Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

04 novembro 2011

Constatações a beira-mar

ferias75
São seis crianças, todas com não mais que cinco anos de idade. Há nelas uma espontaneidade contagiante. Há um estado de entrega e de comunhão livre de qualquer expectativa de retorno. Há um profundo estado de presença e alegria, ali há felicidade e liberdade. Elas não tem consciência do perigo, da morte, de Deus, de raça, de etnia, muito menos de classe social. Elas só vivem a alegria de ser junto às rasteiras ondas do mar. Para elas, tudo é uma festa, seja na água, ou no buraco raso que juntas cavam na areia para cobrir o corpo de uma delas. Elas são feliz no simples, com o natural. Enquanto nós, adultos, pensamos sobre o viver, elas, de fato, vivem. 

O triste é saber que não será sempre assim. Logo, por influência dos adultos, perderam sua inocência, perderam sua espontaneidade. Logo estarão preocupadas com suas posturas, com as posturas dos demais, com suas poses, seus comportamentos, suas roupas, suas peles, suas aparências... Logo, logo, suas coleções de complexos objetos inanimados, serão mais animados do que a simplicidade da natureza.

Nelson Jonas Ramos de Oliveira 

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!