Busque um estado de observação consciente que desconfia, adverte, deixa de lado e segue além dos velhos padrões comportamentais de pensamentos, sentimentos e reação; que não se identifica com a mecânica trama de busca de distração, produtora de inconfessáveis anseios e medos, a qual é fonte de inesgotável conflito, com sua consequente perda de energia vital. Busque um estado de observação consciente capaz de trazer a libertação de toda forma de apego, que liberte da ilusória e somática identificação corporal; um estado de observação, cujo foco encontra-se no Ser, no Sopro que nos habita e pelo qual, somos. Busque esse estado de observação consciente que nos liberta da escravidão causada pelo indevido foco nas ocorrências externas, em efêmeras e transitórias buscas egocêntricas que não resistem à ação do tempo e espaço. Busque um estado de observação consciente que não se apega aos limites impostos pelos nomes, palavras e formas; que não está restringido pelos conceitos, idéias, aparências, ocupações contraditórias, a transitoriedade dos desejos, as expectativas e sensações e que, não dá realidade, ao fluxo das constantes imagens, auto-induzidas, que surgem na tela da mente condicionada. Busque um estado de observação consciente que aponte para a percepção direta de que a única realidade, que não é limitada pela ação do tempo, portanto, não transitória, é o Ser no qual somos; realidade esta que, em última análise, é o único estado capaz de lhe brindar com segurança real, fluidez, frescor, felicidade e liberdade de idéias, ações e ilusórios desejos. Só então, o buscador e a busca, cessam de existir. Observe e absorva, isso, por si mesmo.
Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.
27 fevereiro 2012
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Escolho meus amigos pela pupila
Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
Oscar Wilde