Qual o sentido da realidade?

Freqüência, por Nelson Jonas

Ler é reler, compreender e interpretar; cada um lê com os olhos que tem, e interpreta
a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de vista é a vista de um ponto. - Leonardo Boff

De fato, cada um lê um texto de acordo com seu fundo psicológico.

Na semana passada, escrevi um texto sobre meus sentimentos neste Natal (Aí, Noel: ivcPod!), o qual parece ter causado indignação e mal-estar para alguns de meus consangüíneos familiares. Confesso que nunca foi essa a minha intenção. O espírito do mesmo era expor nesta imensa rede de relacionamentos que é a internet, uma fração de meus sentimentos em busca de eco. De fato, como se pode ver no texto abaixo, à mim enviado, foi em longínquos "inquietos familiares" que encontrei o que buscava...

"A FELICIDADE COMEÇA QUANDO O EXPEDIENTE TERMINA"
Ouvi esta frase de um jornalista na tv.

Eu, que não tenho expediente para cumprir, posso me considerar mais feliz?

Sei que tenho mais horas para divagar. E nas minhas divagações, o que eu tenho que fazer, faço com vagar. Sou mesmo devagar.

O tempo, a quem tenho visto como inimigo ao longo de todos esses anos, graças a uma convulsão e conluio dos soberanos na formação da opinião pública - justificando regras de conduta como necessários à sobrevivência - constatada minha sobrevida a despeito de tudo isto; apresenta-se, agora, simplesmente como o AGORA.

Julgo-me ímpar, pois meus pares - pelo menos quem eu considero imbuídos da mesma maldição ou bênção de uma espécie de inquietação eterna - encontram-se alocados fisicamente distantes.

Nelson, a constatação de sua presença neste globo (e da Andrea), deixa-me a sensação de estar amparado - mesmo fisicamente solitário, pois eu os tenho como meus pares, no sentido mais entranhamente humano desta palavra.

Abraços.
Nabil

(...)

Apesar de não estar em freqüente contato com este amigo, constato que estamos em contato freqüente com a mesma freqüência. Este foi meu grande presente de Natal. É preciso sempre lançar um olhar sobre o olhar que olha. Quanto aos meus sentimentos, aos sensíveis, não é preciso dizer mais nada!

Nelson Jonas