Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

02 abril 2012

O Poder da Consciência

Foto: arquivos da net

Apenas observe, de forma não reativa, o fluxo mental, apenas observe o impulso para a atividade, o impulso imperioso para a fuga de si mesmo através de alguma ação. Constate a possibilidade da observação da mente sem qualquer forma de identificação. Não é preciso fazer nada diante do fluxo das imagens e acelerados e desconexos monólogos da mente. Só observe seus impulsos, as reações corpóreas, a agitação da energia totalmente viciada para a reação inconsciente. Essa observação traz consigo o Poder da Consciência, o qual nos liberta da identificação e da consequente dispersão de energia que impede a explosão do amor libertador, do amor energeticamente criativo. 

Observe os impulsos, as comparações, as exigências descabidas impostas pelo pensamento, gerando toda forma de ansiedade, medo, todo impulso para a fuga, para a dispersão, para um forma de atividade alienante. Observe como estamos viciados na ação, como estamos condicionados a qualquer tipo de reação e o quanto somos "alérgicos" à inação, ao silêncio e a contemplação. Apenas observe isso e deixe que a observação traga os seus resultados. 

Com certeza, alguns poucos irão lhe dizer quanto a necessidade de esvaziar a mente, mas isso é algo completamente disfuncional, uma vez que a "necessidade" e o "ato de esvaziar", em si mesmos, são atividades produtoras de esforço, consequentemente, de perda de energia. Aqui, o que cabe é só o estado de testemunhar, sem ação de qualquer tipo de esforço. Isso é algo natural, espontâneo. Com certeza, a mente irá pular, o corpo irá tremer, os músculos irão tensionar, a ansiedade tentará tomar conta de seu estomago, bexiga e intestinos. Apenas observe isso. Fique ai, não fuja! Apenas testemunhe e, nesse testemunhar, vivencie a revelação de Si mesmo. 

Inicialmente, isso pode parecer difícil, uma vez que, no período escolar, a maioria de nós, nunca foi incentivado para a atividade da inatividade. Ao contrário, nos saturaram de tanta forma de ação, de tanta forma de atividade, as quais nos roubaram a conscientização de apenas ser. Nunca fomos incentivados ao silêncio como algo prazeroso, mas sim como algo punitivo e compulsório. A arte da contemplação, nunca fez parte do currículo escolar, muito menos da prática familiar. Portanto, é natural que inicialmente você se depare com uma certa dificuldade em relação a isto. Foi graças a desgraça do nosso modelo educacional que nos tornamos mecânicos, insensíveis, acelerados e profundamente alérgicos ao silêncio e a inatividade na qual a consciência do ser que somos, se faz consciente. É através desse testemunhar silencioso que retomamos a intimidade com aquilo que somos e, sem essa autêntica intimidade, sempre haverá a necessidade de fuga que nos mantém no constante estado de alienação e superficialidade. Em vista disso, lhe convido: em silêncio, observe isso em si mesmo. 

Gostou? Então compartilhe!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!