O vertiginoso deserto agitado das metrópoles nos corrói até os ossos: leva as lembranças da paz que um dia foi possível. Pesado é o preço que nos cobra, para jamais terminar sua obra.
Bons tempos aqueles, em que a boa notícia é quando a chuva vinha a tempo de fazer as sementes brotarem, e o milho granar. Hoje só vinga a gana da grana, e tudo gravita em torno do absurdo – em tom mortífero de inferno de drogas, fuzis e granadas.
Não faz muito tempo, 87% das pessoas moravam no campo. Hoje, dá-se o contrário.
Mudaram-se todos para as cidades, que implodiram. Não cresceram, incharam – explodem a olhos vistos, em favelários de narcotráfico, de violência de bandidagens, milícias do absurdo. Estranhos ruídos do estrupício, a que vai se acostumando o “animau” humano. E este, tão mal acostumado está, que chega a pensar que é normal o barulho insano que faz.