Batendo continência
Afirmando a alto custo
Servilismo e eficiência.
Ele sai prá todo lado
Com coleiras eletrônicas
Correndo atrás de resultado
Com promessas faraônicas.
E cada vez há menos espaço
Prá quem banca sua liberdade
Sem desistir de seu compasso
Sem vender sua individualidade.
E esse lance de espaço,
Prá muita gente não interessa
Então funcione a largos passos
A engrenagem objetiva apressa.
E ele cada vez mais se assemelha
A uma coisa, a um componente
A um objeto, a um operário
A ser descartado previamente.
E sai por medo todos os dias
Reduzindo sua humanidade
Rastejando a baixo custo
Ao mando de uma autoridade.
E renuncia sua alma,
A sua individualidade
Para não acabar substituído
Por qualquer outra identidade.
Às exigências do sistema
Conforma-se dia a dia
Evitando criar atritos
À custa de sua energia.
E ele sai prá todo mundo
Batendo continência
Afirmando a alto custo
Servilismo e eficiência.
Sem perceber no dia a dia
Abre mão de sua vitalidade
Distanciando-se da Energia
Rumo à mediocridade.