoísta. Meditação significa deleitar-se consigo mesmo e com sua solitude, esquecer o mundo todo e simplesmente deleitar-se consigo mesmo.

É um fenômeno egoísta, mas desse egoísmo surge grande altruísmo. E, então, não há nenhum vangloriar-se a respeito, você não se torna egoístico. Você não serve as pessoas; você não as faz sentir-se devedoras a você. Você simplesmente se deleita em compartilhar seu amor, sua alegria.

Osho, em "Guida Spirituale"

23 janeiro 2011

Mosaico Russo*


Quando nascemos fomos programados
E desde pequenos nós comemos lixo.
Não penso em te seguir
Não quero mais a tua insensatez.
Não vou me deixar embrutecer,
Eu acredito nos meus ideais.
Sou meu próprio líder, ando em círculos,
Me equilibro entre dias e noites...

O que eu quero eu não tenho
O que eu não tenho eu quero ter
Não posso ter o que eu quero
Já estou cheio de me sentir vazio:
É uma dor que dói no peito...

Eu tenho um coração, eu tenho ideais
Eu sou um pássaro, me trancam na gaiola
E esperam que eu cante como antes
Eu sei é tudo sem sentido...

Quero ter alguém com quem conversar
Alguém que depois não use o que eu disse contra mim.
Estou cansado de ser vilipendiado,
Incompreendido e descartado
Quem diz que me entende nunca quis saber.
Já que não me entendes,
Não me julgue, não me tente.

De onde vem a indiferença temperada a ferro e fogo?
Quem é o inimigo?
Quem é você?
Eu não sei mais o que eu sinto por você
Vamos dar um tempo, um dia a gente se vê,
Pois chega de opressão:
Quero viver a minha vida em paz.

É exagero e pode até não ser:
Ninguém vê onde chegamos
E a riqueza que nós temos
Ninguém consegue perceber.

Quando querem transformar dignidade em doença
Quando querem transformar inteligência em traição
Quando querem transformar estupidez em recompensa
Quando querem transformar esperança em maldição...
É solitário andar por entre a gente.

Por vezes, insanamente
Queria ser como os outros
E rir das desgraças da vida
Ou fingir estar sempre bem...
Por que tentar sentir demais?

Sobre todas as pessoas que se acham especiais
Não têm sequer um pouco de ardor:
Doentes cantando sucessos populares.
Preste atenção ao que eles dizem...
Ter esperança é hipocrisia
A felicidade é uma mentira
E a mentira é salvação...
Vamos celebrar a estupidez humana!

A mentira é o que nos faz ser tão fracos
A verdade é o que nos leva para o outro lado
E falar de bondade e gratidão...
Estas coisas, ninguém gosta de falar.

Meus amigos parecem ter medo
De quem fala o que sentiu
De quem pensa diferente
Nos querem todos iguais
Assim é bem mais fácil nos controlar
Porque mentir é fácil demais!
Um dia pretendo tentar descobrir
Porque é mais forte quem sabe mentir...

Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem.
Não é muito o que lhe peço -
Eu quero um trabalho honesto
Em vez de escravidão,
Porque nosso suor sagrado
É bem mais belo que esse sangue amargo.

Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo,
Tende piedade de nós...
Nós somos tão modernos
Só não somos sinceros
Nos escondemos mais e mais.

Bem aventurados sejam aqueles que amam essa desordem:
Será que ninguém vê o caos em que vivemos
Que existe um descontrole, que corrompe e cresce
E que a vida que a gente leva não é nada igual
Aos anúncios de Refrigerante?

Aonde foi que deixamos a nossa coragem? Aonde foi?
Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo
Prefiro acreditar no mundo do meu jeito:
Quem acredita sempre alcança!
Os sonhos vêm e os sonhos vão
E o resto é imperfeito...

O que sinto muitas vezes faz sentido
E outras vezes não descubro um motivo
Que me explique porque é que
Não consigo ver sentido no que sinto.
Mas, quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz...

Vai ver que não é nada disso
Vai ver que já não sei quem sou
Vai ver que nunca fui o mesmo...

É complicado estar só
Quem está sozinho que o diga
É só a solidão batendo na janela do meu quarto
Eu posso estar sozinho,
Mas eu sei muito bem aonde estou.
Não sei onde estou indo
Só sei que não estou perdido
Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade:
Antes eu sonhava, agora já não durmo.
Tenho quase certeza que eu não sou daqui
Sou um pássaro novo longe do ninho
Vou consertar a minha asa quebrada e descansar;
Quero voar pra bem longe mas hoje não dá.
É tão estranho, os bons morrem jovens,
Assim parece ser.

Mudaram as estações e nada mudou:
Viver é foda, morrer é difícil.
Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê,
A humanidade é desumana.
A violência é tão fascinante
E nossas vidas são tão normais
E o vento vai levando tudo embora...


*Uma homenagem a um irmão de alma partida, que partiu, mas de minha alma, nunca se foi.

Nelson Jonas

22 janeiro 2011

Constatações sobre o viver social

Teatro
Não há segredos para ser bem sucedido e quisto em sociedade; basta aceitar seu catecismo e compactuar de boa vontade com o pútrido jogo de esconde-esconde da verdade.

Nelson Jonas

Sobre o amor

amor, upload feito originalmente por NJRO.

Sem a compreensão do prazer você nunca poderá compreender o amor. O amor não é prazer. Amor é algo completamente diferente. E, como disse, para compreender o prazer, você tem que aprender sobre ele. Para a maioria de nós, para cada ser humano, o sexo é um problema. Por que? Ouça isto com muito cuidadosamente. Porque não podendo resolvê-lo, você foge disso. O sannyasi foge disto fazendo voto de celibato, via negação. Por favor veja o que acontece com uma mente assim. Ao negar algo que é uma parte de seu todo - as glândulas e tudo o mais - suprimindo isto, você se torna ácido, e existe uma batalha constante em andamento dentro de você. Como já falamos, até parece que só há dois modos de abordar qualquer questão: suprimindo isto ou fugindo disto. Suprimir isto realmente é a mesma coisa que fugir para longe disto. E nós temos nas atividades do dia-a-dia toda uma rede de fugas - muito complexa, intelectual, emocional. Há várias maneiras de fugir, nas quais nós não entraremos agora. Mas nós temos este problema. O sannyasi escapa disto de uma forma, mas ele não resolve nada, ele suprime fazendo um voto, e o problema inteiro fica efervescendo dentro dele. Ele pode vestir a túnica da simplicidade, mas isso também se tornou um assunto importantíssimo para ele, tal como o é para o homem que vive uma vida comum. Como você resolve este problema?

Autor: Krishnamurti - O Livro da Vida

Trem das Sete

Aviso aos Aventureiros

Quem inconsequentemente se aventura em Vale de Sombra, 
arrisca-se a perder de vez o contato com a Luz.

Nelson Jonas

21 janeiro 2011

Religião ou Espiritualidade

Crença
Há centenas de religiões, cada uma se proclamando portadora da verdade e desqualificando as outras. A espiritualidade é apenas uma, em exercício permanente e sem forma única.

A religião possui templos para louvores e adorações. O templo da espiritualidade é o ser, o mundo, o universo.

A religião é para os que dormem. A espiritualidade é para os que despertam.

A religião é para aqueles que necessitam de um código externo e precisam ser guiados. A espiritualidade é para os que ouvem e praticam o embrião da consciência, a voz interior.

A religião é um conjunto de regras e dogmas, não admite questionamentos. A espiritualidade te leva à reflexão, a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.

A religião ameaça, amedronta, impõe e cobra. A espiritualidade procura, desenvolve, liga causas e conseqüência, serenamente.

A religião aponta pecados e declara culpas. A espiritualidade aponta a ignorância e toma o sofrimento como ensinamento.

A religião reprime, condena e acusa. A espiritualidade transcende, compreende e esclarece.

A religião inventa. A espiritualidade descobre.

A religião determina formas. A espiritualidade desenvolve conteúdos.

A religião não indaga, nem questiona. A espiritualidade duvida, experimenta, observa e procura absorver..

A religião é crença. A espiritualidade é busca.

A religião é humana, é uma organização com regras. A espiritualidade é ligação e não tem regras.

A religião divide, secciona e discrimina. A espiritualidade une, respeita e abraça.

A religião lhe busca para que acredite. A espiritualidade, você precisa buscá-la.

A religião necessita do (e determina o que é) sagrado. A espiritualidade busca o sagrado, em tudo.

A religião se alimenta do medo e da ignorância. A espiritualidade se alimenta na busca e no desenvolvimento da consciência.

A religião se ocupa com fazer. A espiritualidade se ocupa com ser.

A religião ensina a evitar o mal por medo do castigo e fazer o bem por interesse na recompensa. A espiritualidade ensina que o plantio é livre, mas a colheita é obrigatória.

A religião é adoração e temor. A espiritualidade é reflexão e amor.

A religião tortura o presente com os valores do passado, ameaçando com castigos no futuro. A espiritualidade vive o presente, levando em conta as lições do passado, fazendo o plantio do futuro.

A religião condena e encarcera a natureza. A espiritualidade desenvolve a consciência para tratar com a natureza.

A religião manda crer na vida eterna. A espiritualidade nos permite viver a eternidade da vida.

A religião promete o encontro com Deus depois da morte. A espiritualidade busca o encontro com Deus dentro de nós mesmos, a cada momento.

A religião determina e inquieta. A espiritualidade desabrocha e aquieta.

Religião é tirania espiritual. Espiritualidade é consciência existencial.

Psiquiatria: Uma Indústria da Morte


(EUA, 2006, 108 min. - Produção: Citizens Commission on Human Rights)

A história da psiquiatria é carregada de desumanidade e horror. Espancamento, mutilação de órgãos fundamentais, sangramento forçado e recentemente dano cerebral provocado, choque e a lobotomia foram - cada um em sua época - “cientificamente” defendidos como verdadeira cura para os pacientes. Mas depois, todos mostraram-se grandes fracassos.

Utilizada muitas vezes como ferramenta política e de controle social. Foi a base das piores teorias que fundaram a eugenia e justificaram o racismo. Foi amplamente utilizada na construção do nazismo, no controle de dissidentes do regime soviético, no Apartheid, nas bases americanas, como em Guantánamo, e em vários outros episódios onde existisse qualquer cidadão indesejável ao poder.

A partir dos anos 70, com tantos casos de depressão, drogas da moda aliadas à publicidade garantem bilhões de dólares de lucro à indústria da psiquiatria. Nos EUA 8% da população faz uso delas. Drogas que podem causar efeitos colaterais dramáticos, como o suicídio e a violência. Essa indústria bilionária hoje foca sua atenção nas crianças nas escolas americanas, onde atualmente mais de 6 milhões delas são diagnosticadas e medicadas com algum tipo de desordem mental.























Contra fatos não há argumentos

Ordem armada
Como mostra a história, os raros românticos idealistas, indivíduos anarquistas por excelência, sempre são dolorosamente perseguidos pela grande massa formada por sujeitos de domesticação conformista servil. Cabe aos primeiros, em épocas vindouras, o devido reconhecimento de sua filosofia e a perpetuação de seus nomes. Quanto aos últimos a indiferença do anonimato sob o árido solo da mediocridade.

Nelson Jonas

20 janeiro 2011

Sobre a riqueza


Dizia Goethe com razão: "Deveriam ser ricos somente aqueles que compreendem a riqueza". Há homens nascidos para possuir e que sabem vivificar tudo o que possuem. Outros não o sabem; a sua riqueza falta graça; parece um compromisso firmado com o seu caráter. Dir-se-ia que roubam os próprios dividendos. Deveriam possuir aqueles que sabem administrar, não os que acumulam e dissimulam, não aqueles que quanto mais possuem, mais mendicantes se mostram, porém aqueles cuja atividade dá trabalho a maior número, abre caminho para todos.  É homem rico esse em quem o povo pode sentir-se rico, e é pobre aquele em quem o pobre se sente pobre; como dar à todos acesso às obras-primas da arte e da natureza, eis o problema da civilização. 

Ralph Waldo Emerson

Mantenha o simples

rebelde

O homem pode fazer seu inventário de necessidades e prazeres, segundo a escala que lhe convém: mas se deseja possuir a força e os previlégios do pensamento, traçar sua própria carreira e gozar da sociedade com entender, deve trazer suas necessidades aos limites em que tem o poder de as satisfazer.

Ralph Waldo Emerson

Ilusões

Feitiço das India
Todas as bagatelas com que os homens se entusiasmam e pelas quais combatem -- casas, terra, dinheiro, luxo, fama -- são exatamente a mesma coisa, recoberta de um ou dois véus de novas ilusões.

Ralph Waldo Emerson

A sabedoria está em concentrar-se

Amigos, livros, pinturas, deveres inferiores, talentos, lisonjas, esperanças -- tudo isso são distrações que fazem oscilar nosso leve balão, e tornam impossíveis o equilíbrio e a marcha reta. Deveis escolher vossa obra; deveis pegar o que vosso cérebro pode suportar, e abandonar o resto. Só assim se acumulará aquela soma de força vital que permite transpor a distância do saber ao Poder.

Ralph Waldo Emerson

Constatações

Pombas, por NJRO.
Aprendemos a voar como pássaros, e a nadar como peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos.

Autor: Martin Luther King

Gerar a si próprio

Atenção
Há dois tipos de nascimento. Um, através dos outros — do pai, da mãe —, é o nascimento físico. O outro nascimento você dá a si mesmo; você tem de nascer de si mesmo; tem de se tornar o ventre, o pai, a mãe e a criança.

Você tem de morrer como passado e nascer como futuro. Você tem de gerar a si próprio.

Osho, em "A Flauta nos Lábios de Deus: O Significado Oculto dos Evangelhos"

19 janeiro 2011

No palco do mundo

Artista
Ninguém sofre em uma peça de teatro, a menos que se identifique com ela. Não identifique-se com o mundo e você não sofrerá.

Nisargadatta Maharaj

Profissionalismo e depressão

Escravo do medo
Carreira: 23% dos profissionais sofrem de depressão
Por: Camila F. de Mendon
Fonte: InfoMoney

SÃO PAULO – O retorno ao trabalho, após as férias, pode gerar um impacto negativo para muitos profissionais. Depois de um período de descanso, demorar para voltar ao ritmo é natural. O problema é que, se o desânimo persistir, é possível que o profissional esteja com um quadro de síndrome pós-férias.

Pesquisa da Isma-BR (Internacional Stress Management Association no Brasil), feita com 540 profissionais das cidades de Porto Alegre e São Paulo, de 25 a 60 anos de idade, mostra que 23% dos executivos são afetados pela depressão pós-férias.

Para a presidente da associação, Ana Maria Rossi, a pressão cada vez maior no ambiente de trabalho e o índice de insatisfação cada vez mais alto levam os profissionais a apresentarem sintomas da doença. “Percebemos que, quando as pessoas começam a relaxar durante as férias e a pensar na volta, elas adoecem”, explica Ana.

Considerando as áreas de atuação, os profissionais mais vulneráveis à doença estão na área financeira, de saúde, informática ou estão trabalhando fora da sua área de formação.

Os limites de um retorno normal

De acordo com Ana, é normal os profissionais voltarem ao trabalho e se sentirem ansiosos e desconcentrados. “Até duas semanas depois do retorno, é normal passar por um processo de adaptação”, avalia. Nesse período, a preguiça, a falta de motivação e de concentração e até uma certa irritabilidade são comuns, bem como o excesso de sono e a ansiedade.

O problema é quando esses sintomas persistem após esse período. “De 14 a 30 dias classificamos como síndrome pós-férias”. É aí que entram números alarmantes. Do total dos que possuem a síndrome (23%), 93% alegam insatisfação profissional, 71% acreditam que o ambiente é hostil ou não-confiável e 49% alegam conflitos interpessoais no trabalho.

Os sintomas da depressão pós-férias se resumem em físicos, emocionais e comportamentais. E, de uma maneira geral, aqueles que tem mais tempo na empresa costumam ser mais acometidos por eles, o que não significa que aquele que tem pouco tempo na empresa não possa sentir o mesmo. “Esses sintomas estão diretamente relacionados à insatisfação”, afirma Ana. A síndrome também é mais comum entre aqueles que acabam ficando mais tempo fora. “Estudos sugerem que férias mais frequentes e com tempo menor é melhor”, diz Ana.

Considerando os sintomas físicos, 87% dos entrevistados sentem dores musculares, incluindo dor de cabeça, 83% reclamam de cansaço, 42% dizem sofrer insônia e 28%, problemas gastrointestinais.

Dos sintomas emocionais, os mais recorrentes são angústia, apontada por 83% dos entrevistados, ansiedade, por 83%, culpa, por 78%, e raiva, apontada por 61% dos entrevistados. “Geralmente, os profissionais que têm sintomas físicos e emocionais acabam desenvolvendo sintomas comportamentais”, explica Ana.

Os sintomas comportamentais são os que mais preocupam no quadro da síndrome, pois eles acabam sendo negativos aos profissionais. De acordo com a pesquisa, do total daqueles que têm esse tipo de sintoma, 68% dizem usar medicamentos ou drogas, 52% consomem bebidas alcoólicas, 38% ingerem comidas mais calóricas e 33% abusam do cigarro.

Para não entrar na estatística

Embora seja comum se sentir desconfortável nas duas primeiras semanas após o retorno das férias, o profissional deve ficar atento para que esses sintomas não ultrapassem os limites. Para tanto, Ana aconselha a preparar mente e corpo antes mesmo de voltar ao trabalho: “72 horas antes do retorno, é importante voltar aos seus padrões de rotina”, aconselha Ana.

Dessa forma, é possível amenizar o período de adaptação. Além disso, ela recomenda hábitos mais saudáveis no estilo de vida. “Evite estimulantes e procure fazer alguma atividade física para canalizar a ansiedade”, diz. Além disso, quando voltar, procure estabelecer prioridades nas atividades.

Vendar para vender - II



Aí nos cansamos dessa idéia e nos vendemos para o Santander...









Nosso sistema econômico atual cria riquezas que não são necessariamente bem distribuídas, estimulando uma filosofia baseada no egoísmo. “Cuidado com os que sempre se dão bem”. Deixa de promover os valores necessários para a manutenção da comunidade --- compaixão, justiça, honestidade, lealdade, sacrifício. Numa cultura que reverencia a eficiência, a velocidade, o lucro e o consumo, onde conseguir condições para que nos amemos uns aos outros e tenhamos compaixão daqueles que estão enfermos, desempregados, desabrigados, ou seja, das pessoas "que não têm utilidade prática"?

Autor: Sam Keen

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!