Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

26 janeiro 2012

A busca de um solo fértil


Há uma necessidade interna de sentido, de ação, de participação no dinâmico e silencioso movimento da vida, a qual provoca uma inquietude diante do estado de não ação que no momento se apresenta. A preocupação com os forçados compromissos financeiros pede por uma ação qualquer, uma ação que resulte no adquirir de um saldo que custeie o necessário, mesmo que essa ação produza conflito interno. Ao mesmo tempo, algo mais profundo pede pelo silêncio e indica que qualquer ação externa que não seja um transbordamento de uma amorosa resposta interna, só poderá ser fonte de constante conflito, tédio e mais insatisfação. A urgência interna por resposta, impele em buscar no externo, no insatisfatório conhecido. No entanto, há também a consciência de que o insatisfatório conhecido não tem como plenificar esse impulso que pede pelo desconhecido; há uma intuição que aponta para o desconhecido e, ao mesmo tempo, o medo, apontando pela busca de segurança no conhecido. Em meio a essa dualidade sem respostas, que impede o apaziguamento do ser, há a consciência do movimento do relógio. Não vejo sentido na adaptação, — como consegue fazer a grande maioria —, à estressante rotina mecânica de um emprego qualquer, destituído de alma, controlada pelo relógio, rotina essa que parece roubar de todos, a liberdade de ação, regida pelo coração. Lá fora, numa leve cadência, a chuva continua a cair sobre o velho embrutecido asfalto e, vencendo a segurança dos cantos das guias que produzem estagnação e a consequente deterioração, a água busca pela natureza de um solo, onde possa se fazer fértil.

NJRO
nj.ro@hotmail.com

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!