Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

14 junho 2015

O fundamento da experiência religiosa

Qual é o fundamento da experiência religiosa? Qual é a sua essência, seu substrato? Qual é a base, ou se preferir, o estado de ser em que tal experiência religiosa ocorre? Não seria a experiência religiosa, em última análise, nada mais do que a manifestação Pura do Ser? A experiência religiosa ocorre quando dá-se um lapso no processo contínuo dos condicionamentos, com suas exigências, desejos, medos e ansiedades. Toda busca tem por base a experiência, que é memória, que é passado, que é a imaginação do desejo projetado no futuro ocorrendo no agora. Em outras palavras, toda busca é uma fuga do agora; é a negação da observação, compreensão e reparação daquilo a qual buscamos fugir. Toda busca requer uma imaginação e toda imaginação é um processo mental, que por sua vez, é a própria negação da experiência religiosa. A experiência religiosa só encontra espaço quando nos encontramos totalmente desapegados de tudo que é. Quando a mente se encontra profundamente insatisfeita e desidentificada, mesmo com a própria ideia de sua existência é que se dá o grande Bing Bang do Ser que somos. Quando soltamos tudo, até mesmo o medo da morte, é que a Vida Consciência se apresenta e nos brinda com a morte da morte. Esse desapegar-se, esse soltar-se é um processo de deflação do ego, de esvaziamento das células da memória, uma borracha em nossas doentias projeções de desejos e paixões. O desejo e a paixão precisam ser redirecionados para o conhecimento da Verdade, da Vida Consciência e, em seu devido tempo, compreendidos e também descartados. Enquanto houver desejo e paixão, a Fonte de onde surgem — que é também onde os mesmos ocorrem —, não se faz Consciente. Em último estado de consciência, somos o próprio sujeito e objeto de nossos desejos e paixões.

Outsider

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!