Li outro dia num blog evangélico que, no passado, a Lei Mosaica estabelecia sacrifícios substitutivos pelos pecados do povo, e após 400 anos de silêncio profético, os sacerdotes acabaram por se envolver com o comércio e com a política local, fazendo acordos e alianças estranhas à Graça. Assim, permitiram que “facilitadores” e “atravessadores” se estabelecessem no templo, os quais estocavam e vendiam seus animais, para que fossem usados nos sacrifícios de expiação de pecados das pessoas que os compravam. Hoje, essa indústria da Graça se modernizou, além dos animais para sacrifícios, temos também os DVDs, CDs, livros, excursões para "points espirituais" e "trilhas espirituais", camisetas, shows, chaveiros, carnês, satsangs de amostra grátis e também intensivos, cursos com o abc da espiritualidade, uma infinidade de workshops zens, festivais de experiências tântricas, cursos de liberação e cura, quase sempre feitos em maravilhosos "spas espirituais", sítios, parques, hotéis e templos, além de muitos mais absurdos que a indústria dos mercadores da Graça conseguem produzir com a ajuda de "facilitadores carismáticos" em parceria com os sonâmbulos da percepção... Tudo isso sempre justificado através das palavras "contribuição sugerida"... E assim, de forma bastante sugestionável, caminha nossa adormecida humanidade!
Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.
08 novembro 2011
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Escolho meus amigos pela pupila
Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
Oscar Wilde