Logo pela manhã, ao abrir a tela do Facebook, me deparo com uma mensagem amiga que dizia:
(...)
Realmente, temos que ser nossa própria luz, indiscutível. Acredito, porém, que a figura do mestre tenha uma importância relativa, ou seja, de apontar para aquilo que é nossa verdadeira natureza. A partir desse apontar, cabe a pessoa olhar para isso e descobrir aquilo que já É e que sempre foi. O interessante é que mesmo existindo "mestres" que, digamos assim, apenas repetem os ensinamentos e não tiveram uma experiência direta, mesmo assim algo está acontecendo, mesmo assim a GRAÇA está sendo apontada, mesmo assim algo está desabrochando... Até porque, no final das contas, nada é obra de ninguém, tudo acontece como tem que SER...
Diante desse trecho me ocorreu a seguinte reflexão
Se uma pessoa repete algo que "ouviu ou leu" de outro como pode apontar para algo que nunca viu por si mesma? Seria o mesmo, como diz Osho, alguém que nunca provou o gosto do leite sair falando para os outros o gosto que o leite tem... Isso é insanidade, tanto de quem testemunha, como daquele que confia nesse testemunhar indevido!
Mas, continuemos com o conteúdo da mensagem...
Como publicaram recentemente no FACEBOOK "a SETA não é aquilo que está sendo apontado". Aos buscadores sinceros TUDO vai acontecer como tem que acontecer, por isso, acho que não há necessidade de fazermos uma espécie de "caça às bruxas" e com isso criar mais conflitos...
Acho elegante deixar silenciosamente aquilo que não tem mais significado para nós, porque isso é estar em sintonia com o TODO e compreender que no final das contas TUDO está realmente certo, e, ao mesmo tempo, também acho interessante expressar algo que está incomodado e com isso chamar a atenção de outras pessoas para essa situação...TUDO é um jogo gracioso, onde TUDO e TODOS fazem parte...
Cara, esse entendimento acabou pacificando mais a questão que conversamos ontem... Obrigado pelo compartilhar...
Para mim, o problema ocorre quando o "mestre" pega o conteúdo de terceiros e transmite como se esse algo fosse seu. Isso, ao meu ver é corromper a fonte, é apropriação indevida. Em outras palavras, se faço assim: Está vendo aquela placa ali, meu amigo, colocada pelo Ramana? Pois bem, algo me diz que o caminho é por lá! Isso é uma coisa! Outra bem diferente é se faço assim: Está vendo aquela placa ali, meu amigo, colocada por mim sem ajuda de ninguém, sem ajuda de nenhum mapa, sem ajuda de nenhum livro? Pois bem, é por lá! Penso ter me colocado com clareza. Penso também, que a beleza está em que somos todos, ao mesmo tempo, tanto mestres e discípulos... Vivendo e aprendendo a jogar, como canta o compositor Guilherme Arantes.
E você leitor, como vê isso? Deixo à você este convite à reflexão.
Alguns, quando comento sobre isso, dizem que podemos amenizar alegando ser isso um mal necessário, algo como: é melhor alguém escravo numa entidade espiritual qualquer, por mais corrupta que seja, sem causar danos aos demais, do que alguém jogado na sarjeta ou causando danos a si mesmo e aos demais. Veja, mesmo o falso, se há um coração honesto, a seu tempo se beneficiará com isso, mesmo que seja somente para aprender sobre o falso. Olhando por ai, tudo bem! Pode ser considerado como um modo de corromper a verdade de modo abençoado.
Mas penso que o problema está tanto na auto-ilusão, como no iludir daquele que recebe a mensagem como se a mensagem fosse algo original. Em meu caso, fui muito agraciado pelo contato com um amigo de influência ramânica adváitica e sabe-se mais lá o que. Fui por demais agraciado ao ponto de perceber as dualidades presentes. Que faço então diante da tristeza causada pela desilusão? Agradeço por ver a ilusão, depois, pego meu banquinho e saio, confesso, não muito de fininho! Ok! Me ajudou até perceber o falso, portanto, agora, sigamos em frente! Sou um felizardo porque vi, mas, e aqueles que não tiverem a mesma graça? Temos vários exemplos disso em nossa sociedade: igrejas, templos... Aqui é só mais um!
Resumindo: não adianta mesmo caçar bruxas! Elas sempre existiram e sempre existirão. O lance, é conseguir derrubá-la, momentaneamente de sua vassoura cósmica e dela fazer uso para limpar o lixo encontrado e, depois, alegremente, seguir viagem, a pé é claro! Se ela vai continuar voando e aos outros enfeitiçando, isso, já não é comigo!
Um fraterabraço,
Nelson Jonas Ramos de Oliveira