Se tem uma coisa que não suporto é o atual “blá- blá-bês espiritualista de prateleira” que hoje se apresenta na internet, em especial naquilo que chamam de “redes de relacionamento” (só pode ser piada chamar isso de relacionamento). O que mais vejo é uma espécie de “second life”, onde todos só mostram um excelente e bem polido lado A, onde todo comportamento e idéias postadas, configuram uma postura de amorosidade, compaixão e preocupação com o próximo, da qual duvido muito, pois me soam profundamente falsos... Quando não se apresenta uma coleção de certezas emprestadas, deparo-me com uma verborréia dotada de originalidade zero... Parece até que ninguém tem dúvidas e questionamentos, que os mesmos, já nasceram prontos. E com isso, gurus da Second Life, com seus “segredos” e “receitas", (muitas delas extraídas de coleções de PPS), proliferam. Nessas redes de “relacionamento” de no máximo três ou quatro linhas, ou limitados 140 caracteres, tudo é bonitinho e em perfeito equilíbrio (se passar de cinco linhas, pode ter certeza que o conteúdo é fruto do ctrl c + ctrl v).
Minha finada avó dizia:
- “Por fora bela viola, por dentro, pão bolorento”.
Se estivesse viva, talvez dissesse:
- “No facebook bela amorosa, na face a face fera raivosa”.
Se pudéssemos ver o lado B dos gurus da Second Life, com certeza, encontraríamos uma vasta coleção de estagnantes conformismos produtores de inconfessáveis sofrimentos, sempre mantidos longe da própria consciência com coloridas máscaras narcísicas. É como no mundo da fotografia de moda:
“É tudo pose e sorrisos de photoshop; revelar o negativo é só para o fotógrafo”.
E na cadência acelerada da virtualidade, a realidade da virtude, aceleradamente vai à decadência.