
Com saudades de você
Olhei aquela foto
Cujo tempo amarelou
De olhar enclausurado
E com botinhas a me dizer
Que ali que começou
A nossa dor... Senti que ao menininho
Adultos lhe aborreciam
E poucos percebiam
Sobre sua solidão
De olhar longe e tristonho
Emudecido por saber
Que ali abafariam sua canção...
A mesma casa, os mesmos trancos
As mesmas crenças jogadas sem fim
Fez tanto mal, mas não estou triste
Porque hoje tenho você
Junto de mim...
Beijei aquela foto
Tão antiga quanto eu
E seu terno moleque
O coração reconheceu
A jura que fizera de estar ao lado seu
Ser seu protetor
Foi que jurei...
Eu trago ainda o sonho
Que você um dia sonhou
De ter um mundo novo colorido
Prá viver
Ainda com encanto
Com doçura e muito amor
Crianças que não tenham
Que sofrer...
Da mesma casa, dos mesmos trancos
das mesmas crenças jogadas sem fim
Fez tanto mal, mas não estou triste
Porque hoje tenho você
Junto de mim...
O bancário alcoolizado
Com certeza não ouviu
Quando envergonhado
Sobre sexo perguntei
Já não é o mesmo
Pois do álcool desistiu
Mas até hoje dele
Nada sei...
A gente foi crescendo
Foi crescendo
E o tempo passa
Não esqueço da promessa
Que um dia nos ligou
Sempre vou lembrar
Desse cantinho lá de casa
Foi lá que começou
O nosso amor...
A mesma casa, os mesmos trancos
As mesmas crenças jogadas sem fim
Fez tanto mal, mas não estou triste
Porque hoje tenho você
Junto de mim...
*Para a criança interior que habita a imensa praça que somos nós