Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

05 janeiro 2011

o homem moralmente superior nunca se submete


A adequação aos catecismos alheios é fácil para os homens frágeis, crédulos, medrosos, sem grandes desejos, sem paixões veementes, sem necessidade de independência, sem irradiação de sua personalidade. Em compensação, a acomodação é inconcebível para as pessoas idealistas e fortes, capazes de paixões vivas, suficientemente intelectuais para não se deixar enganar pela mentira dos outros. Aqueles não sofrem com a pressão moral do rebanho, pois a hipocrisia é seu clima propício; já os idealistas, sofrem, lutando entre a vocação e o falso conceito do dever que a sociedade impõe. Ajustam-se a ele os homens honestos, mas o homem moralmente superior nunca se submete. 

A virtude, que é individual, diferentemente de suas caricaturas coletivas, consiste na discrepância com a hipocrisia coletivamente organizada: na caridade e na beneficência mundanas a miséria dos corações tristes alimenta a vaidade dos cérebros vazios. 

Os indivíduos propensos à virtude diferem por sua intensidade.

José Ingenieros - O Homem Medíocre

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!