Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

19 junho 2012

Abandonando as forças retrógradas


Bom dia confrades despertos! espero que, quando vocês estiverem se deparando com este áudio aqui, vocês estejam vivenciando bons momentos, com excelência no agora; que estejam com uma mente serena e um coração sensivelmente amoroso; que os melindres que nos separam e nos distanciam e nos fragmentam, tenham ficado do lado de fora do aposento em que agora vocês se encontram. Que possamos pegar todo material, toda ocorrência deste momento, para material de salto quântico de consciência; para novas moradas de consciência e não para alimentar nosso birrento, rancoroso, divisor, intriguista "éguinho umbigóide"; profundamente melindroso, profundamente reativo, profundamente birrento, profundamente preconceituoso, profundamente rotulador, profundamente separatista; que nos distancia, não só de nossa verdadeira natureza, como da vida de relação com as demais pessoas que nos cercam. 

Então, para a gente começar esta fala, para começar este encontro de hoje, eu gostaria de dividir com vocês, um pequeno texto da autoria de Trigueirinho, extraído do livro "Aos que Despertam", que foi editado pela Editora Pensamento; o]encontra-se na página 59 e o capítulo desse livro se chama: "Abandonando as forças retrógradas". Vamos lá:

Para que um indivíduo descubra e libere a luz de um mundo ainda ofuscado pelas trevas, é preciso que a luz tenha sido despertada em grau suficiente nele próprio. Um imenso serviço é prestado quando existe no ser a predisposição para encontrar elementos evolutivos em qualquer situação que se lhe apresente. Essa abertura ao que é superior coloca a consciência em condições de assumir as tarefas indicadas pela Hierarquia, e exprime-se como virtudes à medida que o ser se vai aprofundando em níveis de impessoalidade.     
Vivemos um tempo de conscientização madura da realidade, e doa abandono das fantasias. É um tempo de elevação. Aproxima-se o momento em que o solo estará lavrado, e os escolhidos, os auto-convocados, serão chamados a semear os padrões futuros que já deverão ter assimilado. Por isso, é preciso reunir hoje o que há de mais puro e elevado em cada fato e em cada expressão da vida.
A atmosfera psíquica da Terra chegou a um ponto tal de tensão que não é adequado ao homem lidar com os aspectos negativos em si mesmo ou no ambiente que o cerca. Por outro lado, ao perceber o que há de espiritual em cada situação, a energia positiva nela presente dissolve os vínculos com forças involutivas que possam ali existir.
O trabalho de repelir as forças retrógradas está a cargo de consciências excelsas, intocáveis pelas trevas. Aos homens cabe a entrega ao Plano Evolutivo. Sempre haverá algo mais a aprofundarem nela. Quando deixarem de pensar em si, o destino espiritual que lhes está reservado poderá manifestar-se. Para isso é preciso fé.
Esse foi o texto, eu começo sempre o meu dia, começo sempre esse dia que me é apresentado, primeiramente com alguma leitura evolutiva, que é uma maneira de, a cada manhã, não perder o contato com a força amorosa, que se manifesta no Sopro que sou, nessa consciência que sou; porque, foram anos e anos, levantando de forma automática, totalmente sonâmbulo, e me agarrando novamente às máscaras de fantasias daquele "euzinho umbigóide", egoísta, mesquinho, prepotente, arrogante, petulante... Vomitando sabedorias livrescas como se fossem suas; criando disputas, intrigas, fofocas, maledicências; vivendo preso em constante estado de ansiedade, de medo,de angústia, de solidão, de separação, sem saber, nem de perto, nada, nada, nada, do que possa ser a verdadeira realidade consigo mesmo, a verdadeira realidade de uma intimidade consigo mesmo, com a vida, com a natureza e com os demais seres humanos ao meu redor. Então, logo cedo, a primeira coisa que faço, é esse processo de recentramento; a prática da "Presença"; porque, sem a prática dessa "Presença", sem essa consciência amorosa e inteligente, se manifestando, a única coisa que eu consigo, é dar continuidade a esse conflito que permeia a vida de todos, que permeia esse mundo maravilhoso: essa confusão, que é resultado de uma crise de consciência; crise de consciência essa que ocorre devido a nefasta e ilusória identificação, de nós mesmos, como sendo esse "éguinho umbigóide", profundamente melindroso e reativo; profundamente infantil, adolescente e que não conhece nada da verdadeira maturidade emocional e psíquica, que traz uma qualidade totalmente nova à vida de relação.

Então, esta é uma irmandade, uma confraria, em que eu vivo dizendo, que é um "momento" que separa adultos dos adolescentes; os adolescentes birrentos não vão aguentar ficar nesta sala; eles vão fazer como que na infância: vão pegar a bolinha deles, a bonequinha deles e vão sair correndo, porque eles não querem crescer; eles não querem perceber que o problema não está em nenhuma situação externa, que o problema está em nós, no modo como reagimos à tudo aquilo que se apresenta em nosso cotidiano, momento à momento. Os adolescentes, não vão querer saber de estudar os princípios espirituais; eles vão querer saber de defender sua pequenina, egocêntrica, melindrosa e reativa "personalidade", montada ao longo dos anos, num colecionar de imagens, memórias, experiências, que não foram iluminadas pela luz da lógica, da razão, do bom senso e de um coração amoroso. Então, os adolescentes, vão continuar saindo pelo mundo à fora, cuspindo suas certezas incertas, sempre emprestadas da sabedoria livresca, institucionalizada, pela qual passaram; não vão fazer o trabalho, de perceber aonde é que eles precisam tocar realmente; para onde eles precisam direcionar a energia vital que são, a atenção que são.

O problema não está em nenhuma situação externa! O motivo de nossas angústias e sofrimento não está em nenhuma situação externa; está na falta de maturidade psíquica, emocional; essa que, uma vez não presente, faz com que nossa vida, seja uma sequência de conflitos separatistas, que nos distanciam tanto de nós mesmos, de nossa verdadeira natureza, de nossa realidade, daquilo que realmente somos, que nos separa também, dos demais que, amorosamente, abrem suas portas, abrem seu ouvidos, abrem seus corações, para compartilhar um pouco daquilo que tem qualificado o seu dia a dia.

Então, aqui é um local, que eu vou estar sempre falando, e eu sei muito bem, por experiência própria, que vocês não vão gostar nem um pouquinho do que vocês vão estar ouvindo aqui; porque, o que vocês vão ouvir aqui nesta sala, contraria tudo o que você ouve em outras salas; contraria tudo, a maneira como você "acredita" que você "tem que" ser tratado: nós queremos só o sorrisinho, nós queremos só o colinho, nós queremos só o tapinha nas costas, nós queremos só que o outro diga para nós como somos inteligentes e "bacaninhas"... Se é isso que você quer, existem várias salas por aí; existem várias instituições, que não estão preocupados com a realidade "que você é"; que estão mais preocupadas em falar aquilo que você realmente gosta, entendeu? Mas que, em favor disso, mentem a mão na sua carteira. Aqui nós não vamos meter a mão na sua carteira e nem vamos passar a mão nessa sua "personalidade birrenta, infantil e imatura".

Que as nossas palavras sejam realmente cortantes e duras, como bisturi, como diamante; mas que possam propiciar, a abertura necessária na parede do seu orgulho, da sua soberba, da sua arrogância, da sua petulância, para que você possa perceber a irrealidade do sonho que você vive, dessa existência sem vida, sem qualidade, sem intimidade, sem o desfrute da verdadeira liberdade do espírito humano.  O remédio aqui é amargo, é doloroso; aqui é para quem, realmente, quer se auto-descobrir, não para quem quer se auto-iludir, através do "novo"; não há espaço aqui, nesta sala, para isso! Há espaço para perceber que tudo que estiver ocorrendo aqui é para fazer um "espelhamento", para que você possa "se aperceber de suas reações", do seu modo "reativo, mecânico e acelerado de reagir, de disparar vozes, falas, achismos, conceitos dentro do ser que você é"; e que impede de você perceber "Aquilo" que você realmente é.

Esta é uma sala, para todos aqueles, que estão cansados de ficar apresentando somente o seu "lado A" na vida de relação superficial. momentânea; que estão a fim de apresentar aos outros aquele "lado B", que só papai e mamãe e os irmãos conhecem; que só a esposa, os filhos e o cachorro conhecem; Não é? E que só você mesmo conhece quando deita sua cabeça no travesseiro e a culpa, o remorso e a vergonha e o medo, e a ansiedade, roubam-lhe a capacidade de uma noite sem sonhos, sem pensamentos; só o nosso corpo físico dorme, nossa mente é vitimada pelos resquícios de uma vida sem inteligência psíquica. Então, nos sonhos, nosso interior tenta botar ordem naquilo, naquela desordem, que nós colecionamos na nossa vida de relação, momento à momento, em nossa vida diária.

Então, aqui, é uma confraria, que não vai ser muito agradável aos ouvidos daqueles que ainda sofrem da "Síndrome de Peter Pan" ou do "Complexo de Cinderela"... Com certeza, não vai ser nada fácil se deparar, com a realidade dessa irrealidade que apresentamos para nós mesmos e para o mundo que nos cerca. Tudo aquilo que é negado, tudo aquilo que não é trazido à luz, não pode ser transmutado, não pode ser transformado. Então, aqui, você vai ter que fazer uma escolha: puxar o seu banquinho e aceitar o modo como isto aqui está sendo apresentado para você, ou pegar todas as suas mazelas ocultas, todas as suas tendências ocultas, todas as suas manias ocultas, todo o seu sofrimento oculto e abafado com alguma droga de escolha, receitada ou não, e sair por esse mundo de Deus, distribuindo sua doença, aos menos precavidos, infectando os outros com sua doença; adulterando os outros com a adulteração sofrida e que você carrega com você, de modo inconsciente, até hoje.

Então, este que está aqui conversando com vocês, não tem o mínimo interesse de ficar passando a mão na sua cabeça adoentada; eu estou mais a fim de abrir a sua cabeça adoentada, pra ver se entra um pouquinho de luz e você perceba, a insanidade de optar por continuar alimentando esse "serzinho birrento" que você traz aí com você e que te separa da possibilidade de saber o que é uma vida dotada de real amor; uma vida dotada de verdadeiros relacionamentos... Nós dizemos que temos amigos, mas nós não sabemos o que é ter amigos e nem ser amigos; nossa hipocrisia, nos impede de vivenciar isso. O menor risco, nessa "imagenzinha" e nós passamos a ser membros criadores de intriga, de discórdia, de maledicência. Enquanto não percebermos isso, em nós mesmos; enquanto não percebermos que o problema nunca está nas situações externas, mas que o problema está aqui, "no freguês", aqui nesse "cabeção condicionado", profundamente reativo, profundamente imaturo, profundamente infantil, profundamente rancoroso, ressentido, melindroso, e que desgasta uma energia violentíssima para apresentar o contrário, que é um ser dotado de sabedoria, de percepção, de inteligência, de amorosidade, de fidelidade, de companheirismo... Que fidelidade e companheirismo é esse que, no menor risquinho, eu saio vomitando nos ouvidos dois outros que "ainda" me dão atenção, essa maledicência, essa língua venenosa, separatista?

Então, aqui, é um momento em que cada um precisa fazer a sua escolha daquilo que quer para a continuidade de seus anos vindouros, tendo consciência de que não sabemos quanto tempo ainda temos pela frente; não sabemos aonde que está a chama de nossa vela. A vida não é democrática! Ela não nos avisa quando a próxima depressão vai bater em nossa porta, quando a doença fatal vai bater em nossa porta, quando o momento fatal vai bater em nossa porta. E, de modo mecânico e inconsciente, nós continuamos arrastando o mesmo modelo de vida, que tem nos impedido de saber por experiência direta o que é "vida em abundância", o que é vida com qualidade, o que é vida com a possibilidade infinita, quântica, de relacionamentos dotados de amor e compaixão. Nós não sabemos o que é amor e compaixão! O que chamamos de amor, não passa de apego parental, apego sensório, controle, ciúmes, posse... Vivemos uma vida totalmente equivocada!...

Então, amigos... Eu peço á vocês, muita seriedade, muita paciência e muita atenção plena à tudo que ocorre dentro de vocês, em cada linha que vocês leem em nosso blog, em cada fala que vocês escutam aqui. Peço para que vocês percebam como não conseguimos ficar sentados diante desse micro, realmente ouvindo, com a totalidade do nosso ser; percebam como somos facilmente distraídos e desviamos nossa atenção para outras atividades que nos distraem e que, ao nos distrair, corta a percepção daquilo que realmente somos.

A proposta, tanto dos grupos anônimos, como das experiências postuladas, pelas observações postuladas por Krishnamurti, nos apontam para um "processo" de descondicionamento mental, que possa propiciar um estado de "prontificação" e de abertura de nossa mente e coração, para que "a natureza real daquilo que somos", para essa "consciência que somos", possa tomar o seu espaço que agora é ocupado pela identificação ilusória com esse "éguinho umbigóide", melindroso, rancoroso e maledicente; esse "éguinho" vazio, solitário, medroso e infeliz. A proposta final  dos Doze Passos é nos levar à uma experiência direta de Deus, à uma experiência religiosa, sem a qual não tem como saber o que é um estado dotado de amor e compaixão, de total entrega desinteressada à uma consciência maior, amorosa, inteligente e criativa; capaz de trazer à nós, a nossa originalidade, a nossa espontaneidade, nossa criatividade abafada por esses condicionamentos limitantes e profundamente estagnantes, e profundamente separatistas, fragmentadores, que impedem a manifestação de uma verdadeira intimidade com outro ser humano.

Então, esta sala, não é para quem quer continuar se enganando, não é para quem quer continuar fazendo parte do coro dos contentes; esta sala é para quem percebeu que não vive com propriedade, que não sabe o que é felicidade, que não sabe o que é liberdade, que não sabe o que é amorosidade; é uma sala para quem está cansado de mentir para si mesmo e de mentir para os demais com quem entra em contato. Aqui ninguém vai te dar receitinha, aqui ninguém vai te prometer o céu sem o menor esforço; aqui nós vamos é te convidar, te incentivar, para que você ouse, arregaçar as mangas, sair do seu comodismo, sair do seu achismo e derrubar suas zonas de conforto que impedem que você caminhe para novos patamares de consciência. Para isso, não é esta fala que vai te ajudar; é aquele material que está contido em nosso blog, e que está contido nos livros perdidos nos vários sebos pelo país à fora, porque, infelizmente, conteúdos que realmente potencializam transformações psíquicas, não se encontram nas prateleiras das livrarias que só estão preocupadas com seus lucros e não com a qualidade de sua mente; as livrarias estão cheias de livrinhos que fazem cócegas no ego, que acariciam o nosso ego, que alimentam a formação de uma personalidade doentia e competitiva; é isso que nós vamos encontrar: receitas de como ser um vencedor, não receitas de como sermos "comungantes", comungar, respirar de um ar comum... Não! Receitas para sermos um "vencedor", para passar por cima do nosso irmão; é isso que você vai encontrar nas livrarias! Então, livros que potencializem uma consciência que comunga e que não consome, você não vai encontrar nas prateleiras dessas livrarias; você vai encontrar nos sebos e, raramente. Ok gente?

Então, o trabalho, não está nestas falas; estas falas servem apenas de espelhamento, serve apenas para dizer que outro ser humano, cansou de mentir para si mesmo, cansou de bancar que "tudo está bem!", de apresentar coleções de "tudo bem!", "está tudo legal!", "está tudo numa boa!"... Cansou disso!... teve coragem de sentar com o tédio, com a sua insatisfação diante da mesmice, ir fundo e ir descobrindo, percebendo irrealidades que o mantinham afastado dessa realidade, que vem se apresentando momento á momento, num constante crescente. Eu não estou pronto! Aqui não há nenhum ser iluminado! Não há nenhum ser realizado!  As emoções, fruto do pensamento, ainda tentam entrar aqui e roubar o estado de bem-estar comum, alcançado aí, á duras penas, nesse processo de "ego-conhecimento". Estamos aí na caminhada, caminhando juntos, talvez, um passinho na frente, meio passo à frente, mas caminhando! Com uma percepção muito grande do que está ocorrendo na mente, nos impulsos separatistas que esta mente insiste em trazer à cada momento.

Então, o que nós podemos pedir para você, é que tenha paciência consigo mesmo, que dê uma chance ao seu coração, e não de sair repetindo, reagindo rapidamente aos impulsos que sua mente adoentada, condicionada, ao longo dos anos, insiste a fazer de você mesmo. Preste atenção aí, o que é que ocorre dentro de você quando se depara com este áudio, com estes textos; preste atenção aí! Veja o que essas falas, aí na sua mente — que você acredita ser você — ficam pedindo para você. Sem a instalação desse "observador", que observa a si mesmo com um certo espaço, com uma certa distância, a qual impede a identificação reativa, vai ficar muito difícil de você permanecer aqui conosco... Você vai ser mais um que vai sair dessa sala aí, cuspindo lagartas, larvas, cobras, lagartos, não é, a respeito do que ouviu aqui, sem ter tido a menor compreensão da beleza que está sendo colocada á sua disposição, de forma totalmente graciosa; nós não queremos nem o seu "obrigado!"... Nós não precisamos do seu "Obrigado!"... Nós não precisamos da sua gratidão!... Nós não precisamos de um centavo da sua carteira!... Tudo está sendo colocado aqui de forma graciosa... Nós não precisamos nem que você saiba qual é a personalidade que está falando atrás dessa fala, ou atrás desses textos. Então, antes de você sair tecendo os seus achismos, preconceituando, rotulando, causando intrigas, debruce-se na entrelinhas e perceba o que esses símbolos limitantes que são as palavras e as letras, estão tentando apontar para você! Acho que já está mais do que na hora, de você saber por experiência direta,  o que é a verdadeira liberdade do espírito humano!... Saber por experiência direta, o que é uma verdadeira intimidade consigo mesmo, para com outro ser humano e a Vida — essa maravilhosa Vida —  essa natureza maravilhosa, que se apresenta e que você não tem o mínimo de tempo e de percepção para senti-la.

Nós estamos tão acelerados, tão apressados, tão condicionados por essas séries de compromissos desnecessários, os quais assumimos por não ter o exercício do bom-senso profundamente instalado em nós, que não temos tempo para desfrutar de nada; não temos tempo nem para desfrutar do olhar daqueles que nos são mais próximos. Vivemos uma vida mecânica, padronizada, mesmerizada, sem qualidade... estamos profundamente estressados e tentando disfarçar esse estresse com dentes de porcelana, ou com dentes quimicamente adulterados para apresentar um "braquinho"que possa o amarelo de nossa insatisfação cotidiana. Então, aqui, esta sala é uma sala para quem quer pagar o preço, de jogar fora as suas máscaras, arrancar os seus papéis aí, jogar os seus papéis no chão, aí, e descobrir a si mesmo, descobrir a Consciência que é; e depois fazer o caminho de volta e ajudar nesse trabalho de tentar facultar um modo de despertar nosso irmãozinho que ainda dorme, devido a ilusória identificação com essa imagem que ao longo do anos, com o incentivo da família, da educação e da tradição, ele inconscientemente vem alimentado.

Então, é isso o que eu tinha para falar; eu espero que você ouse dar essa oportunidade para você mesmo; trata-se da sua existência sem vida; eu espero que você perceba, que os inimigos não se encontram do lado de fora! Os inimigos se encontram dentro desse seu cérebro embotado, formatado, programado, dividido, fragmentado... O inimigo não está fora!... O inimigo a ser "observado" — nem é para ser combatido —, é só para ser observado, encontra-se dentro, dessas falas mecânicas, dessas imagens mecânicas, aceleradas, que se passam dentro da sua mente, e que de forma inconsciente, você permite um estado de identificação, que rouba-lhe a alegria de viver, que rouba-lhe a energia vital criativa, onde, sem o seu exercício, sua vida não pode deixar de ser uma vida mecânica, imitativa, rotineira, entediante, insatisfatória, causadora de um constante estado de ansiedade, medos infundados, e insatisfação.

Então, nós aqui deste lado, torcemos para que você escolha pela maturidade psíquica, emocional; que tenha coragem de se abrir para perceber esse "eguinho birrento" que está aí... Perceber!... pela percepção do falso, o falso se desmonta — sem necessidade de esforço —; a única coisa que é necessária é um estado de "prontificação"... Estar pronto para ver isso! E, estar pronto para ver isso, significa estar cansado de alimentar os mesmos comportamentos que depois de feitos, você não sabe como lidar com eles; que depois de feitos, acabam destruindo a intimidade que você vinha construindo com os demais. Então é isso que nós queremos trazer para você: a possibilidade de você se deparar com algum material que não faça mais carinho no seu ego, mas que ponha-o ao chão, de modo que não possa ser utilizado mais nada dos fragmentos desse "eu egoísta" que você tem carregado ao longo dos anos.

Então, aqui, é hora de você fazer uma escolha: continuar aí pegando a sua bonequinha, a sua bolinha, não é; o seu carrinho de ferro, e falando "não brinco mais, vou embora!... tem de ser do meu jeito, se não eu não fico!"... Ou se abrir, para aquilo que pode apresentar a maturidade do ser humano. É muito fácil e muito rápido trocar de roupa, mas quanto tempo é preciso para abandonar as máscaras e os papéis que insistimos, há tantos anos e décadas, representar para outro ser humano? Fica aí essa pergunta para você que agora me escuta. Se você está contente com seu modo de vida, nós ficamos contentes por você; se você cansou de contar historinha para si mesmo, nós estamos por aqui, querendo dividir com vocês um material que não vai fazer carinho na sua cabeça! Ao contrário, vai surgir barulho de monte aí! E aí, nós estamos por aqui, para dizer assim: "Oh! Eu te compreendo! Eu também passei por isso! É assim mesmo! Mas continua! vai lá! Volta pra lá! Não foge não! Continua aqui! Vai lá! O que você precisa está aí mesmo — bem no meio do teu coração, muito mais perto do que o sopro que passa no meio das sua narinas —... Não precisa correr para nenhum outro lugar!... Porque atrás das dores que você está sentido aí, se encerram, as sementes da sua integridade, da sua individualidade, que aponta para uma impessoalidade amorosa. Para você conhecer isso, você vai ter que abrir mão desse "eguinho birrento", profundamente umbigóide, que pensa saber o que é o melhor para a vida de todo mundo, mas que não consegue, no entanto, fazer com que você dê um passo no movimento de sua própria vida e se aventurar no desconhecido. Vai ter que largar o colinho da mamãe e do papai e se aventurar no desconhecido de si mesmo... Via ter que encarar seus medos, suas ansiedades, vai ter que questionar os seus achismos, suas certezas, seus preconceitos... E eu te pergunto: Você está querendo ver isso mesmo? Ou está querendo continuar a colecionar mais uma ou outra frasezinha de impacto, que depois você vai fingir que é sua, para apresentar os outros aí, mais uma imagem levemente modificada?  Você vai querer, observar a si mesmo, ou vai querer, continuar com esse "chororô" de que a vida e os outros são os grandes responsáveis pela desdita que agora se apresenta em sua vida?

Nós queremos incentivar você, para que você ouse se aprofundar nesse trabalho de "ego-conhecimento", para que, ao final dessa jornada, em seu momento certo, você descubra a verdadeira sabedoria, que está aí contida dentro desse seu organismo; essa sabedoria que vem trazer uma mensagem ao mundo, da qual você e eu somos apenas mensageiros.

Então, é isso que a gente vem fazer aqui: lançar esse convite! tentar ser pescador de homens e mulheres que sofrem, que estão cansados, cansados, cansados!... De apresentar uma imagem que não engana nem a si mesmo, que não engana nem o travesseiro!... Estamos tentando caçar homens e mulheres que realmente querem ser homens e mulheres e não crianças assustadas em corpos de adultos, percebe?... Criança assustada num corpo de adulto!... Isso é a grande maioria dos seres humanos, brincando de contentes!... Brincando de seres realizados!... Disfarçando a falência interior, com uma coleção de posses exteriores!... Arrotando conhecimento livresco, enquanto são profundamente analfabetos de si mesmos!...

Então, nós estamos aqui, interessados nesse ser humano, que está cansado de mentir para si mesmo, que está cansado de mentir para o mundo e que está procurando um espaço onde possa exercer a honestidade emocional, e que possa "pensar alto", expor alto, a ilusão daquilo que passa em sua mente e coração. Se você é um desses, nós lhe damos as boas vindas! Se você não é um desses, nós lhe damos as boas vindas e convidamos para que saia dessa sala e se debruce um bom tempo, em nosso blog, para ver se cai a ficha e você volte, deixando do lado de fora da sala, suas máscaras, suas fantasias, para deixar de representar papéis e descobrir qual é o papel pra que você foi chamado nesta existência, neste espaço e tempo.

Eu agradeço você pelos seus ouvidos amorosos, pela paciência que você teve, consigo mesmo e para com este que agora faz uso do microfone. Um beijo em seu coração, um fraterabraço e um chute em suas canelas!   
Outsider44

Essa Não É a Sua Vida
Papas da Língua

Roubar
Subtrair uma parte qualquer
Da metade do que não é nada
A não ser um pedaço qualquer
De alguém

Matar
Subitamente apagar dessa vida
Um pedaço que é nada mais
Que uma parte qualquer
Da metade do que não é nada
A não ser um pedaço qualquer
De alguém

Viver
Repetir todo o dia a tarefa
De ser um a mais
Uma parte qualquer da metade
Do que não é nada a não ser
Alguém

Morrer
Simplesmente sair dessa vida
E deixar para sempre de ser
Um a mais e de ser
Uma parte qualquer da metade
Do que não é nada
A não ser
Alguém

Números, números, números
O que é, o que são
O que dizem sobre você
Números, números, números
O que é, o que são
O que dizem sobre você

Essa não é a sua vida
Essa não é a sua história
Essa não é a sua vida
Essa não é a sua história

Sentir
Sente-se que a metade
De vinte por cento
Dos vinte milhões de mulheres
No mundo
Não sentem nenhum prazer

Saber
Sabe-se que o total de pessoas
Que sabem o que é o amor
É igual a metade
Dos que já não sabem
O que é amar

Falar
Fala-se que só metade
Dos homens que sabem falar
Realmente não falam aquilo
Que sentem e falam e falam

Pensar
Pensa-se que uma parte
Daqueles que pensam
É só a metade dos vinte por cento
Que pensam naquilo
Que é bom para si

Números, números, números
O que é, o que são
O que dizem sobre você
Números, números, números
O que é, o que são
O que dizem sobre você

Essa não é a sua vida
Essa não é a sua história
Essa não é a sua vida
Essa não é a sua história

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!