Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

27 fevereiro 2014

Constatação sobre atividades sociais

Grande parte das pessoas não conseguem perceber que fazem dos encontros e atividades sociais, uma espécie de droga para fugir de sua inquieta realidade interior; isso, mesmo vivendo a crônica ressaca emocional dos dias seguintes.

Outsider

26 fevereiro 2014

Patchwork musical



Ando meio desligado
Eu nem sinto meus pés no chão
Olho e não vejo nada...

Será que alguma coisa,
Nisso tudo, faz sentido?..

Os livros na estante
Já não tem mais
Tanta importância
Do muito que eu li
Do pouco que eu sei
Nada me resta...

Ninguém tá me dizendo
O que eu quero escutar!

Ninguém tá me explicando
O que eu quero entender...

Será que existe alguém
Ou algum motivo importante
Que justifique a vida
Ou pelo menos este instante?...

Antes era só alegria,
O mundo não mordia.
A vida era doce,
Nem ardia!

Eu tô cansado de ficar aqui parado
só nessa masturbação mental.
Prefiro algo mais original...

Hoje o tempo voa, amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir...

Será só imaginação?
Será que nada vai acontecer?...

Eu vou contando as horas...


A noite nunca tem fim
Por que que a gente é assim?

23 fevereiro 2014

Constatação sobre alienação

Se existem "aliens" 
entre nós, não sei; 
mas se há alienados, 
Ah! Isso têm! 

Outsider


20 fevereiro 2014

A fecundidade do tédio, da insatisfação e da solidão


Constatação sobre forma, rótulo e essência

Quando se vai ao supermercado, como se reconhece uma Champanhe?... Logicamente, pela garrafa e pelo rótulo. No entanto, a garrafa e o rótulo não são a Champanhe. Para "vivencia-la" é preciso fazer certa força para tirar a trave e a rolha que a mantém "condicionada" à forma e ao rótulo. Feito isso, se experimenta a "substância" nomeada como Champanhe. É preciso ir além da forma, rótulo e substância para ser "tocado" pela essência quer dá forma e sabor à substância. Só então é possível brindar com propriedade: Saúde, Paz, Felicidade e Prosperidade!

Outsider

19 fevereiro 2014

Constatação sobre tédio, insatisfação e pensamento

O tédio e a insatisfação estão lá, 
um nível abaixo da camada onde 
se encontram os pensamentos, estes, 
sempre agitados, sugerindo infindáveis 
modos de fuga dos dolorosos e inquietantes 
ecos do tédio e insatisfação.
O inferno está no tédio e na insatisfação; 
o pensamento, é só um agitado purgatório.

Outsider

17 fevereiro 2014

Constatação sobre tédio e a insatisfação

O tédio e a insatisfação são 
manifestações de uma crônica, 
evolutiva e benéfica crise de identificação.

Outsider

12 fevereiro 2014

Constatação sobre condicionamento profissional

Quem foi o doente mental que inventou a ideia
de "ter que crescer profissionalmente?"
Seria ele parente do outro doente que
inventou a ideia de "ter que ser um vencedor"?

Outsider

11 fevereiro 2014

O que você percebe sobre SI mesmo?

"Liberta o si por meio do SI". 
Bhagavad Gita, Cap. VI, 5  

"A realização espiritual pode ser obtida em qualquer plano por contato com o Divino, ou pela percepção do SI interno, que é puro e intocável pelos movimentos exteriores. A Supramente é algo transcendente — uma Consciência-verdade dinâmica que ainda não está aí, algo a ser trazido de cima".
Sri Aurobindo - A consciência que vê 

 X: E aí Out: você e a Deca estão legais?

Out: e ai X? Por aqui, tudo bem!

X: legal...

Out: e você? Como vai essa mente?

X: cara, estou bem tranquilo; estou num estado ao qual nunca estive.

Out: fale mais sobre isso.

X: como se eu estivesse num estado de atenção impressionante a tudo que me acontece fora e dentro; minha intuição está impressionante, estou antecipando tudo e vendo tudo. Há uma segurança interior como nunca tive antes, nada está me abalando mais, absolutamente nada! Olho e vejo as ilusões que eu mesmo quero criar pra mim mesmo e não entro mais em nenhuma. Estou vendo claramente as ilusões, como se tudo fosse uma tela mental. A voz do silêncio está aumentando na minha cabeça; tem hora que me parece que vou adentrando em outras realidades dentro de mim mesmo...

Out: fisicamente, quais as ocorrências?

X: não sinto nada; uma solidão incomum.

Out: fale sobre essa solidão.

X: uma vontade de ficar muito comigo mesmo, sem a necessidade de falar com ninguém. Algo muito estranho, onde tenho percepções que nem consigo transmitir; uma expansão que assusta. Cada vez quero mais ficar no silêncio; o silêncio me chama. Cada vez que entro no silêncio, tenho novas percepções. Vejo como são inúteis as palavras. Sinto a vibração de tudo ao qual me concentro, como se todo quebra-cabeça da criação faz parte de algo maior: está tudo certo! Tudo faz parte do quebra-cabeça: só existe a harmonia; está tudo na harmonia; está tudo absolutamente certo; um sincronismo impressionante, onde tudo se encaixa.

Out: Considerando que até poucos dias atrás você se encontrava bastante deprimido, não poderia ser isso um pico de "euforia"?

X: pode ser... Mas, estou muito tranquilo!

Out: bem, isso que importa. Mas diga-me: e suas manias e tendências? Como andam?

X: estou até assustado! Estão tão frias que acho que sou outra pessoa. Está acontecendo algo dentro de mim. O mais interessante é que o isolamento está sendo algo natural; isso está vindo muito forte: um isolamento consciente; um deixar ir de tudo e de todos.

Out: e o que você vê de bom nisso?

X: sinceramente? Não sei! Mas tem algo dentro de mim que me chama pra isso.

Out: sua expansão não lhe apresenta isso?

X: não, não! É algo que não controlo e nem sei o por que.

Out: bem, você também não controlava muitas tendências maníacas do ego; até que ponto isso não pode ser o ego entrando pela porta dos fundos?... Uma expansão que não lhe aproxima do humano... Uma expansão que não lhe chama para o mundo, não lhe soa um tanto estranho?

X: não sei lhe falar agora; preciso me aprofundar mais nessa questão; vou refletir!

Out: tenha cuidado: o ego se transveste. Se paz sem voz, não é paz, é medo, expansão sem comunhão...

X: vou observar cuidadosamente...

Out: ótimo! Nessa sua vivência do momento, o que você poderia passar ao próximo?

X: que cada movimento da vida, cada palavra, que cada situação são momentos que a vida está lhe apresentando para você cada vez mais olhar para dentro de você e perceber como a vida está conspirando há todo momento a seu favor e que tudo na vida está certo!

Out: não desmerecendo sua fala, mas, você não acha que isso já vem sendo bombardeado em todo livrinho de auto-ajuda e nas curtas frases do facebook?

X: acho até que sim, mas, nesse exato momento estou vendo isso na minha vida prática muito vivo; estou percebendo isso praticamente e não teoricamente e isso é muito importante na minha visão.

Out: desculpe-me por questioná-lo assim, mas, como seu amigo, penso que devo fazê-lo, uma vez que, POR EXPERIÊNCIA PRÓPRIA, sei dos enredos do ego com suas múltiplas formas de AUTO-ILUSÃO ou de “polliânico escapismo nuvem cor de rosa" (não afirmo que seja seu caso). Até poucos dias você estava bastante confuso e deprimido; considerando que o ego vive da bipolaridade maníaca depressiva, há que se questionar mesmo a realidade do que estamos vivendo, afinal, está cheio de gente confusa dizendo que é “só love”, “só amor” e que “tudo está certo!” Fique atento!

X: não posso falar por terceiros; só posso falar de algo que nas minha observações estou percebendo; estou num estudo profundo de mim mesmo; não posso fechar em verdades absolutas. Nesse exato momento, minha percepção me chama pra isso.

Out: nesse profundo estudo de si mesmo, o que percebeu SOBRE SI MESMO?

X: nesse exato momento, um encaixe do quebra-cabeça: que tudo realmente conspira a seu favor e, se você souber ler nas entrelinhas, até mesmo a depressão...

Out: vou perguntar novamente pois sinto que você não respondeu a pergunta: o que percebeu SOBRE SI MESMO?

X: um relaxamento natural do processo vida. Percebi isso! Percebi que tenho que soltar tudo! Absolutamente tudo! O esforço intelectual não adianta. Preciso soltar naturalmente tudo!

Out: o que percebeu SOBRE SI MESMO?

X: o esvaziar, o soltar, esquece o intelecto...

Out: isso mesmo, deixe o intelecto de lado e me responde: o que percebeu SOBRE SI MESMO?

X: aí que está: não existe resposta!

Out: ok!

X: a própria resposta é do ego! Só existe o esvaziamento.

Out: No início de nossa conversa você apresentou um monte de palavra bonita; escreveu pra cacete, de modo disparado, mas, quando pergunto sobre “você”, você se mostra evasivo e me dá uma resposta que me soa bem intelectual: "a própria resposta é do ego".

X: as palavras são muito complicadas e dão interpretações difusas.

Out: ok!

X: vou tentar expor de uma outra maneira...

Out: antes, olhe bem para a pergunta: o que percebeu SOBRE SI MESMO?

X: não existe percepção sobre si mesmo nesse estado.......... ponto! Porque o si mesmo não existe......... ponto!

Out: Ok! Fechamos por aqui!

X: ok!

Out: um abraço, confrade!
X: abraço!


06 fevereiro 2014

O papel da disciplina na verdadeira espiritualidade


Pode-se perguntar: a disciplina não tem lugar na verdadeira espiritualidade? A vida espiritual é uma vida indisciplinada? Se for, não resultaria em desperdício de nossas energias? E a energia não é necessária para viver a vida espiritual? Parece muito claro que o desperdício de energia deve ser eliminado em TODOS OS NÍVEIS, o que indica que a energia DEVE SER CONSERVADA. Além disso, precisamos conhecer o segredo da renovação de nossa energia se quisermos avançar na direção das expressões criativas da vida espiritual.
É bastante óbvio que a conservação de energia é possível apenas em uma vida disciplinada. Mas, se a planta da vida espiritual floresce em uma atmosfera de liberdade e espontaneidade, como podem ser reconciliadas a liberdade e a disciplina? De hábito, liberdade e disciplina são consideradas contraditórias e, por consequência, mutuamente exclusivas. Porém, o fato é que apenas aquele que é totalmente livre pode ser, na verdade, disciplinado. Sem liberdade, a disciplina é uma imposição, seja de fora ou de dentro. Muitas vezes uma pessoa afirma que não aceita qualquer disciplina que seja imposta por uma autoridade externa, mas esta pessoa esquece que a chamada autoridade interna é também um produto de fatores condicionantes. A autoridade interna é realmente um produto de forças sociais e culturais que invadem o indivíduo, advindas da sociedade ou do grupo ideológico ao qual pertence. A liberdade exige uma completa eliminação da autoridade tanto externa quanto interna. É apenas então que o indivíduo, TORNANDO-SE INDEPENDENTE, assume a completa responsabilidade por tudo o que faz. Com certeza, é no clima de tal responsabilidade que a verdadeira disciplina cresce. Quando o homem compreende que nenhuma autoridade pode salvá-lo NEM MESMO A AUTORIDADE INTERNA, assim, SOZINHO, ele está supremamente disciplinado. Nesta compreensão da auto-responsabilidade, ele sabe que precisará de toda sua energia, e, em consequência, não pode permitir que seja desperdiçada. Sem tal senso de responsabilidade, a disciplina não tem valor, e, quando a responsabilidade é despertada, surge a disciplina natural e espontaneamente.
Quando somos completamente responsáveis por nós mesmos, começamos a viver no verdadeiro sentido da palavra. Sabe-se que uma ação que emerge da ação correta tem a qualidade da verdadeira disciplina. É uma disciplina que emana da própria ação de viver. Não é baseada em um ideal, que tentamos traduzir para nossa conduta diária; surge no próprio processo do aprendizado. Aprendemos, e este mesmo ato de aprender cria sua própria disciplina. É como um rio que, na própria ação de fluir, cria sua própria disciplina em função das suas margens. Estas não são criadas com antecedência. Podemos criar tais margens e descobrir que o rio tomou um curso totalmente diferente. Isso é verdadeiro igualmente com relação ao rio da vida. Se seu fluxo é mantido ininterrupto, este mesmo fluxo cria sua própria disciplina. Quando o fluxo sofre obstrução, começam os desordenamentos. É a mente do homem, com suas conclusões e interesses encobertos, que cria obstruções ao fluxo da vida. É o sentimento de posse que interrompe o fluxo da vida, gerando caos e confusão. Há uma disciplina inerente ao fluxo da vida. É suficiente olhar a natureza para ver que todas as suas atividades são perfeitamente disciplinadas. No entanto, não é uma disciplina aparte da vida. O ato de viver é um estado dinâmico. O dinamismo da vida exige uma disciplina que surge no próprio ato de viver.
Rohit Mehta - Yoga: A arte da integração

03 fevereiro 2014

A fuga da dor pelo escapismo místico estratosférico


Constatações sobre o hipnótico êxtase vedântico

Propagar um escapismo místico que se apresenta na esfera das ideias parece ser muito mais fácil e cômodo do que observar, compreender e transcender nossas dolorosas reações emotivas, nossas disfarçadas dependências, nossos hábitos, manias e tendências autocentradas (para não chamar de egoístas), as quais nos impedem de saber, por experiência direta, o que é o amor, o que é o Absoluto. Queremos provar da doçura do fruto, sem o trabalho de limpar o terreno e se dedicar ao plantio e colheita. 

A manutenção de nossa natureza egocêntrica adquirida ao logo dos anos e a experiência direta do Absoluto, ou da Realidade que somos, não podem ocorrer juntas. Não há como manter dois senhores. Portanto, é preciso muito cuidado com esta nova "droga" no mercado virtual: o "hipnótico êxtase vedântico" que nos lança numa ilusória "second life"...

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!