Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

30 dezembro 2010

Liberte-se da gaiola

Grades, foto por NJRO.

Por que você escolhe a escravidão, quando a liberdade está disponível? Por que você escolhe a gaiola, quando as portas estão abertas e o céu inteiro pertence a você? A resposta não é difícil de encontrar. A gaiola tem segurança; ela protege você da chuva, do sol, do vento forte, dos seus inimigos. Ela protege você da vastidão na qual a gente pode se perder. Ela lhe dá um abrigo; ela é seu lar aconchegante. E você não tem nenhuma responsabilidade de se preocupar com sua comida, de se preocupar com a estação das chuvas, de se preocupar se amanhã você será capaz de encontrar alimento ou não.

A liberdade traz tremendas responsabilidades.

A escravidão é uma barganha: você dá a sua liberdade e outra pessoa começa a ser responsável pela sua vida, pela sua proteção, pela sua comida, pelo seu abrigo; por tudo que você precisa.

Tudo o que você perde é a sua liberdade, tudo o que você perde são as suas asas, tudo o que você perde é o céu estrelado. Mas isso era sua alma. 

Numa gaiola, a salvo e seguro, você está morto; você escolheu uma vida sem risco, sem perigo. É por isso que você continua voltando para a sua gaiola, embora a profundeza de sua alma esteja insatisfeita na escravidão. Sua alma gostaria de arriscar tudo e de ter a liberdade de ir até os confins do céu. Ela anseia voar através do sol até as estrelas mais distantes; mas você irrevogavelmente decide ser um hípócrita. Isso é o que quase todos, no mundo inteiro, têm decidido. 

Você começa a cantar canções de liberdade dentro da sua gaiola. Embora as portas estejam abertas e o céu disponível, você se decide por uma vida de hipocresia. Você tem todas as comodidades, as garantias e a segurança da gaiola; e você tem todas as alegrias da liberdade na sua canção, na sua poesia, na sua pintura, na sua música. É por isso que você continua gritando: "Liberdade, liberdade!" Você está simplesmente iludindo a si mesmo. 

O novo homem não será um hipócrita. O velho homem foi basicamente ensinado a ser um hipócrita; quanto mais hipócrita ele fosse, mais honrado, mais era recompensado, mais era respeitado, porque ele tinha-se ajustado à sociedade: você me respeita e eu serei um escravo. Eu estarei à sua disposição - você apenas continue a me dar prêmios Nobel. 

Mas você não deve fazer parte desse mundo velho e hipócrita. Eu quero que você saia fora de toda a segurança, de toda a comodidade, toda a proteção. Faça do céu inteiro sua casa; seja um errante, um peregrino, para conhecer todos os mistérios e todos os segredos da vida. 

E não deixe sua vida ser um fenômeno sério e miserável, deixe-a ser uma alegre risada, uma brincadeira. Para mim, a autêntica religiosidade significa uma inocência de criança, um divertimento, uma sincera capacidade de rir. 

Então cada momento se torna tão preciso que você não cantará a canção da liberdade, você a viverá. Você não falará sobre a verdade, você a conhecerá... Você não cultuará Deus, você o encontrará onde quer que a vida esteja... em toda a existência.

Autor: Osho - Do livro: O Novo Homem - Ed. Gente - página 67

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!