A prática de minha doutrina espírita não se encontra em nenhum centro externo, com dia e horário marcado para sessão de estudos. Meu espiritismo, como na essência da palavra, está em se permitir ser governado, a todo instante, pela ação do espírito, pelo sopro que me habita e no qual sou, cuja sede própria se encontra no centro dos meridianos do coração. O exercício de minha mediunidade se faz possível sempre que saio dos limites da periferia dos argumentos mentais, permitindo-me assim, ser um singelo mediador, não condicionado por qualquer tipo de crença proveniente de conteúdo livresco, mas sim, pela sutil invisibilidade amorosa da dimensão do espírito. Para mim, ser médium é não ser médio, é não ser morno, é não se permitir o encosto das estagnantes e ilusórias forças do mal, sempre alimentadas pelo espírito da compartilhada mediocridade coletiva. O desenvolvimento da minha mediunidade ocorre quando, em silêncio mental, dedico-me de forma minuciosa, destemida, livre de resistência ou escolha, à escuta atenta da fala mansa e suave proveniente da chama viva do coração.
Nelson Jonas