Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

06 janeiro 2011

O Guru

Guru, upload feito originalmente por NJRO.


P: Há um ponto na vida da pessoa quando ela se converte na testemunha?

M: Oh, não. A pessoa por si mesma não se transforma na testemunha. É como esperar que uma vela apagada comece a arder no curso do tempo. A pessoa pode permanecer na escuridão da ignorância para sempre, a menos que a chama da Consciência a toque.

P: Quem acende a vela?

M: O guru. Suas palavras, sua presença. Na Índia é muito frequente o mantra. Uma vez que a vela esteja acesa, a chama a consumirá.

P: Pode a pessoa tornar-se consciente de si mesma por si mesma?

M: Sim, isto acontece algumas vezes como um resultado de muito sofrimento. O guru quer salvar você da dor interminável. Tal é sua graça. Mesmo quando não há um guru externo que possa ser encontrado, sempre há o sadguru, o guru interior, que dirige e ajuda a partir dentro. As palavras "externo" e "interno" são relativas ao corpo apenas; na realidade tudo é um, sendo o externo uma mera projeção do interno. A consciência chega como se de uma dimensão superior.

M: Antes de acender a chama não há nenhuma testemunha que perceba a diferença. A pessoa pode ser consciente, mas não está ciente de ser consciente. Está completamente identificada com o que ela pensa, sente e experimenta. A escuridão que nela está é de sua própria criação. Quando a escuridão é examinada, é dissolvida. O desejo de examinar é instalado pelo guru. Em outras palavras, a diferença entre a pessoa e a testemunha é como entre não se conhecer e conhecer a si mesma. Quando há harmonia, o mundo visto na consciência é da própria natureza da consciência; mas quando a atividade e a passividade aparecem, elas obscurecem e distorcem, e você vê o falso como real.

P: O que pode a pessoa fazer para preparar-se para a vinda do guru?

M: O próprio desejo de estar pronto significa que o guru já chegou e a chama foi acesa. Pode ser uma palavra casual ou uma página em um livro; a graça do guru trabalha misteriosamente.

Sri Nisargadatta Maharaj

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!