Recebi um e-mail contendo em anexo, as fotos abaixo (diga-se a tempo, sem o devido crédito ao fotógrafo das mesmas - se souber, por favor, me avise). O texto do e-mail responsabilizava tamanha desumanidade, ocorrida à margem esquerda do Rio Solimões, ao movimento MST. Confesso que não me preocupei em saber sobre a veracidade dos fatos e se o mesmo não poderia ser mais um daqueles e-mails políticos, onde sempre existe uma velada segunda intenção exploradora. Para mim, pouco importa se o triste ocorrido está ou não coligado a tal entidade. O que importa são os fatos evidenciados pelas fotos: que a eliminação das espécies, por falta de bom-senso, continua ocorrendo, seja em grande ou em pequeno porte. Isso serve para validar meu comentário feito outro dia, referente a um excelente vídeo postado no YouTube, onde o entrevistado aponta os donos das grandes corporações pela atual e acelerada destruição do planeta. Em meu comentário, afirmei que isso ocorre por parte de ambos "associados": empresas e população sociedade anônima. É uma simbiose doentia e um não pode sobreviver sem o outro, afinal, toda empresa nasce da idéia de alguém que vem do povo e que usa a consumidora e inconsequente vontade voraz do povo em nome da igual vontade doentia de quem teve a idéia. Um se alimenta do outro. É o samba do cachorro louco correndo atrás do próprio rabo.
Não acredito em revolução de consciência em massa; isso é coisa de esquerda festiva. Para mim, o lance é individual: ascender a própria chama da percepção e mantê-la sempre acesa; agir localmente pensando globalmente.
As fotos mostram bem que, infelizmente, entre a edificação da consciência/caráter e a satisfação dos instintos degenerados pela ação da hereditária cultura insana com seus variados mecanismos de embotamento, a edificação da consciência/caráter apodrece mais rápido do que as carcaças das tartarugas mortas apresentadas nas fotos abaixo. Não se pode culpar apenas uma classe pelos absurdos correntes, criando a falsa idéia de vitimas e vitimizadores. Todos fazemos parte, seja de forma direta ou indireta. Talvez, nossa omissão seja tão fatal como a lâmina na mão do carrasco.
Nelson Jonas