Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

17 julho 2010

João e Maria da modernidade

Num infeliz sinal dos tempos, era uma vez duas obesas crianças na recepção de uma pediatria qualquer...
- Oi! Qual é o seu nome?
- Mariazinha. E o seu?
- Joãozinho. Quer salgadinho?
- Só um pouquinho. Comi tudinho um pacote de bolachinha.
- Você quer brincar?
- Hum,hum!
Respondeu timidamente, com um leve balançar da cabeça enquanto lambia os farelos do salgado das pontas de seus gordos dedinhos.
- Mas vamos brincar do que se aqui não tem nenhum brinquedo? - Mais animada perguntou Mariazinha.
- Já sei! Podemos brincar de "Gente Grande".
- Mas eu nunca brinquei de gente grande... Você me ensina?
- Hum,hum! Respondeu ele, de forma tímida, ao mesmo tempo em que balançava seu gorduchinho corpo, com as mãozinhas nos bolsos da folgada calça jeans.
- Então me ensina. Como é?
- Fácil! É só fingir! Faz de conta que você não é o que é e que eu não sou o que sou.
E terminada a consulta, viveram infelizes para sempre na Terra do "Tudo Bem".

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!