Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

06 junho 2011

Portais


Manhã fria, com céu de límpido azul. Estou num vazio só, neste imenso deserto de coisas vazias. Enquanto a grande maioria corre, não sei o que fazer com meu dia, muito menos com a conhecida inquietude. A mente não se encontra agitada, porém, não silencia e seu conteúdo me parece totalmente inútil. Nela, só o velho se apresenta.

Andando a passos lentos, anseio por uma resposta interna, algo que me posicione neste mundo, onde não encontro nada que me atraia, que me motive (algo com o qual possa ter, além das minhas reduzidas despesas garantidas, também minha nutrição interna de sentido).

O conteúdo dos conhecidos portais, para mim, são sem conteúdo. Política, esporte, sequencias de fraudes e desfalques, corrupções, notícias de vítimas fatais, vida de celebridades, mega ofertas de consumo, receitas de microondas, nada faz sentido. 

Sinto a necessidade da abertura de um outro "Portal". Parece que poucos me entendem. 

Nelson Jonas Ramos de Oliveira

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!