Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

08 agosto 2011

Um modo de escutar com a alma

Entrega

Como por tantos e tantos anos sempre fomos incentivados, formatados sistematicamente ao mito romântico, nunca pudemos ver entre as linhas, entre as palavras, nunca pudemos escutar com alma, só escutávamos com as emoções, com o sentimentalismo aquilo que o poeta, o artista, tenta passar de sua profunda experiência do Sagrado, quando em momentos de solidão, quando em momentos de solitude meditativa. Por causa disso, ficamos presos por anos e anos nesse sentimentalismo infantil que não aponta para este grande romance que é o encontro da realidade do que somos — não com aquilo que pensamos ser — com a essência do que somos, com o Ser que nos faz ser. Só quando o Sagrado toca-nos o peito, beija-nos a face é que a essência da arte faz-se audível. Quando isto ocorre, o aplauso ao artista, não dura somente no momento de sua apresentação. Você, o artista, sua expressão, tornam-se Um só, não existe mais aquele que ouve e aquele que canta. Esta música de Vander Lee, é um maravilhoso hino ao Sagrado. Retrata esse divino encontro de nossa realidade com a expressão do Sagrado, do Ser que nos faz ser. Nesse encontro, o relógio, o tempo é roubado de nós, um roubo que é uma graça. Esta música é um retrato fiel da experiência do Absurdo e da Graça, que inicialmente nos cria uma confusão aos sentidos, mas que depois de instalada, de devidamente compreendida e aceita, ilumina tudo, faz da Vida um céu aberto enluarado, onde, todo dia é feriado. E nesse encontro da alma com o Ser, Ele chega querendo se apossar de tudo que o intelecto por tanto tempo, Dele tirou. E em poucos momentos, faz saber que tudo aquilo que buscávamos em nosso romantismo infantil, em nosso sentimentalismo imaturo, já estava dentro de nós, ou melhor, já era o "nós". Portanto, lhe convido agora para um desfrute, não com esses ouvidos que pensam escutar, que pensam para escutar. Convido-lhe para ouvir esta música, com os ouvidos do Ser. Quem sabe, você saiba o que o poeta quis dizer com o resultado de ter um coração que bate mais forte. É preciso estar de mente e coração aberto para perceber a direção para onde o poeta aponta...
Um beijo em nosso coração!

Nelson Jonas



Iluminado
Vander Lee
Composição: Vander Lee

Vi o meu sentido confundido, iluminado
Vi o sol enluarar, quando viu você
Vi a tarde inteira, a Sexta-feira, o feriado
Esperando o amor chegar e trazer você
Você chegou querendo
Tudo que o tempo não te deu
E que levou de você;
Sem saber que você já sou eu
Agora não entendo
O meu relógio o amor tirou
Mas sei que o meu coração
Tá batendo mais forte
Porque você chegou

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!