Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

31 maio 2007

O clique salvador

    Querido amigo evolutivo, espero que você esteja vivendo bons momentos! Olha eu aqui novamente, desabafando sobre a questão vocacional! Espero que você seja um pouco paciente!

    Decidi escrever um pouco para ver se faço uma espécie de "fio terra". Hoje, principalmente agora na parte da tarde, a coisa está pegando... É um sentimento de total falta de sentido. Pela manhã, havia me programado para ir ao centro atrás de alguns livros esgotados para alguns clientes on-line. Antes via muito sentido e graça nisso, uma vez que sempre acabava trazendo algum livro para poder ler. Sempre estava em busca de respostas nos textos de terceiros... Agora, essa necessidade já não existe. Não dá mais liga! Agradeço a tudo que li, mas está na hora de ficar comigo e ter a minha resposta. Esse lance de colecionar conhecimento de terceiros já não dá liga! Por isso, decidi postergar de ir ao centro. Estou em casa, pensando e sentindo esta inquietude interna proveniente da total falta de sentido de me dedicar ao que antes me dedicava. Não vejo mais sentido em empregar minha energia nessas atividades, no entanto, os compromissos financeiros me obrigam a isso. Sinto-me um prisioneiro, com liberdade assistida. De manhã sair da cela alugada para ir trabalhar e a noite voltar para a cela para descansar... E pela manhã, repetir tudo novamente... Sinto que há um grande desperdício de energia nesse movimento... Não há nutrição.

    O lance da vocação está pegando cada vez mais forte... Não estou mais suportando ficar aqui na loja. Sinto-me como que num deserto... É uma inquietude tão grande que dá vontade de sair de dentro de si mesmo... Então, recorro para a escrita como forma de expressão, para dar vazão aos sentimentos... O problema maior é essa inquietação dentro do peito... E a cabeça parece que vai explodir... A energia começa a vazar por todos os poros e a letargia é fatal... Bate aquela soneira! É um desperdício de energia fora do comum, e o pior, que sem sentido! É como uma masturbação mental... Não cria nada! Não há energia criativa!

    O pior de tudo é que só me aparecem ofertas de serviço para construir os malditos sites!... Não tenho energia criativa, ou se tenho, não quero mais gastar com isso! Vejo o tempo passando, os dias correndo e eu na mesmice de sempre... Não há energia por que não amo o que eu faço! Faço por obrigação do custo de vida... Por causa dos compromissos é que não fico omisso. Sinto que isso que faço hoje é muito pouco para o que tenho dentro de mim; tudo que aprendi, tudo que vivi, tudo que passei só para ficar aqui esperando pessoas entrarem para comprar uma peça qualquer? Para! Estou fora!... Mas o problema é que não surge nada na mente... Não surge um impulso e me sinto morrendo aos poucos... Você me entende?

    Acordo todos os dias e me pergunto: qual é o meu chamado? Por que fui convocado para este planetinha de carnês e boletos bancários? Não pode ser somente para esta mediocridade que vivo hoje, para esta mesmice ridícula; é muito pouco, é um quase nada e isso gera uma angústia descomunal. Não consigo me entregar ao comércio puro; não consigo me ver fazendo algo somente pelo custo financeiro. Já pensei em montar a "Cuidar do Ser Editorial", mas tudo fica no nível do pensamento... A coisa não flui para o coração... Não toca fundo na alma, entende? Olho para o micro e vejo o livro pronto... Mas, ainda não é esse!
Não consegui ainda descobrir o que realmente me move... Falta um "toque", um "insight", ou o nome que queira dar!... E sinto-me na inércia, na rotina, na mesmice, nessa limitação de estar preso na mente e nos sentimentos!... Sinto-me enfartando... Ou seja, estou farto! Farto disso, farto daquilo, farto do acolá! Está "fartando" o clique!

    O pior é que se me atrevo a falar dessa inquietude, dessa falta de sentido com outras pessoas, sempre acabo ouvindo vários absurdos... Raros são aqueles que me respondem com franqueza, que externam sua insatisfação e mais raro ainda é encontrar por aqueles cujo brilho do olhar reflete a veracidade de suas palavras. O fato é que a grande maioria prefere nem olhar para isso e são esses que me vêm com uma série de frases conformistas que não entram mais na minha mente de forma alguma. Quando rola isso, dá a maior vontade de me refugiar num monte qualquer... Então, é aí que eu entendo perfeitamente o significado da expressão: "Antes só do que mal acompanhado"...

    Só de escrever a mente já se acalmou um pouco! Agora, é dar um pulinho na padaria e tomar um cafezinho quente para ver se dá algum prazer... E de café em café, de escrita em escrita, enquanto vivendo na esperança aguardamos a vinda do "clique salvador"... Neste reino de contas para sempre!


 


 

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!