Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

30 julho 2011

A utopia das palavras do não-lugar


Nesta semana, dizia um amigo meu — e com toda razão — que vivo num estado de utopia. Tentando me alertar, trouxe-me um dvd sobre esse assunto e disse-me ainda sobre o significado da palavra utopia: "não-lugar". Deixou clara a sua preocupação comigo por achar que não vivo dentro daquilo a qual ele tem por real. Pois bem, na realidade, faço parte desta minoria abençoada por essa necessidade de transcendência de si mesmo. Vivo a grande utopia de fazer ascender a realidade de uma chama num coração que pensa e de um cérebro que sente o qual, através da limitação das palavras tenta expressar aos outros a beleza manifesta por esse coração em chamas, quando em momentos de profunda presença em solidão. Essa é a grande utopia capaz de estabelecer a comunhão do encontro de todos os caminhos no não-lugar, onde não mais existem caminhos nem buscas; encontro esse, só acessível aqueles que se permitiram a demolição de tudo aquilo que tinham por realidade.

Nelson Jonas R. de Oliveira

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!