Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

04 janeiro 2011

E se nós começássemos pedindo desculpas?

Discurso de arrependimento de nossos poderosos.

Queremos pedir desculpas.
Desculpas por termos forjado o governo Collor...
Desculpas pela destruição do ensino público básico...
Desculpas pela universidade gratuita ser para os ricos...
Desculpas por não aprovarmos logo a renda de cidadania, que acabaria com a miséria absoluta...
Desculpas por deixarmos passar na TV milhares de cenas de violência explícita enquanto as crianças ainda estão acordadas...
Desculpas igualmente pelas cenas de sexo na TV...
Desculpas por respeitarmos interesses excusos em troca de dinheiro depositado em nossas contas no exterior...
Desculpas pelo fato dos ricos criminosos nunca cumprirem penas de prisão para valer...
Desculpas por permitirmos propaganda de cigarro e bebida alcoólica, além do mais, propositalmente atraentes para as crianças...
Desculpas pela TV não estar obrigada a incluir crítica independente a seus programas, propagandas e respectivos produtos...
Desculpas por saborearmos guloseimas a todo momento, enquanto suas crianças sentem fome...
Desculpas por não exigirmos que os piores criminosos trabalhem na cadeia...
Desculpas por deixarmos a violência assolar o país inteiro, enquanto blindamos nossos carros...
Desculpas por termos cuidado primeiramente dos direitos humanos dos criminosos, e não dos direitos da pessoas pobres honestas...
Desculpas por não termos vendido muito antes a energia do álcool ao mundo...
Desculpas por impedirmos que as escolas públicas se tornem centros de lazer e cultura nos finais de semana...
Desculpas por utilizarmos sistematicamente os nossos inteligentes de Oxford, Harvard, Sorbonne e congêneres para projetar e manter, milimetricamente, o distanciamento social entre nós e vocês...
Desculpas por não sentirmos carinho genuíno nem ao menos por suas criancinhas, quanto mais por vocês...
Desculpas por não valorizarmos a sua cultura da alegria como antídoto para a cultura da violência...
Desculpas por desapropriarmos com facilidade quarteirões inteiros para construirmos viadutos, avenidas e metrôs, qualquer coisa que permita superfaturamento, mas nunca fazermos o mesmo para construirmos muitas quadras esportivas na periferia violenta...
Desculpas por não nos sentirmos parte de vocês...
Enfim, será que se nós pedirmos todas essas desculpas (e outras ainda), vocês nos perdoarão e concordarão, claro que após as devidas reparações, em construir conosco uma nação de verdade?

Humberto Cosentine
03/01/2011 às 11:39
humbertocosentine@ig.com.br

Não Dependo de Políticos
Raizes que Tocam

Pobreza, gira em volta da nação
Infelizmente muitos mendigam o pão
Violência não acaba
E não chega ao fim
E na TV eles aparecem
E pedem: Vote em mim
Como é que eu posso acreditar
Em que eles têm pra me falar?
Como é que eu posso acreditar, oh Jah
Se aonde eu moro tem criança sem estudar
Pai de família sem opção a trabalhar
E esse hipócritas continuam na rua
Eu não dependo de políticos pra poder sobreviver
Eu não dependo deles pra poder comer
Eu tenho garra, eu tenho força, eu tenho inspiração
Eu tenho Deus, eu tenho o reggae no meu coração
Em época de eleição já sei o que acontecerá
Virão aqui no gueto somente pra disfarçar
A todos eles irão comprimentar
Crianças no colo eles irão pegar
Mas em seus corações falta amor, falta respeito
São capazes de matar só pra poder ser eleito
E é por isso que eu não me rendo
E mais e mais vou aprendendo
Que de políticos eu não preciso
Desses hipócritas eu não dependo

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!