Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

07 fevereiro 2012

Sobre o apego a ideia

Qual o parasita mais resistente?
A bactéria? O vírus? Um verme intestinal?
Uma ideia. Resistente e altamente contagiosa.
Quando uma ideia domina o cérebro,
é quase impossível erradicá-la.
Leonardo Dicaprio - A Origem

Ideias sobre a "ausência do eu" não são, de fato, a ausência do "eu"; são frutos da ilusão e do auto-engano, uma fuga sutil da falta de compreensão sobre si mesmo diante dos constantes desafios, das ocorrências que se apresentam momento a momento. O uso do "e se" — que é conjectura e ideação — é produto do "eu", é fuga dos fatos, fuga do que é e, portanto, é incapaz de produzir a transformação resultante da compreensão da realidade. A sustentação de ideias e não a observação do que é, só pode suscitar divisão, separação e isolamento. Onde há o apego, onde há a cristalização de uma ideia, há também o cessar da escuta atenta e passiva e, em consequência, o extermínio do importante senso de inquirir, através do qual, o não manifesto se apresenta. É preciso, portanto, muitíssima atenção: não se tropeça em montanhas, mas sim, em pedrinhas de areia.    

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!