Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.
17 fevereiro 2012
A grande revolução outsider
Uma exemplificação da eliminação da irreal natureza
A emoção mais bela que podemos experimentar é a mística. Ela é a propagadora de toda verdadeira arte e ciência. Aquele para quem essa emoção é estranha... está, por assim dizer, como morto.
Albert Einstein
A transformação da consciência humana, sempre foi marcada por alguma grande revolução. Entre as últimas que nos proporcionaram muitos avanços — e também enormes retrocessos — podemos destacar a revolução industrial, a revolução tecnológica, cibernética e informacional. Sinto que, não muito longe, adentraremos, com ajuda dos erros e acertos destas últimas grandes revoluções, na mais importante e qualitativa revolução: a revolução consciencial. As últimas revoluções foram de extrema importância para que fosse possível a potencialização do milenar embrião da revolução consciencial. A indústria, a tecnologia e a informática, facilitaram como nunca antes, o acesso e o livre intercâmbio de mutantes conteúdos de consciência. Talvez, essa revolução teve seu início, muito antes que estas últimas, no período em que o nosso irmão pré-histórico, elevou ao ar, pela primeira vez, um pedaço de madeira em chamas, descobrindo assim, o fogo e a sua importância. A partir de então, o germe desta revolução consciencial tem sido alimentado por poucos homens e mulheres — os outsider's —, que além do despeito do grupo a que faziam parte, em nome de honrá-lo, decidiram inclusive, de bom grado, abrir mão de suas existências. Chegamos até aqui e, por maiores que venham a ser as tentativas de controle, por maiores que sejam as formas de retaliação, por parte daqueles que temem a explosão desta revolução consciencial, sinto que não há mais como deter seu crescimento, instalação e manifestação. A rede de outsider's, a cada momento, se amplia em quantidade e qualidade. E você, que agora se depara com este artigo, cabe a liberdade de assumir ou não, seu devido lugar e dividir conosco, a responsabilidade de sustentar e manter acesa, a pequena chama que faz parte de seu DNA, chama esta que sempre esteve presente, muito antes de nosso primeiro ancestral. Se você aceitar este desafio, com sua ajuda, juntos, seremos então capazes de honrar uma antiga e, por muitos incompreendida, máxima do espírito:
"Crescei e multiplicai-vos e enchei as ás águas do mar da consciência; e que os pássaros da felicidade e liberdade se multipliquem sobre a Terra!"
Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.