Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

26 outubro 2010

O que significa ter um lugar sagrado?


MOYERS: Em The Mythic Image, você escreve sobre o centro transformador, a idéia de um lugar sagrado, onde os muros temporários podem se dissolver, revelando algo maravilhoso. O que significa ter um lugar sagrado?

CAMPBELL: Isso, hoje, é uma necessidade absoluta para qualquer um. Você precisa de um quarto, uma determinada hora ou um certo dia em que não leu as notícias da manhã, não sabe quem são seus amigos, não sabe o que deve a quem quer que seja, nem o que lhe devem. É um lugar onde você simplesmente vivencia e traz à tona o que você é e o que pode ser. É o lugar da criação incubativa. No início, você pode achar que nada acontece. Mas se você tem um lugar sagrado e se serve dele, alguma coisa eventualmente acontecerá.

MOYERS: Esse lugar sagrado fará por você o que as planícies fizeram pelos caçadores.

CAMPBELL: Para eles, o mundo inteiro era um lugar sagrado. Mas a orientação de nossas vidas se tornou tão prática e econômica que, à medida que você envelhece, as solicitações do momento se tornam prementes a ponto de você mal saber onde diabo está, ou quais são suas intenções genuínas. Você está sempre fazendo algo exigido de você. Onde está a sua estação de bem-aventurança? Você precisa se esforçar para encontrá-la. Pegue o aparelho de som e ponha uma música de que você realmente goste, ainda que seja uma música piegas, ultrapassada, que ninguém mais aprecie. Ou pegue o livro que você realmente gosta de ler. No seu lugar sagrado, você atinge aquele sentimento de respeito pela vida que esses povos tinham para com o mundo todo em que viviam.

O Poder do Mito

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!