Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

15 janeiro 2011

Sobre o Humano em mim

Entre o bem e o mal, upload feito originalmente por NJRO.
Pela manhã, recebi um e-mail de um grande amigo, cujo conteúdo, traz falas da confraria dos despertos, as quais compartilho com você leitor.

(...)

Creio ser possível estar afinado com as tendências mundiais sem ler ou assistir nenhuma mídia jornalística. As verdadeiras tendências mundiais, da humanidade vibrante deste globo - inversamente aos 'ilustres' telespectadores 'Globais' e honorável público da miséria alheia (ISTO É, VEJA, ETC.) - estão para além de qualquer relato jornalístico; e aquém da mínima noção de realidade, de verdade pujante.

Estou afinado com as tendências mundiais, com a humanidade viva com quem partilho nosso dia-a-dia, porque estou em contato contínuo com o humano em mim. Isto permite uma espécie de pressentimento dos movimentos que estão ocorrendo para além das minhas vistas, para além do que eu posso ler ou ouvir com os meus olhos e ouvidos. Nada há de especial em mim por conta disso; pelo contrário, continuamente estou me deparando com o mais vil dos criminosos e o mais milagroso dos santos, pois tanto o criminoso como o santo pertencem ao humano, estão contidos na natureza humana da qual eu sou um mero representante (confesso, há muito me falta esmero no zelo desta representação).

Conto isso a você, Nelson, porque a aparente loucura destes dizeres ganha a revitalização de uma sinceridade que se recusa a ser rasa. Não saberia dizê-lo de outra forma que não fosse a escrita, que me permite a contemplação do meu estado de testemunha, réu, juiz, advogado e júri de mim mesmo.

Fico grato e gratificado.
Abraços a você e a Deca.

Liban

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!