Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

15 fevereiro 2012

Medo da vida


Muitos são aqueles, que pelas estradas da vida, se encontram "viajando", sempre preocupados com a possibilidade de que nos futuros quilômetros, um dos pneus possam vir a estourar. Ficam presos no interior de suas mentes, hipnotizados com  semelhantes e estressantes monólogos: 

"E se acontecer como daquela vez, há dez anos atrás, quando, sem estepe, tive que ficar por horas, num canto escuro da estrada mal sinalizada, à espera de um socorro seguro? E, caso fure, o que farei se os parafusos da roda estiverem emperrados? E se eu trocá-lo e, mais adiante, o estepe venha a furar antes que eu encontre um local seguro onde possa concertá-lo?... 

E, sem que se percebam, assim passam pela existência, sem vida, totalmente desatentos, sem a capacidade de apreciar o presente da beleza que se apresenta, sempre, no perímetro presente.

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!