É urgentemente imperioso, abrir mão do nosso personagem interno John McClane, com quem nos identificamos como a nossa realidade. Abrir mão desse policial a paisana que sempre chega pelos subterrâneos do nosso intelecto, sempre atento, fortemente armado, que ataca por todos os lados e nos momentos mais inesperados, que é desconfiado, obcecado pelos seus resultados, que vive a dualidade do bandido e mocinho e que é "duro de matar". Se querermos descobrir um modo de vida que não tenha espaço para reprise, muito menos para a continuidade na imitação, cujo final dos acontecimentos não seja sempre batido e onde se viva de verdade e não apenas um estado de sobrevivência carregado de dolorosas cicatrizes, é preciso abrir mão do que chamo de "Complexo de John McClane".
Nelson Jonas R. de Oliveira