Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

02 abril 2016

Em busca de Pandora


Out: Bom dia! Eles me acordaram as 4h44m, para me avisar que a maior tragédia é ver adormecidos seres extraterrestres subirem montanhas para olhar o céu e tentar manter contato com seres extraterrestres: somos todos "ASTROnautas"; só esquecemos desse fato. 

DB: Eles quem, Out? Nossa: reli várias vezes sua mensagem para sacar o que você acabou de perceber. Você está tendo alguma experiência religiosa? Como você está?

Out: Estou bem, sóbrio, tranquilo e com percepções mais esclarecidas sobre o processo de adulteração psíquica, a qual fez com que perdêssemos o "contato" com a realidade "não material" que somos. Somos uma "consciência encarnada" no espaço tempo, esquecidos de nossa "natureza exata"... Nossa natureza exata... É isso o que precisa ser lembrado: não somos o corpo; estamos num corpo. Esse é o motivo de nossa ansiedade DE SEMPRE... Queremos voltar para a casa, mas esquecemos o caminho. A ansiedade sempre este aqui, conosco; ela só não era percebida, pois sempre era abafada com alguma forma de ação externa. Ela sempre foi aplacada por adultos ansiosos, esquecidos de sua própria realidade, de sua própria "natureza exata" e que por estarem esquecidos de sua própria natureza exata, através de suas ações, iniciaram o nosso processo de silenciar a ansiedade manifesta por querer, desde a mais tenra idade, permanecer conectado a fonte de nossa natureza exata. Veja, a ansiedade estava nos chutes dentro do ventre de nossa proGENItora (Gênesis); a ansiedade estava no choro do parto, quando partimos de nosso estado "astral" e partimos para o estado "material-temporal"; a ansiedade estava no choro constante, o qual os seres esquecidos de si mesmos não suportavam e tentavam de todo modo silenciar. E assim, através de adultos adulterados, fomos tendo nossos primeiros contatos com a matéria, uns com um pouco mais de tato, outros com menos tato; e fomos nos esquecendo de nossa "natureza exata"; fomos nos identificando com as formas, com a matéria, com as imagens, criando a "ilusão de separatividade", criando a identificação com o corpo, com os sentidos, com os instintos... E fomos nos esquecendo de nossa "natureza exata"...

DB: Espera aí, cara! Meu deus! Caiu um trovão consciencial aqui, PQP!... Você está me dizendo que a mente adquirida é, se não, o acúmulo de repressões emocionais, abusos morais, físicos, sexuais, adaptações às ideias, crenças, achismos e conjecturas do meio familiar? Esse aglomerado de memórias reprimidas da infância, criou a atmosfera da adaptação à normose, consequentemente as emoções reprimidas não vivenciadas, que precisam ser vividas, cria todo um processo de compulsão, alcoolismo, uso de drogas, jogo compulsivo e o cenário social decadente atual, e nós não somos de fato matéria isso, é uma ilusão genuína?... Meu, que é isso?

Out: Lembra-se do filme "Avatar"?

DB: Sim!

Out: A consciencia que somos entrava no corpo híbrido do Avatar, mas o próprio corpo humano, era somente um avatar: um processo metamórfico, uma transformação, uma mutação.

DB: Sim! Pois o cara trocava de corpo. Meu, isso que você está me falando, fez cair umas fichas boas aqui: tem uma consciência maior aí... Depois que eu fui na sua casa, eu voltei uma pilha... Estou lendo, estudando e me conscientizando como nunca antes. Que é isso, cara?

Out: Tanto o corpo humano como o corpo no Planeta Pandora, não era a natureza exata DO QUE É; O QUE É NÃO ESTÁ PRESO AO CORPO.  O nome dos seres de Pandora era Na'vi...

DB: Cara, você está me dizendo que o planeta é um corpo material regido por algo imaterial e que somos isso, só que esquecemos desse fato?

Out: Os Na'vis vivem em "harmonia com a natureza".

DB: Sim, eles se conectavam as árvores e se relacionavam com tudo de forma harmonica. 

Out: O humano (que nada tem de humano), por esquecer de sua natureza exata, não vive em harmonia com a natureza; por isso são tão "primitivos". Os humanos não conseguem "respirar na natureza de Pandora", pois ela é de outro nível de Consciência... Em outras palavras, um normótico não consegue respirar as palavras que trocamos...

DB: Estou percebendo isso: é muito avançado para mim; você está em outro grau consciencial; a mente aqui trava e ao mesmo tempo cai fichas; você acordou com outro tipo de percepção bem mais profunda, Out.

Out: O "Toruk", só foi montado por "cinco" Na'vis, o que me parece uma representação da necessidade de domar nossos cinco sentidos.

DB: É verdade, putzz!

Out: Se você doma os cinco sentidos, você pode voar mais alto, descobrindo o amor integrativo, abarcante; descobre poderes de sua natureza exata. Você não é um simples corpo, mas sim, um Avatar, um ser divino que desceu à Terra, como nos contos da crença hinduísta. 

DB: A única forma forma de chegar nisso é limpando os condicinamentos. Eu quero ver o que você vê de forma tão clara e verdadeira.

Out: O nome "Toruk" significa "última sombra", em alusão a ser a última sombra que alguém vai ver antes de resgatar a consciência na "Natureza Exata" que é.

DB: O que é essa ultima sombra? Nossa criança traumatizada?

Out: "O primeiro passo é o último passo... A primeira sombra é a última sombra"... Nos identificamos com a sombra e esquecemos que somos luz. Faz sentido para você?

DB: Muito subjetivo; não sei do que você está falando; estou tentando escutar, mas faço esforço intelectual para tentar criar uma imagem.  Não sei do que você está falando; mas sei que tem coisa aí; tem algo muito sério ai.

Out: Veja, a ansiedade que sempre esteve ai, sendo sempre reprimida através de alguma ação externa, e que por isso não era percebida como tal, e por não ser percebida, nunca foi questionado seu motivo, começa a subir num determinado momento de nossa jornada de auto-esquecimento.

DB: Isso percebo, isso vejo. 

Out: Ao invés de parar e olhar o que significa tal ansiedade, fomos condicionados a fugir dela (ainda que de forma inconsciente até então); a ansiedade traz por trás de si, a verdade de nossa "natureza exata" e isso causa medo para a personalidade que criamos e com a qual nos identificamos...

DB: Por isso não durmo: tem uma coisa aqui dentro de mim... Esse desconforto, ansiedade e medo fudido que não me deixa pregar o olho.  Mas como "isso que sou" está por trás disso que não sou?

Out: É como se tivéssemos, quando criança, entrado num brejo lamacento e, ao sair dele, identificar a lama seca pelo sol sobre a pele, como sendo a nossa pele original... Pegue novamente o filme "Avatar" como exemplo. O personagem principal, Jake Sully, entrava no desenvolvido corpo híbrido, num corpo descondicionado. Antes de entrar no corpo do Avatar, Jake acreditava que era aquele corpo cheio de limitações, que precisava de "cadeira de rodas". Depois que ele entra no "corpo hibrido" — uma representação da primeira experiência religiosa, experiência de maravilhamento que o lança num novo mundo —, depois dessa experiência, ele não consegue mais dormir; ele quer retornar para Pandora, para aquele universo indescritível, ou seja, ele quer ficar naquele colorido nível de Consciência Ilimitada, mas não consegue, tem "recaídas" por ainda não estar preparado. Quando Jake acorda de cada recaída, mais desejo tem de voltar para o nível consciência de Pandora; ele, no entanto, já sabe que não é nem o corpo Jake Sully, nem o corpo do guerreiro Avatar. Ele é a energia da Mãe que fica na Árvore da Vida.

DB: Agora saquei o que você quis dizer, mesmo não experimentando isso de fato; vejo o que você diz, através do meu intelecto.

DB: Jake sabe que não é nem um corpo e nem o outro: sabe que ele é Consciência Atemporal. 

DB: Sim, mas ele só experimenta a energia da mãe, quando está no corpo do Avatar, não é? Num corpo descondicionado dos 5 sentidos, certo? O corpo do Avatar é limpo.

Out: A experiência religiosa, que é precedida pela ação de uma profunda ansiedade, tem por objetivo nos relembrar de nossa "natureza exata".

DB: Como acessar? Como acessar a natureza exata por meio da ansiedade?

Out: Para acessar é preciso cessar o "querer acessar"; o querer acessar é também uma fuga da ansiedade. 

DB: Certo, nesse exato momento estou em contato com a anseidade.

Out: Deixe a ansiedade vir, para em, si, reviver a primeira idade... Ansiedade... Em si, a primeira idade, a consciência da primeira idade, não condicionada, não contaminada. O problema é que não percebemos a ansiedade como um rito de passagem; nós a bloqueamos. 

DB: Nós a bloqueamos? Com fugas?

Out: Sim, com vários tipos de fuga, mesma a fuga pela busca espiritual.

DB: Isso fica complexo e percebo que não sei, de fato, quem sou eu.

Out: Veja que, para adentrar no nível de consciência de Pandora, Jake Sully tinha que entrar num casulo e ficar imóvel...

DB: !!!!!!!!!!

Out: Lembra-se no filme "A Travessia", aquela cena em que o "ascensorista" diz para o equilibrista: "Cuidado com os dedos"?

DB: Sim, lembro. 

Out: Sempre, quando estamos com ansiedade, queremos ter algo nas mãos. Talvez, por isso, os celulares e tablets fazem tanto sucesso! Eles impedem a "inação" que possibilita a "ação real". De fato,  ficar sem fazer nada não é para qualquer um; é só pra gente grande... Grande no que diz respeito ao processo de resgate da Consciência que somos.

DB: Pois é! Eu não consigo; parece que vou enlouquecer; não consigo ficar parado; por isso viro todas as noites, não sou gente grande ainda, apenas 2 anos de paradigma, fazendo base. Percebo meu ritmo e limites. Eu só durmo em estado de extremo cansaço físico; é punk tentar ficar parado com o tédio!

Out: É como na fala do filme Matrix: ao fim do cansaço, Kansas some! Quando estiver cansado da identificação com Kansas do intelecto, algo além dele, se manifesta; quando estiver cansado da mentira e estiver querendo só a Verdade, ela se manifesta. A ansiedade é o resultado da tentativa de proteger a mentira; é o suor do esforço para evitar o encontro com a verdade, com a verdade na "natureza exata" que somos; essa natureza que não tem corpo, não tem sexo, não tem escolha; essa natureza que não está presa nos limites do tempo-espaço-forma. Há uma ânsia do real para vir à tona, mas o irreal foge desse encontro; foge, inclusive, por meio de conceitos sobre o que é o Real, sobre o que é a mente sem ansiedade, sobre o que é uma mente livre, religiosa. E, ao fazer isso, não percebe que continua alimentando a ansiedade, só que agora, através da ânsia pelo encontro com o Real e, assim, a corrida continua... Não cruzamos os braços; os dedos dos pés e das mãos continuam em ação. E o repouso, ou seja, o pousar em ré, nunca chega... Não conseguimos pousar naquilo QUE JÁ SOMOS.

DB: Cara, o cérebro aqui, travou.

Out: Veja, novamente o filme Avatar como exemplo...

DB: Cara, do que você está falando? Não estou entendendo nada. O que você disse hoje pra mim, me lembra isso: Até eu estar nesse estado de revolta, até eu ficar INSATISFEITO com tudo, com todo credo, com todo dogma e crença, não era capaz de descobrir a verdade (Krishnamurti).

Out: Quando estamos no estado de consciência do Jake Sully, temos que repousar forçado numa máquina; já quando estamos na Consciência de Avatar, basta fechar os olhos para mudar de estado de Consciência e viajar no espaço tempo, através da meditação... No estado de consciência Jake Sully, é preciso um esforço para adentrar no nível de consciência Avatar; você precisa de uma máquina (livros, LSD, Santo Daime...); precisa de uma cientista, uma Testemunha Esclarecedora que lhe ensine o "novo idioma". Depois que você entra no estado de Consciência Avatar, a Testemunha Esclarecedora, a cientista Grace, pode morrer, por que então, você já conhece, por si mesmo, a "Arvore da Vida", já foi tocado e envolvido por ela.

DB: Agora deu pra sacar; puta, que clareza, cara! Quando você fala de espaço-tempo eu fico travado.

Out: Quem, em sã consciência, depois de conhecer a realidade da Consciência Avatar, iria querer voltar para o estado de inconsciência Jake Sully? Só mesmo um fortíssimo Cypher, ou seja, alguém ainda preso na identificação com os cinco sentidos, na identificação corporal.

DB: Mas ele acessou mesmo assim o atemporal; por isso voltou ao temporal, preso nos sentidos.

Out: Uma vida presa na satisfação dos sentidos, é totalmente sem sentido; assim como uma vida presa na repressão dos sentidos, também não faz sentido.

DB: Por que Out?

Out: No reencontro com nossa "natureza exata", os sentidos ganham um novo sentido; talvez seja isso que eles querem dizer por "sexto sentido", ou seja, um sentido que vai muito além da identificação sensorial. A ansiedade nada mais é do que a sua sede por plenitude, sua sede por Pandora. O prefixo pan- provém de igual palavra grega pan que quer dizer todo, toda, tudo. Não se deve confundir com Pan (ou Pã), deus dos rebanhos e dos pastores, segundo a mitologia grega, que costumava assustar os homens com suas bruscas aparições, dando origem à expressão terror pânico, ou simplesmente pânico pela substantivação do adjetivo (ansiedade). Veja: há o Pã da ansiedade, que aparece de repente para nos afugentar do encontro com o Deus PAN, o todo. Pandora é o encontro com a totalidade PAN, no agora.  Veja, em outras palavras... Há um expressão que talvez você já tenha visto, e que é um princípio hermético: "O que está em cima é como o que está embaixo"... Trata-se do princípio de correspondência... A ansiedade que, só por agora, ainda está por cima, é igual a Plenitude que está embaixo, que ainda não foi revelada. O problema é que estamos viciados em fugir da ansiedade e, assim, não atendemos o seu recado... Ainda está por aí?.... Acho que dormiu. Nos falamos depois!

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!