Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

06 abril 2011

Espiritualidade Virtual

Perdendo a cabeça

Se tem uma coisa que não suporto é o atual “blá- blá-bês espiritualista de prateleira” que hoje se apresenta na internet, em especial naquilo que chamam de “redes de relacionamento” (só pode ser piada chamar isso de relacionamento). O que mais vejo é uma espécie de “second life”, onde todos só mostram um excelente e bem polido lado A, onde todo comportamento e idéias postadas, configuram uma postura de amorosidade, compaixão e preocupação com o próximo, da qual duvido muito, pois me soam profundamente falsos... Quando não se apresenta uma coleção de certezas emprestadas, deparo-me com uma verborréia dotada de originalidade zero... Parece até que ninguém tem dúvidas e questionamentos, que os mesmos, já nasceram prontos. E com isso, gurus da Second Life, com seus “segredos” e “receitas", (muitas delas extraídas de coleções de PPS), proliferam. Nessas redes de “relacionamento” de no máximo três ou quatro linhas, ou limitados 140 caracteres, tudo é bonitinho e em perfeito equilíbrio (se passar de cinco linhas, pode ter certeza que o conteúdo é fruto do ctrl c + ctrl v).

Minha finada avó dizia:

- “Por fora bela viola, por dentro, pão bolorento”.

Se estivesse viva, talvez dissesse:

- “No facebook bela amorosa, na face a face fera raivosa”.

Se pudéssemos ver o lado B dos gurus da Second Life, com certeza, encontraríamos uma vasta coleção de estagnantes conformismos produtores de inconfessáveis sofrimentos, sempre mantidos longe da própria consciência com coloridas máscaras narcísicas. É como no mundo da fotografia de moda:

“É tudo pose e sorrisos de photoshop; revelar o negativo é só para o fotógrafo”.

E na cadência acelerada da virtualidade, a realidade da virtude, aceleradamente vai à decadência.

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!