Por qual motivo desprezamos o sofrimento alheio?
Por qual motivo aceitamos crenças que nos isolam de nós mesmos?
Por qual motivo, entretidos, nos alienamos da prática de estabelecer fundamentais questões?
Por qual motivo somos tão atraídos para as vazias sugestões de mentes burguesas?
Por qual motivo, contrariados, aceitamos fazer uma coisa quando queremos fazer outra?
Por qual motivo aceitamos um tedioso e estressante trabalho qualquer do que a busca do conhecimento de uma contagiante vocação intransferível?
Por qual motivo aceitamos como natural tanta corrupção que a tudo consome e desqualifica de forma tão acelerada?
Por qual motivo aceitamos tamanha pressão de agenda que nos rouba os melhores anos de nossas vidas?
Por qual motivo aceitamos a poltrona e o controle remoto da tv como companheiros dos nossos últimos anos de vida?
Por qual motivo aceitamos um modo de vida que nos mantem distantes de uma verdadeira intimidade com outros seres humanos?
Por qual motivo, com sorrisos forçados, aceitamos a superficialidade dos assuntos, quase sempre pautados nas lembranças cor-de-rosa de um passado há muito mofado.
Por qual motivo proclamamos a mentira e enclausuramos a verdade?
Por qual motivo aceitamos uma política animalidade ao invés de uma rebelde humanidade?
Por qual motivo aceitamos deixar de pensar nestas questões e em outras tantas que poderiam qualificar em muito nossa mecânica e acelerada existência sem vida?
Por qual motivo?
Nelson Jonas Ramos de Oliveira