Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

26 março 2008

Generais dos generalizadores

Fico me questionando o porquê de para algumas pessoas, o fato de alguém fazer generalizações durante seus "monólogos terapêuticos", lhes causa tanta repulsa interior. Por que quando as mesmas ouvem alguém se expressando através das palavras "a gente" ou "nós", são tomadas pela inquietação? Por que insistem tanto para que as pessoas se expressem usando o termo "eu"?... Se a palavra é apenas um símbolo que aponta para um simbolizado – e nunca é o simbolizado -, por que estas pessoas dão tanta importância à forma como a palavra é usada, ao invés de fazerem a leitura do espírito que move essas palavras?...
Penso que parte das respostas possa estar nas entrelinhas das palavras de Stefano Elio D'Anna, extraídas de seu livro "A Escola dos Deuses":
"...Como você se permite dizer "eu"?... No meu mundo, dizer eu é uma blasfêmia.
Eu é a divisão que você carrega dentro de si... Eu é a sua multidão de mentiras... Cada vez que você declara um desses pequenos eus, você está mentindo.
Pode dizer somente eu somente quem conhece a si mesmo, é dono da própria vida... Quem possui uma vontade... Vá ver quem você é. Descobrirá que os outros são a imagem refletida da mentira que você carrega, da penhora moral, da sua ignorância... Renda-se ao seu mundo. Vá e aceite conscientemente aquilo que você criou, um mundo rígido, ignorante... Sem vida... Você é um fragmento à deriva no Universo... Somente assim poderá reunir os pedaços dispersos da sua existência..."
Bem há tempo: só por hoje, ainda sou também uma dessas pessoas.

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!