Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

02 dezembro 2010

A Boca do Lobo

Passeata


A Boca do Lobo
Sérgio Godinho
Composição: Sérgio Godinho

Andam por aí os restos do passado
Andam por aí os testos
Dos restos mortais dos tachos
De comida amarga
Que os que ainda vivem à larga
Nos querem fazer engolir
É a boca do lobo
A morder a nuca do povo
A boca do lobo
A morder a nuca do povo
Anda aí o funeral dos parasitas
Anda aí o carnaval
Anda aí como aliás já se previa a cia
Quem é que não desconfia?
Quem é que se quer meter
Na boca do lobo
A morder a nuca do povo
Anda, a gente vai começar
A gente já começou
A gente vai acabar
Aquilo que começou
A gente vai começar
Anda o camponês a puxar a carroça
Anda o operário a mourejar
Anda o grande capital e os latifundiários
A arranjar processos vários
De nos continuar a meter
Na boca do lobo
A morder a nuca do povo
O boca do lobo
A morder a nuca do povo
Andam por aí os restos do passado
Andam por aí os testos
Dos restos mortais dos tachos
De comida amarga
Que os que ainda vivem à larga
Nos querem fazer engolir
É a boca do lobo
A morder a nuca do povo
Anda a gente vai começar
A gente já começou
A gente vai acabar
A gente vai acabar
Com a boca do lobo
A morder a nuca do povo
A boca do lobo
A morder a nuca do povo

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!