Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

17 novembro 2010

A experiência do Ser

saotome9,  por NJRO.


Quando uma pessoa realiza todas as suas ações com amor supremo e com consciência de que o Ser está em todo lugar e em todas as coisas, sua vida mundana torna-se espiritual. Então ela não precisa seguir nenhuma prática especial para encontrar Deus. Não precisa abandonar sua casa e família. Não tem que ir a um ashram ou a um templo. Pode encontrar Deus exatamente onde está.

Um homem sabe que é um homem; não precisa ficar repetindo o mantra "Eu sou um homem, eu sou um homem". Uma mulher sabe que é uma mulher; não precisa ficar repetindo o mantra "Eu sou uma mulher, eu sou uma mulher". Do mesmo modo, uma vez que você tome consciência de que você é o Ser, não precisa ficar repetindo "Eu sou o Ser, eu sou o Ser".

Swami Muktananda

A experiência do Ser é a mesma para todos. Essa experiência existe no interior de todos nós. Não vem do exterior. Assim sendo, vá fundo, fundo para dentro... Tudo o que tem a fazer é voltar-se para dentro e meditar em paz no Ser.

Se você ficar tentando satisfazer os seus desejos, eles arderão cada vez mais alto até consumirem você completamente. A única maneira de conseguir experimentar paz é tornando-se livre dos desejos, e a única maneira de tornar-se livre dos desejos é reconhecê-los e controlá-los.

Um buscador espiritual está atrás do prazer , mas o prazer que procura não é o prazer dos sentidos. É o prazer do Ser, a beatitude do Ser. As pessoas correr atrás dos prazeres dos sentidos porque não estão conscientes de sua verdadeira natureza, nem da beatitude que aí se encontra. Os prazeres dos sentidos são como águas de uma miragem.

Durante muitos anos você esteve acumulando as impressões do mundo. Esteve enchendo a sua mente e coração com a noção de que é pequeno, que é fraco, que é pecador. Aprendeu estas coisas de seus professores, de sua sociedade e de todos os livros sagrados de diferentes religiões e passou a acreditar neles. Pensava a seu respeito como uma criatura limitada, aprendeu a ver pecado no Ser puro. Como resultado, você vem nadando num oceano de sentimentos limitados - desejos e anseios, apego e aversão, raiva e ciúme. Agora a sua mente e coração tornaram-se tão nublados e embotados, que você não pode ver a luz do Ser e, mesmo quando alguém lhe diz que você é o Ser, você não consegue aceitar. Por isso você precisa fazer sadhana (prática espiritual) Sadhana é o meio pelo qual você pode tornar seu coração puro e forte o bastante para reter o conhecimento da verdade.

Quando uma pessoa segue os sentidos, esquece o seu Ser. Esquece o que existe e lembra-se do que não existe. Em seu coração ela sempre sente que está faltando alguma coisa; nunca se sente plena. Se uma pessoa não possui autodomínio , transforma-se num escravo; sua vida torna-se dependente de fatores externos.

Se você pudesse voltar o seu sentimento de apego na direção do Ser interior, na direção de Deus, seu apego seria-lhe muito bom. Não abandone o apego; somente volte-o na a direção de Deus e para longe das coisas deste mundo.

De ao seu apego um objeto diferente e deixe que este objeto seja Deus. Torne-se completamente apegado a Ele. Aí então seu apego lhe trará grandes frutos.

Aquele que constantemente nada no oceano do Divino, não terá interesse em rios e córregos.

Abandonar o ego significa mergulhar mergulhar na felicidade do Ser, dissolver nossa pequenez na vastidão da Consciência.

Assim como você entrega uma peça de roupa à lavadeira e a deixa fazer o que for necessário, você tem que se dar ao Guru completamente e permitir que ele o remodele e lhe dê nova forma, do jeito que Quiser... Dar se ao Guru significa constantemente tentar embeber suas instruções.

Quando um discípulo realmente se perde no Guru, quando um discípulo se entrega ao Guru, não precisa mais fazer nenhuma outra prática espiritual, porque o conhecimento do Guru desperta-se naturalmente em seu interior.

Você deve seguir o caminho ensinado pelo Guru e não imitar suas maneiras. Se simplesmente imitá-lo, você se arrisca a cair.

As escrituras indianas dizem que um discípulo deve dar tudo que tem a um Guru, mas o Guru não pode aceitar nada de um discípulo, exceto sua ignorância.

Mesmo quando uma pessoa não acredita que é um ser humano, ainda assim, ela é um ser humano. Do mesmo modo, mesmo que alguém não acredite que Deus está em seu interior, ainda assim Deus está lá.

Não temos que alcançar Deus, porque nós já somos Deus. Ele penetra cada poro de nossos corpos, cada célula de nosso sangue, e cada partícula de pó desta terra. No entanto, não podemos conhecer este Ser onipresente se não destruirmos nosso sentimento de separação, nossa individualidade.

O único obstáculo na estrada para atingir a felicidade de Deus é o sentimento de individualidade. Ao identificar-se com este eu, torna-se escravo de seus sentidos.

O Senhor de todos os seres mora no interior do coração de cada um. Você deve meditar Nele e lembrar-se Dele. Então atingirá o que deve atingir. Virá naturalmente, sem que você necessite tentar atingi-Lo.

As pessoas vêm e fazem um curso de dois ou três dias, voltam para casa e esquecem tudo que aprenderam. Não praticam o que aprenderam. Então pensam: Eu fiz este curso, estive com este Guru, mas nada ficou comigo. A verdade é que somente se praticar diariamente, somente se combinar sadhana (prática espiritual) com suas atividades mundanas é que o conhecimento do Guru trará frutos para você. Mesmo para atingir alguma coisa na vida diária, você tem que trabalhar para isto... Sendo assim na vida cotidiana, por que seria diferente na vida espiritual? Por que esperaria atingir a Verdade em poucos dias?

Para atingir o Ser você precisa meditar no Ser. Se a sua sadhna (prática espiritual) não é pura e forte, mesmo que o próprio Deus se revele a você, não será capaz de vê-lo. Tudo que verá é uma visão, não compreenderá que era Deus.

À medida que você medita constantemente, à medida que se torna absorto na lembrança do Ser em todas as coisas, a experiência do Ser começa a fluir através de todos os gestos e olhares.

Quando você medita, deve meditar no Ser. Quando você repete o mantra, deve fazê-lo com a consciência de que o mantra é um com o Ser. Quando faz seu trabalho, deve fazê-lo com o Ser na mente. Quando está falando com alguém, deve ter o Ser na frente de seus olhos. Tudo o que você fizer, aonde você for, para ode você olhar, deve estar consciente de que o Ser aí está. Compreender a presença do Ser em toda parte, sentir a Presença do Ser em toda parte, meditar com a certeza de que o Ser está em toda parte - isto é sadhana (prática espiritual).

A sadhana só produz frutos quando você a pratica constantemente, durante muito tempo e com a compreensão correta - que é a compreensão de que o Ser permeia todos os lugares, que o Ser habita cada cabelo e cada poro do corpo e em todos os cantos do universo.

Meditação é mais grandioso do que palestras sobre espiritualidade. Estas palavras buriladas são como comidas deliciosas sobre as quais se lê num livro de receitas. Se apenas lê o livro de receitas e não cozinha nada, você morre de fome. Isto é o que as pessoas fazem na espiritualidade. Vão lendo livros e mais livros, não fazem a comida. Só lendo e lendo, escutando e escutando você não atingirá nada. Deve meditar. Meditar é como cozinhar uma comida deliciosa. Uma comida deliciosa é criada em seu íntimo. Hoje em dia as pessoas vão à palestras, mas raramente agem.

Através da meditação você pode conhecer seu próprio Ser interior. Aquele que compreende as coisas mais secretas de seu íntimo é o Ser.

Assim como uma pessoa em sono profundo não sente prazer nem dor, só uma grande paz, assim também aquele que está absorto em meditação não experimenta os prazeres ou dores do mundo exterior. Ela experimenta apenas a beatitude divina.

Um estudante de espiritualidade precisa ter um desejo ardente de atingir Deus. Nenhum artista, seja qual for o seu campo, pode atingir algo sem que se perca em sua arte. Do mesmo modo, você só pode atingir a Deus se perder em Seu amor. No momento em que você tiver um desejo ardente, Ele aparecerá na sua frente. Deus está em seu íntimo - por que não pode vê-lo? É porque não tem um desejo ardente... se permanecer meditando e cantando e lendo as escrituras, através da Graça de Deus você desenvolverá o interesse em atingi-Lo. Seu interesse criará uma aptidão interior e finalmente fará surgir um desejo intenso por Deus.

Quando uma pessoa está muito distanciada do Ser, como pode ser considerada viva? Aquele que não tem a inspiração do Ser, que se considera diferente do ser, não é absolutamente um ser vivo. Ele está morto, sepultado sob um espesso manto de ignorância.

Ó esquecido do Ser, acorde, acorde! Ao menos agora, escute-me. O estado do Ser, o conhecimento do Ser, a sabedoria do Ser são muito fáceis de se alcançar. Volte-se para o seu interior e perceba Isto. Este mundo, que você pensa ser real, é efêmero e temporário. Brevemente, todas as coisas que lhe parecem tão reais perecerão.

Assim que conhecermos a verdade sobre nós mesmos, compreenderemos que não somos este corpo feito de carne e osso. Perceberemos que somos algo mais do que limitadas almas individuais. Saberemos que somos tão-somente Deus.

Só perdendo sua individualidade é que a semente pode tornar-se uma planta. Do mesmo modo, só mergulhando nosso ego limitado no Ser é que podemos nos tornar o Ser.

Swami Muktananda

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Escolho meus amigos pela pupila

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Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!