Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

03 maio 2007

Por que será?

Por que temos vergonha da nossa verdadeira natureza humana?

Por que temos vergonha de apresentar o verdadeiro gosto de nossa boca, quase sempre mascarada pelo sabor de um açúcar qualquer?

Por que temos vergonha do nosso verdadeiro cheiro que sai pelos nossos poros?

Por que nos distanciamos de nossa "natura" com um sabonete de ervas "natura de laboratório"?

Por que temos vergonha de nossos cabelos, ditos em desalinho?

Por que perdemos valiosos momentos da nossa existência diante de um espelho que não espelha aquilo que realmente somos?

Por que temos tanto medo de mostrar o que realmente somos?

Por que temos medo que descubram o que somos e fazemos quando ninguém nos vê?

Por que preferimos a fantasia do que aquilo que em intimidade somos?

Por que temos vergonha de ser naturais em nossa língua, nossa pele, nosso cheiro, nossas atitudes, pensamentos e sentimentos?

Por que preferimos fantasias, sonhos e ilusões?

Por que esse medo de ser "humano"?

Por que preferimos viver neste estado de constante medo de sermos desnudados de nossas fantasias, ilusões, sonhos e aparências?

Por que acreditamos poder chegar ao Real enquanto "adictos" das aparências?

Por que preferimos aparentemente viver?

Por que preferimos a voz daqueles que falam do caminho por meio de textos, palavras e imagens extraídas de livros mortos do que a voz daqueles que fizeram o caminho, ou melhor ainda, daqueles que estão no caminho com suas frescas e doloridas feridas nos pés? Pois grita tão alto aquilo que na intimidade são estas pessoas que falam de livros que se torna simplesmente impossível uma real identificação com elas.

Por que buscamos fugir pela fantasia, da intimidade com o que realmente somos?

Por que esse imenso medo de saber o que somos?

E por que tantos por quês?

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!