Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

24 outubro 2012

Rede Globo X Facebook

Algumas vez você viu a Rede Globo fazendo matérias no Fantástico ou no Repórter TV, ou qualquer outro programa, sobre a permanência excessiva das pessoas diante do aparelho de televisão? Não estou defendendo a atual dependência psicológica gerada pela parafernália tecnológica — o que É um FATO —; as ratazanas tocadoras da flauta midiática consumista, estão perdendo o controle sobre seus ratos e, sem ratos, não tem queijo...

20 outubro 2012

O medo é um dos maiores problemas da vida

Reunião pelo Paltalk na noite de 19/10/2012

18 outubro 2012

Titanic: Uma visão arquetípica - Parte 1

Titanic - Uma visão arquetípica
Das ilusões do eu à realidade da consciência que somos
Por: Nelson Jonas Ramos de Oliveira

12 outubro 2012

Sobre a compreensão de nós mesmos

Reunião on-line em tempo real (12/10/2012)
Compreender o que é requer um estado mental em que não haja identificação ou condenação, o que significa mente alerta, embora passiva. Esse estado mental acontece quando realmente desejamos compreender algo e quando há um interesse intenso, quando nos interessamos por compreender o que é; nesse estado mental verdadeiro não é preciso forçar, disciplinar ou controlar a mente; pelo contrário, ela se torna passivamente alerta, vigilante. Esse estado de percepção acontece quando há interesse, a intenção de compreender.

A fundamental compreensão de nós mesmos não vem por meio do conhecimento ou do acúmulo de experiências, que não são mais do que o cultivo da memória. Esse autoconhecimento acontece momento por momento. Se apenas acumularmos esse autoconhecimento, ele próprio impedirá a aquisição de mais compreensão, porque o acumulo de conhecimento e experiência torna-se o centro por meio do qual o pensamento se concentra e tem sua existência. O mundo de não é diferente de nós e de nossas atividades porque é o que somos, e isso é o que cria os problemas mundiais. A maior dificuldade da maioria de nós é não nos conhecermos diretamente e buscarmos um sistema, um método, um meio de operação que possam resolver os muitos problemas humanos.

Existe um sistema, isto é, um meio, que nos ajude adquirir autoconhecimento? Qualquer pessoa inteligente, qualquer filósofo, pode inventar um sistema, um método, mas seguir um sistema apenas produzirá um resultado criado por esse sistema, não é verdade? Se eu seguir determinado método para conhecer a mim mesmo, terei o resultado que ele exige, mas esse resultado, obviamente, não será a compreensão de mim mesmo. Ao seguir um método, um sistema, um meio para conhecer a mim mesmo, moldo meu pensamento, minhas atividades, de acordo com um padrão, mas seguir um padrão não me leva ao autoconhecimento.

Então, vemos que não há um método para o autoconhecimento. Buscar um método invariavelmente indica o desejo de se alcançar um resultado, e é isso o que todos nós queremos. Seguimos a autoridade — de uma pessoa, de um sistema, de uma ideologia — porque queremos um resultado que seja satisfatório, que nos dê segurança. Não queremos, de fato, compreender a nós mesmos, nossos impulsos e reações, todo o processo de nosso pensamento, tanto o consciente quanto o inconsciente, então preferimos seguir um sistema que nos garanta um resultado. Mas seguir um sistema é sempre o produto de nosso desejo de segurança, de certeza, e o resultado, naturalmente, não é a compreensão de nós mesmos. Quando seguimos um método, obrigatoriamente estamos seguindo uma autoridade — o professor, o guru, o salvador, o mestre — que nos garantirá que conseguiremos o que desejamos, e, evidentemente, esse não é o caminho para o autoconhecimento.

A autoridade impede a autocompreensão, não é verdade? Sob a proteção de uma autoridade, de um guia, podemos ter uma sensação temporária de segurança, de bem-estar, mas isso não é a compreensão de nosso processo total. A autoridade, pela própria natureza, impede-nos de ter a completa autopercepção e, desse modo, acaba por destruir a liberdade. E só pode haver criatividade quando há liberdade. Só podemos ser criativos por intermédio do autoconhecimento. A maioria de nós não é criativa; somos máquinas repetitivas, simples discos tocando sem parar as mesmas canções de nossa experiência, de certas conclusões e lembranças, sejam nossas ou de outra pessoa. Essa repetição não é uma existência criativa, mas é isso o que queremos. Como queremos segurança interna, estamos constantemente procurando métodos e meios que nos proporcionem essa segurança e, assim, criamos a autoridade, a adoração de outros, o que destrói a compreensão, essa tranquilidade espontânea da mente, o único estado em que pode haver criatividade. Não há dúvida de que nosso problema é que perdemos esse senso de criatividade. Ser criativo não significa pintar quadros ou escrever poesias. Isso não é criatividade, mas, simplesmente a capacidade de expressar uma ideia, que o público tanto pode aplaudir, quanto ignorar. Capacidade e criatividade não devem ser confundidas. Criatividade é um estado no qual o eu está ausente, no qual a mente não é mais o foco de nossos desejos, experiências, ambições e buscas. Criatividade não é um estado contínuo; é novo a cada momento, é um movimento em que não existem o “eu”, o “mim”, em que o pensamento não está focalizando nenhuma experiência em particular, nenhuma ambição ou realização, nenhum propósito ou motivo. Só quando o eu está ausente é que pode haver criatividade, e é apenas nesse estado mental que pode haver realidade, a criadora de todas as coisas. Esse estado, porém, não pode ser concebido ou imaginado, não pode ser formulado ou copiado, não pode ser alcançado por meio de qualquer sistema, filosofia ou disciplina; pelo contrário, acontece apenas pela compreensão do processo total de nós mesmos.

Essa compreensão não é um resultado, uma culminância, é cada um de nós ver a si mesmo, momento após momento, no espelho do relacionamento — no relacionamento com os bens, com as coisas, pessoas e ideias. Mas consideramos difícil permanecer atentos, cônscios, e preferimos embotar nossa mente, seguindo um método, aceitando autoridades, superstições e teorias gratificantes. Assim, a mente enfraquece, torna-se exausta e insensível. Uma mente assim não pode estar em um estado de criatividade, porque esse estado só acontece quando o eu, que é o processo de identificação e acúmulo, deixa de existir, pois, afinal, a consciência do “eu”, do “mim”, é o centro da identificação, e identificação é meramente o processo de acumulação de experiência.

Mas todos nós temos medo de não ser nada, todos queremos ser alguma coisa. O homenzinho quer ser um homem grande, o que não tem virtude quer ser virtuoso, o fraco e obscuro deseja poder, posição e autoridade. Essa é a atividade incessante da mente. Uma mente assim nunca fica em silêncio; portanto, não consegue compreender o estado de criatividade.

A fim de transformar o mundo que nos rodeia, com suas misérias, suas guerras, desemprego, fome, divisão de classes e profunda confusão, é preciso que ocorra uma transformação em cada um de nós. A revolução deve começar dentro de cada um, mas não de acordo com uma crença ou ideologia, porque uma revolução baseada em ideias, ou em conformidade com determinado padrão, não é revolução, absolutamente. Para causar uma revolução fundamental em nós mesmos precisamos compreender o processo total de nossos pensamentos e sentimentos no relacionamento uns com os outros. Não ter mais disciplinas, crenças, ideologias e professores, essa é a única solução para todos os nossos problemas. Se pudermos compreender a nós mesmos, como somos, a cada momento, sem o processo de acumulo, então alcançaremos a tranquilidade que não é imaginada, nem cultivada, o único estado em que pode haver criatividade.

Krishnamurti

04 outubro 2012

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!