Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

27 julho 2010

O simbolismo do 44


"Sobrepuja com sabedoria teus receios, e goza daquilo que é sua esperança."

Há muito que o nº44, para mim tem se mostrado como um sinal de direção. Este tem aparecido em momentos de transição, com fortes sincronicidades. Não pretendo me estender na narração destas experiências, mas quero relatar o que me fez dedicar tempo de pesquisa e estudo a este número.

Neste final de semana, por estar estudando o Livro "A Jornada do Escritor", de Christopher Vogler, livro baseado nos textos de Joseph Campbell, extraídos do livro "O Herói de Mil Faces" (cujo preço é R$44,00), fui tomado por um forte impulso de procurá-lo num sebo de São Paulo, na região de Pinheiros. Não recordo o nome do sebo, mas fica em frente ao estacionamento da loja FNAC. Após o almoço, junto com Deca, estacionei nosso carro bem em frente da vitrine da loja. Para nossa alegre surpresa, bem no centro da vitrine, lá estava o danado, envolto num daqueles plásticos de proteção. Depois de uma breve prosa com o vendedor, troquei o mesmo por vários livros usados que acumulavam poeira na nossa estante (aqueles livros de auto-ajuda que em nada ajudam... Sim, já passei por isso também!).

Comprado o livro, nos dirigimos para uma feirinha de arte que ali acontece aos finais de semana. Compramos alguns incensos de pitanga. Na banca ao lado, presenteei Deca, com um lindo colar com uma pedra verde, feito a mão. Noutra banca próxima, algumas mulheres escolhendo faixas de cabelo. Minha atenção não foi para as mulheres e muito menos para as tais faixas, mas sim, para um amontoado de cartas de Taro que estavam bem no centro da mesa. Olhei para a carta de cima... Lá estava o nº44, seguido da frase em castelhano, "El Pensamiento". Rindo, chamei a atenção de Deca. A artesão, sorrindo nos disse: "É Tarô Egípcio". Sorrimos de volta e continuamos nosso passeio.

Já em casa, decidimos assistir um filme, genérico, comprado na barraquinha da feira de domingo (sim, ainda faço isso!). O filme: A estrada. Se não assistiu, está aí uma ótima dica de filme para Cuidar do Ser. Muito simbolismo e, já no final, para minha surpresa, o tal do nº44, em destaque, feito com caneta piloto, nas páginas de um mapa, bem em cima da representação do mar. Minha cabeça girou! Gritei:

- Que merda é essa?

Deca, encolhida embaixo do cobertor, sorriu.
Bem, dediquei minha manhã de hoje na pesquisa do tal número. Comecei pesquisando a tal carta 44, El Pensamiento, do Tarô Egípcio. Abaixo, minhas primeiras impressões sobre o mesmo. O resultado é cagado e cuspido ao que estamos agora vivenciando...

Concordo com o texto. Pensar profundamente e com atenção plena parece estranho nesta cultura decadente. Percebo minha mente como um aglomerados de vozes, diferentes eus em busca de conflito. Não sou de fato, um verdadeiro indivíduo pensante, por não ter uma mente individual. Sou uma influência de mentes, de condicionamentos. Sou um aglomerado de fragmentos de suspeita, desconfiança, má vontade para com as outras pessoas, ciúmes passionais, religiosos, políticos, ciúmes por amizades ou do tipo familiar, cobiça, luxúria, vergonha, ira, orgulho, inveja, ódio, ressentimento, preguiça, gula, etc... Mesmo o principio de entendimento é fruto de fragmentos de outros pensadores. Nada há de original; somente uma colorida colcha de retalhos mentais. O que chamam de "a bem-aventurança" talvez seja um estado de ser totalmente livre da ação de uma mente fragmentada.

Esta carta chama a atenção para a necessidade de observação atenta do fluxo do pensamento, dos atos, impulsos, da mente reativa. Esse estado de "bem-aventurança" só pode ocorrer através da experiência do Real. Ela vê-se um homem trabalhando, esculpindo uma imagem de uma deidade, cuja cabeça penetra no Mundo Espiritual. Essa escultura representa seu corpo mental, a necessidade de desenvolve uma Mente Individual, começando por uma nova maneira de pensar, conseguida através da observação atenta dos pensamentos e a não identificação com o falso.

O símbolo que cobre a cabeça da imagem sendo esculpida é de uma espécie de elmo, de capacete, cujo simbolizado é proteção. Nesse capacete há uma serpente em posição vertical de ataque. É uma representação de um estado de ser, onde pela ação da observação, dá-se um estado de consciência superior ao nível dos olhares triviais. Esse estado é um estado de proteção contra os imensos e desgastantes problemas da identificação e reação com o falso.

Nessa carta também aparece uma palavra Hebraica, DALETH, que significa "PORTAL". Esse vocábulo denota "diferença, variedade, diversidade, distinção", isto é, realidade inteligível e realidade sensível. Uma representação da inteligência iluminadora.

Já no inglês, essa palavra significa: aquele que gosta de viver.

Na Kabbalah, simbolicamente representa os seios, tudo aquilo é abundante e nutritivo. Esotericamente encarna o quaternário Universal, a fonte de toda a existência. A chave que abre a porta da Iluminação e do Amor. O estado de consciência alcançado neste Caminho é intraduzível para a mente comum. A letra DALETH, desperta no ser humano uma atitude de se tornar concreto, sólido, maduro.

Nesta carta também aparece uma mão, que é um símbolo egípcio que representa construção, criação, força, potência, vigor, concórdia.

Segundo o material do site http://www.tarotdoor.com, representa a composição de uma nova forma de expressão de si mesmo, e a composição de um novo espaço social.

Representa o poder da mente como base da Realização da Vontade. Aquele momento onde fica claro quem somos nós, o que estamos querendo fazer, o espaço e as relações que precisamos ter para realizar os nossos planos. O raciocínio flui, os pensamentos estão claros. Dessa forma fica mais fácil, para os outros se definirem em relação a nós também.

Esta carta mostra que definimos um novo papel, que representa melhor quem queremos ser agora. Ele é composto de situações e atividades que conquistamos para nós no nosso ambiente. Ou seja, conseguimos comprovar que somos capazes de realizar grandes feitos com nossos dons, assim alcançamos uma posição de encaixe, onde podemos realizar nossa função.

Quando conseguimos incorporar a nós mesmos, tudo parece que fica mais claro. É possível ver de uma forma mais clara nossa realidade. Percebemos melhor como se colocar nela. Somos vistos como gostaríamos. E sem querer, conseguimos impor nossa maneira de ser e nossos limites.

No campo social, nossa imagem está se consolidando. E nossa produção tem nossa cara.
...

Que bateu, bateu! Vamos ver no que vai dar os próximos capítulos! Até lá, o lance é continuar andando!
Keep Walking, meu caro, keep walking!

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!