Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

19 outubro 2009

Diário de Bardo


A tarde está se encerrando juntamente com a segunda xícara de chá. A dor deixou a região lombar e se apresenta insuportavelmente forte entre os nervos abaixo da clavícula esquerda e as vértebras próximas ao pescoço. Não se apresentou nenhum serviço, o que mais soou como uma benção, uma vez que neste estado, somando a acentuada insatisfação, não há como ser viço. Durante o dia surgiram momentos de extrema vontade de sair de dentro de mim, como se assim fosse possível. A inquietude chegou a um nível nunca antes sentido. Ocorreram também os mesmos impulsos em buscar alivio nos caminhos já percorridos e, o fato de a eles não recorrer, fez aumentar ainda mais a inquietude interior deste segundo dia chuvoso de horário de verão. Sob o olhar atento de meu cachorro, deparei-me por várias vezes andando de um lado para o outro da sala, na expectativa de sei lá o que. Tento encontrar uma resposta lógica para este momento de profundo deserto, algo que supere em muito este sentimento de desperdício, não de tempo, mas de vida.


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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!