Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

24 novembro 2011

Garimpo do Real

Imagem: http://gestaoambiental09.wordpress.com
Ontem a noite, assistimos ao filme "Caninos Brancos", baseado no livro de Jack London, um filme que, além de sua belíssima história, traz também um maravilhoso cenário pelo  enquadramento de suas fotografias. Foi logo aos cinco minutos de filme, que recebi a mensagem que realmente tocou ao coração, vinda do personagem Alex Larson:

"Todo mundo encontra um pouco de pó de ouro... É o que te faz continuar cavando... Mas você tem que encontrar a mina."

Um pouco mais a frente, o mesmo personagem diz ao amigo, quando ambos se deparam com algumas pepitas:

"Ainda não fique tão feliz, pois é preciso confirmar sua pureza".

Isso me fez lembrar de várias citações, entre elas, uma de Joaquim Nabuco e outra de Sri-Aurobindo, são elas:

"O ouro substitui ou consegue tudo, mas apenas exteriormente. Interiormente, nada pode. Para a sociedade, parece ser tudo, mas para o coração é nada."


"Se os homens só vislumbrassem quão infinitas as alegrias, quão perfeitas as forças, quão luminosos os alcances de conhecimento espontâneo, quão amplas as quietudes de nosso ser repousando à nossa espera nas extensões que nossa evolução animal ainda não conquistou, eles deixariam tudo e jamais descansariam até terem obtido esses tesouros. Porém, o caminho é estreito, as portas difíceis de serem forçadas, e medo, desconfiança e ceticismo aí estão, tentáculos da Natureza, para impedir o desvio de nossos passos de pastagens menores, comuns."


É preciso estar atento às influências que se apresentam, avaliando-as bem com ajuda da peneira da razão e a água do coração, afim de ter a certeza de que as mesmas não direcionam nossos esforços na direção de pastagens menores, comuns, e ao ouro de baixíssima pureza, que é o ouro dos insensatos, ou como dizia o finado poeta Raulzito, ao Ouro de tolo.

Nelson Jonas Ramos de Oliveira

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!