Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

17 agosto 2011

O ser quântico na física nossa de cada dia

O pombo II


Somos como pássaros, interiormente cheios de vida, mas dela totalmente inconscientes, impossibilitados de torná-la consciente em suas infinitas possibilidades, por causa da fina casca formada por nossos condicionamentos, os quais nos mantém atados, atarefados, num estado de constante agitação e ansiedade. Do mesmo modo que o pássaro, enquanto não chegamos ao ponto de saturação quanto a limitação de nosso pequeno espaço de ação, enquanto não sentimos acima de tudo, a divina ânsia, o divino chamado para a liberdade, não tomamos consciência da resistência da casca dos condicionamentos que limitam nosso movimento. Quando ocorre essa bendita saturação,  — que inicialmente pode se mostrar profundamente dolorosa —, passamos a perceber como nunca antes o quanto estamos envolvidos por essa casca. Num primeiro instante, não sabemos nem por onde começar a investigação por uma possibilidade de saída capaz de proporcionar a liberdade de nós mesmos. Quando se dá essa saturação, pela ação da observação da casca, pelo olhá-la face a face, sem querer, nos é revelado um ponto onde toda resistência protetora, dá lugar a uma pequena rachadura, uma pequena fresta, por onde, pela primeira vez, nosso pequeno e limitado mundo se vê invadido por esta quântica e calorosa luz solar, que é a a luz do Ser que nos faz ser. A beleza dessa luz, a delicia desse suave calor, a doçura da suavidade dos sons que se fazem presentes através desse primeiro contato, é o que faz com que o pássaro se dê ao necessário trabalho para romper definitivamente com as casas que um dia lhe serviram de proteção, mas que agora, se mostram o motivo de sua limitação de estar num mundo de verdadeira relação. Com alegria, o pássaro deixa a antiga proteção, a antiga e limitante zona de conforto, para sair em direção ao Aberto, ao grande Aberto que é a Vida do Ser. É aqui que ocorre   a ação do despertar de uma vida de liberdade, um estado de ser, consciente do Ser que nos faz ser, consciência essa que é a essência da verdadeira liberdade do espírito humano. Aqui, a segurança não está mais nos antigos valores, mas na constante manutenção, momento a momento, deste caloroso contato com o Ser que nos faz ser.
Todo homem que tem sua face beijada pelo calor do Sopro que lhe habita, pelo calor do Sopro que o permite ser, para este homem, nada mais se sobrepõem em importância, nenhuma necessidade tem mais importância, do que estar em contante contato consciente com esta Presença Real, esta Presença Real, que agora sente como sua Real Natureza. Não perder o contato com este Sopro, não perder o contato com este benfazejo calor, com esta chama que arde suavemente, amorosamente no centro de seu peito, chama esta que agora se faz espelhada em toda forma física que se apresenta diante dos olhos deste bem-aventurado homem, é a única coisa que sente realmente ser necessária. A partir daqui, tudo que é feito, é feito mediante este estado de presença, este estado de presença, que a tudo qualifica, que a tudo traz uma nova energia cuja essência é amorosa integração. A isto deu o nome de "o Ser Quântico na física nossa de cada dia".
Enquanto nosso modo de vida anterior se fazia apertado, limitado, emocionalmente isolado e solitário, totalmente destituído de relacionamentos nutritivos, dotados de real intimidade e não com aquela trivialidade e superficialidade costumeira, pelo rompimento das limitantes cascas de seus condicionamentos intelectuais, seu modo de estar na vida é agora batizado por uma Quântica de infinitas possibilidades: a Quântica do Ser. Aqui, tudo passa a ser uma grande aventura de leveza, uma grande aventura de auto-descobertas que se apresentam, se revelam, sem o mínimo esforço ou resistência por parte desse "novo homem pássaro", deste homem pássaro que não busca as alturas pelas asas de cera do intelecto, mas sim, pelas seguras asas quânticas do Ser. Somente com estas asas, é que podemos nos aventurar em vôos nunca antes ousados, por esse imenso céu azul de amor, no qual sempre estivemos gravitando de forma acelerada, inconsciente e emocionalmente distantes, tanto de nós mesmos, quanto deste maravilhoso céu.
Em cada um de nós, mesmo nos melhores dias de nossa colorida prisão, de nosso apertado "ovo quântico", espaço apertado pelas cascas dos nossos condicionamentos, sempre sentimos no mais fundo de nosso ser, os alertas de uma pequenina e suave voz, sempre nos convidando ao questionamento de nossas ações, de nossas escolhas infundadas, um questionamento quanto a possível existência de um modo de vida mais espaçoso e dotado de real bem-estar. Esse sussurro quântico, esse chamado de infinitas possibilidades, sempre esteve aqui, mas, nossa casca de compromissos umbigóides, sempre nos impediu de entrar em contato, de forma consciente, com suas "Quânticas Palavras de Fogo". Digo "Quânticas Palavras de Fogo"  porque, quando rompem as cascas de nosso limitado mundo auto-centrado, o calor de suas chamas, sua forte luz, nos cega para os antigos olhares que sempre apontavam para resultados de escuridão. Essas "Palavras de fogo" queimam tudo que não é essencial, queimam tudo que não é real, que não é verdadeiro; queimam tudo que é produto das escolhas e maquinações do intelecto e que não é resultado direto de uma expressão amorosa do Ser que nos faz ser, queimam tudo que não é produto de nossa Real Natureza. Tudo que é fruto de nossa personalidade, de nosso limitado eu, independente dos resquícios de nossa obstinada resistência protetora, acabam incendiadas sem o menor sinal de cinzas. Tememos essas "Palavras de Fogo" de nosso Ser Quântico porque sabemos que nosso fraudulento modo de estar em nosso limitado mundo, após sua escuta, não tem mais como se manter vivo. A Quântica do Ser, através dessas internas "palavras de fogo" que queimam, — não em nossa mente, mas em nosso coração —, potencializam a física de nosso mundo externo, nas bases sólidas e seguras da simplicidade amorosa. Quando isto ocorre, toda complexidade do intelecto, derrete sem deixar cinzas, derrete no ardor desta chama sem fumaça. Não sobra nada, não fica nada para guardar; somem todas as perguntas, desaparece a ânsia pela busca. Em seu lugar, fica apenas a necessidade salutar de momentos de silêncio, de momentos de sagrado ócio onde essas calorosas e "Quânticas Palavras de Fogo", nos revelam uma poderosa direção que quântifica e qualifica nosso mundo de relação física.
Meu amigo, permita-me lhe perguntar agora:
O que foi dito até aqui, mesmo com a limitação das palavras usadas por este orador, não aguçam sua "Quântica curiosidade?...
Conhecer um mundo livre de limitações intelectuais, poder voar neste imenso céu azul de infinitas possibilidades, sem o mínimo esforço, sempre seguro nas asas do Ser que lhe faz ser, — into não lhe parece um irresistível convite?...
Não?... Não mesmo?
Tudo bem! Se assim for, se isto não for tão somente mais uma de suas intelectuais birras infantis, sinta-se a vontade para continuar nesse seu tristes e estressado percurso... Pode continuar se desnutrindo na alimentação desse limitado mundinho auto-centrado, nesse seu mundinho sem genuínas amizades, de contatos interesseiros, contatos estes , sempre destituídos de alma, destituídos da "Quântica do Amor", da "Quântica do Ser". Pode continuar preso nas limitantes e frias paredes de suas instituições, de suas irmandades espirituais, religiosas, místicas, filosóficas, esotéricas, que são meras organizações criadas pelo intelecto, que apesar de afirmarem buscar pela verdadeira liberdade do espírito humano, nos direcionam ao velado ajustamento servil. Pode continuar em seu mundinho estressado, produtor de vergonha e de mazelas ocultas. Pode continuar em seu mundinho destituído de amor real, nesse mundinho, onde o amor é apenas mais uma das desgastadas palavras sem sentido, palavras que nos remetem a imagens e não a autênticos e libertantes sentimentos. Pode continuar com essa ideia de amor, que na realidade, não passa de apego e necessidade de controle. Sinta-se a vontade!... Não é preciso se preocupar em investigar por si mesmo, continue aceitando tudo conforme tradicionalmente estabelecido. Não há problema em se conformar a ser mais um, a ser mais uma cópia, a ser mais uma pessoa de 2ª mão. Pode continuar se mantendo distante de sua originalidade e autenticidade perdida em sua infância. Pode abrir mão deste maravilhoso estado de unidade interna entre mente e coração. Não precisa buscar pela compreensão do que significa viver interiormente nas qualidades amorosas da "Quântica do Ser". Pode continuar achando tudo isto "muito alto", uma verdadeira "viagem". Você pode "viajar" nessa ideia que é uma ideia fruto de um intelecto assustado, de um intelecto infantil, amedrontado por estar diante de um rito de passagem em direção a maturidade do Ser. Tudo bem!... Já estivemos aí! Sabemos bem o quanto que isto se mostra apavorante. Sabemos bem o estressante teor dessa ilusão!
No entanto, se possível, procure ter em mente: todos nós, juntamente com este Ser que nos faz ser, em estado de profunda comunhão e de "paciente ânsia amorosa", de braços, mente e coração abertos, esperamos por você, esperamos pelo seu divino e precioso tempo, onde o tempo, não mais se faz precioso. Até lá, paciência é a nossa palavra de fogo quântico.
Um beijo fraterno em seu coração!

Nelson Jonas R. de Oliveira

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!