Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

21 janeiro 2011

Religião ou Espiritualidade

Crença
Há centenas de religiões, cada uma se proclamando portadora da verdade e desqualificando as outras. A espiritualidade é apenas uma, em exercício permanente e sem forma única.

A religião possui templos para louvores e adorações. O templo da espiritualidade é o ser, o mundo, o universo.

A religião é para os que dormem. A espiritualidade é para os que despertam.

A religião é para aqueles que necessitam de um código externo e precisam ser guiados. A espiritualidade é para os que ouvem e praticam o embrião da consciência, a voz interior.

A religião é um conjunto de regras e dogmas, não admite questionamentos. A espiritualidade te leva à reflexão, a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.

A religião ameaça, amedronta, impõe e cobra. A espiritualidade procura, desenvolve, liga causas e conseqüência, serenamente.

A religião aponta pecados e declara culpas. A espiritualidade aponta a ignorância e toma o sofrimento como ensinamento.

A religião reprime, condena e acusa. A espiritualidade transcende, compreende e esclarece.

A religião inventa. A espiritualidade descobre.

A religião determina formas. A espiritualidade desenvolve conteúdos.

A religião não indaga, nem questiona. A espiritualidade duvida, experimenta, observa e procura absorver..

A religião é crença. A espiritualidade é busca.

A religião é humana, é uma organização com regras. A espiritualidade é ligação e não tem regras.

A religião divide, secciona e discrimina. A espiritualidade une, respeita e abraça.

A religião lhe busca para que acredite. A espiritualidade, você precisa buscá-la.

A religião necessita do (e determina o que é) sagrado. A espiritualidade busca o sagrado, em tudo.

A religião se alimenta do medo e da ignorância. A espiritualidade se alimenta na busca e no desenvolvimento da consciência.

A religião se ocupa com fazer. A espiritualidade se ocupa com ser.

A religião ensina a evitar o mal por medo do castigo e fazer o bem por interesse na recompensa. A espiritualidade ensina que o plantio é livre, mas a colheita é obrigatória.

A religião é adoração e temor. A espiritualidade é reflexão e amor.

A religião tortura o presente com os valores do passado, ameaçando com castigos no futuro. A espiritualidade vive o presente, levando em conta as lições do passado, fazendo o plantio do futuro.

A religião condena e encarcera a natureza. A espiritualidade desenvolve a consciência para tratar com a natureza.

A religião manda crer na vida eterna. A espiritualidade nos permite viver a eternidade da vida.

A religião promete o encontro com Deus depois da morte. A espiritualidade busca o encontro com Deus dentro de nós mesmos, a cada momento.

A religião determina e inquieta. A espiritualidade desabrocha e aquieta.

Religião é tirania espiritual. Espiritualidade é consciência existencial.

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!