Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

03 julho 2010

Fabuloso

Como todo brasileiro, condicionado desde pequeno a assistir e se emocionar com a seleção brasileira nas copas, fiquei a observar minhas próprias reações íntimas durante o último jogo. Se a serenidade, paz e tranquilidade interior são importantes para nos estabelecermos naquele estado glorioso de efetiva liberdade, certamente não vai ser uma inocente partida de futebol que irá nos desviar.
Enquanto uma partida se desenrola as emoções do desatento torcedor seguem seu ritmo frenético, várias emoções disparatadas, ora de alívio, ora de euforia, ora de raiva, fantasias, pura fantasia. O locutor dizendo um monte de bobagens, referências de um passado morto, inflamando o telespectador a entregar-se ao máximo à absurda peleja. Se ficamos atentos à observar-nos como interagentes neste colorido circo, a própria observação de si mesmo diante tamanha bobagem dissipa rapidamente a ilusão e vemos que tudo não passa de uma brincadeira infantil, ridícula, o mesmo que um teatro de palhaços.
E rimos, de fato é uma alegria ver este espetáculo, de longe, desde que não haja uma mínima partícula de envolvimento emocional, sim, é um espetáculo. E rimos e nos divertimos.
Autor: Oaska

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!