Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

12 outubro 2010

A mente é obcecada pelo "fazer"

A mente humana é um esforço orientado, uma ação orientada e obcecada por atividade, porque quanto mais atividade voce faz, mais seu ego pode ser preenchido, mais voce pode dizer “Eu”.

Toda atividade é basicamente o alimento para sua personalidade egóica.

Meditação não é esforço; não é uma atividade. Ao contrário, é uma profunda entrega. É estar em não atividade. Basicamente, apenas SER é meditação…sem nada a fazer, sem nada desejar, sem almejar estar em outro lugar, simplesmente estar aqui e agora.

SER simples no aqui e agora – é isto que chamo de meditação.

Mas é bem dificil que isto seja concebido; mesmo contemplar é muito difícil porque a mente não pode conceber nada que não seja esforço. Toda linguagem da mente, todo trabalho, toda estrutura mental é baseada no esforço…fazer alguma coisa, adquirir alguma coisa, ir para algum outro lugar.

A mente é muito séria e meditação é absolutamente sem-seriedade.

Quando eu falo isto voce talvez se sinta meio confuso porque as pessoas seguem falando sobre meditação seriamente, e meditação não é uma coisa séria, é como um jogo de brincadeira…sem seriedade, sincera mas não-séria. Não é como trabalhar…é mais como brincar. Brincar não é uma atividade – mesmo quando é ativa, não é uma atividade. Jogar é só um prazer. A atividade não é pra ir a lugar algum, não é esta a motivação; é o contrário disto, é só um livre fluir da energia. Mas isto é bastante difícil porque nós estamos em atividade constante e temos estado em atividade por tanto tempo que isto se tornou uma profunda raiz de obscessão. Mesmo quando estamos dormindo nós estamos em atividade, mesmo pensando em relaxar, nós estamos em atividade. Nós até mesmo precisamos fazer do ralaxamento uma atividade; nós temos que fazer um esforço pra relaxar. Isto é um absurdo. E por causa deste hábito, nos tornamos um robô da mente…

A mente não pode conceber estar sem-atividade, então o que fazer?

Somente a não-atividade pode guiá-lo até seu centro interior.

Então eu inventei um novo significado e o significado é ser ativo a tal extremo que a atividade simplesmente cessa por ser tão extrema…ser tão insanamente ativo que a mente por ser tão ansiosa por atividade é jogada pra fora e simplesmente é liberada do seu sistema, com uma profunda catarse, voce cai na inatividade e pode ter um vislumbre do mundo que não é ativo.

Uma vez que voce conheceu este caminho, voce poderá ir nesta direção sem nenhum método; uma vez que voce tem o sentimento – como estar no aqui e no agora sem fazer nada – voce poderá ir pra dentro do seu SER a qualquer momento. Ou voce pode se manter dentro dele, em qualquer lugar. Resumindo, voce pode ser ativo dentro e fora sendo profundamente inativo.

Mas no começo voce precisará fazer coisas bem paradoxais e o paradoxo é este: voce tem que ser ativo, insanamente ativo, selvagemente ativo, então tudo será liberado, sua obscessão virá pra fora.

Osho The New Alchemy: To Turn You On Array

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!